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Dave Matthews reflete sobre arte, política e seu amor pelo Brasil: 'É um lugar mágico' 6y1q10

Antes dos shows nos dias 7 e 8 de junho no Best of Blues and Rock, músico fala à Rolling Stone Brasil sobre democracia, música como refúgio, paz e muita esperança 6tho

5 jun 2025 - 15h32
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Dave Matthews da Davee Matthews Band
Dave Matthews da Davee Matthews Band
Foto: Taylor Hill/Getty Images for Boston Calling / Rolling Stone Brasil

Com três décadas de estrada, milhões de discos vendidos e uma legião de fãs apaixonados, a Dave Matthews Band desembarca no Brasil para duas apresentações neste fim de semana, nos dias 7 (sábado) e 8 (domingo), como atração principal do primeiro final de semana do festival Best of Blues and Rock, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. O evento celebra a fusão entre guitarras e consciência, e neste ano também traz Richard Ashcroft (ex-The Verve) e os veteranos brasileiros do Barão Vermelho. 592e6c

Mais do que uma banda, DMB é um coletivo artístico com alma política, ambiental e profundamente conectada ao presente. Ao longo dos anos, o grupo não apenas moldou o rock alternativo norte-americano dos anos 1990 com sua mistura de folk, jazz e jam sessions, como também construiu uma reputação sólida no ativismo social e ecológico. Sua fundação, a Bama Works, já apoiou centenas de projetos sociais e ambientais, e suas turnês adotam medidas como uso de biocombustíveis, redução de emissões de carbono e ações de compensação ambiental.

"Nós temos uma responsabilidade com o que colocamos no mundo", diz Dave Matthews em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil. "E a música, muitas vezes, é o nosso campo comum".

Ao longo da conversa, Dave alterna reflexões políticas e momentos de ternura com um charme que parece feito sob medida para o público brasileiro. Perguntado sobre o processo criativo por trás de suas canções mais recentes, muitas delas com forte carga política, ele conta que a inspiração pode vir de dentro ou do que o rodeia.

A música 'Singing From the Windows', por exemplo, começou como algo que parecia uma canção de amor. Aí li sobre os italianos que, durante a pandemia, cantavam uns para os outros nas varandas. Aquilo me tocou profundamente. Transformei numa música sobre o momento frágil em que vivemos, e sobre como precisamos valorizar nosso tempo aqui.

Em seguida, a conversa mergulha em temas mais urgentes. Ao falar sobre a faixa "Man's Eyes", Dave associa a letra à cultura da violência armada nos Estados Unidos. "Temos uma tolerância à violência que é muito difícil de aceitar. E parece que ela só aumenta, seja com armas, seja com atitudes políticas". Ao ser perguntado sobre a gestão Trump e a questão migratória nos EUA, ele não segura: "É assustador. Uma violência tão explícita... Eu nunca imaginei, cinco anos atrás, que estaria pensando o tempo todo se haverá outra eleição ou outra eleição justa".

Dave também reflete sobre a polarização que domina a política atual: "Eles só querem encontrar inimigos, sejam pessoas trans, imigrantes, refugiados ou qualquer minoria. Qualquer inimigo serve. É tudo sobre poder e exploração".

"Todas as coisas que eu amava quando era criança sobre os EUA: o rock and roll, o jazz, o movimento pelos direitos civis, os hippies, a paz, a ciência, ir para a Lua, os parques nacionais... tudo isso parecia incrível. Eu sou um americano da era Jimmy Carter", diz, com carinho.

Mas, hoje, tudo isso parece ter sido substituído por ódio, egoísmo, crueldade e bullying. E o pior: essas são as coisas iradas pelos nossos líderes.

Apesar do tom crítico, sua visão é atravessada por uma esperança incansável, especialmente quando fala da música como ferramenta de união.

Temos que colocar alegria no mundo. A música é algo que conecta as pessoas. Não importa onde você vá, as pessoas adoram dançar, adoram ouvir música. Isso é universal.

Ao lembrar de suas agens anteriores pelo Brasil, ele se mostra particularmente emocionado: "Estou animado para reencontrar amigos como Carlos Malta, um flautista incrível. E desta vez vou levar minhas filhas pela primeira vez. Quero ouvir música em lugares pequenos e grandes, Brasil é um dos lugares mais mágicos do mundo… e tomar umas caipirinhas!".

O papo também ou por um território nostálgico. Perguntamos a Dave como ele vê as transformações da indústria musical, afinal, a banda surgiu nos tempos áureos da MTV e das rádios alternativas nos anos 1990, e hoje o cenário é dominado por streaming, redes sociais e vídeos de 15 segundos. O que ele sente falta daquela era? O que acha que melhorou?

"Nós encontramos maneiras de fazer música. Eu cheguei com o vinil", relembra. "Depois vieram os CDs. Agora é o streaming, o TikTok, o Instagram. Há algo legal nisso: artistas que talvez nunca fossem descobertos agora têm uma chance. Mas o sistema ainda é injusto. Espero que um dia os artistas ganhem mais do que os donos das plataformas, mas isso também acontecia na época dos vinis e dos CDs".

Para ele, a música sempre encontrou maneiras de sobreviver, mesmo que os modelos de negócio sigam mudando. Sobre os impactos disso na carreira?

Hoje em dia, mais gente faz turnê porque não consegue ganhar dinheiro com gravações. Mais gente faz comerciais, eu não faria. Mas é isso. Eu sinto falta da simplicidade de colocar um disco e ouvir. A gente não pode parar o rio. No máximo, desacelerar o fluxo.

Para fechar, lançamos a clássica pergunta: que conselho você daria ao seu eu mais jovem? Ele sorri, breve, como um refrão bem encaixado: "Curta a jornada". E completa: "Talvez eu não faria nada diferente. Ou não estaria aqui. E eu estou feliz aqui… pelo menos agora, um pouco".

Neste fim de semana, o público brasileiro reencontra um artista que nunca teve medo de misturar ternura com crítica, introspecção com groove, e política com poesia. No palco do Parque do Ibirapuera, entre árvores e amplificadores, Dave Matthews vai lembrar a todos que, apesar dos tempos difíceis, a conexão ainda existe, e pode começar com uma música. Qual é a sua?

SERVIÇO: g13i

Best of Blues and Rock

@bestofbluesandrock

www.bestofbluesandrock.com.br

Data: 7 (sábado) e 8 (domingo) de junho de 2025

Local: Plateia externa do Auditório Ibirapuera: Av. Pedro Álvares Cabral - Ibirapuera - São Paulo/SP

Classificação: 16 anos (menores podem comparecer acompanhados de responsável legal)

Ingressos: Lote 1 a partir de R$ 300,00 (meia-entrada).

Vendas: aqui

Bilheteria oficial: (sem taxa de conveniência): Morumbis (Bilheteria 5, próximo ao portão 15 - Av. Giovanni Gronchi, 1866).

Funcionamento: Terça a sábado das 10h às 17h (não funciona em feriados e emendas de feriados.

Importante: adquira seus ingressos na plataforma oficial.

A Dançar Marketing e a Eventim não se responsabilizam por ingressos adquiridos em plataformas não oficiais de vendas.

Realização: Dançar Marketing

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