Após a condenação de Paulo Cupertino Matias a 98 anos de prisão pelo assassinato de Rafael Miguel e dos pais do jovem ator, a filha do réu, Isabela Tibcherani, decidiu romper o silêncio e se pronunciar publicamente. Emocionada, ela compartilhou o impacto da decisão judicial em sua vida e refletiu sobre os anos de sofrimento enfrentados desde o crime. "Durante todos esses anos que a gente esperou para ter um desfecho aceitável, um senso de justiça de fato", disse, revelando que sentiu a necessidade de se manifestar após o julgamento. 6z4rt
Isabela, que tinha apenas 18 anos na época do crime, foi testemunha direta da tragédia. Segundo seu relato, o pai não aceitava seu relacionamento com Rafael e, ao recepcioná-los em casa no dia 9 de junho de 2019, agiu com agressividade. Pouco depois, a jovem ouviu os disparos fatais: sete em Rafael, três em seu pai, João Alcisio, e dois em sua mãe, Miriam Selma. Desde então, ela vive com traumas profundos. "As pessoas não sabem a dor que é revisitar o momento mais traumático da minha vida", lamentou.
A condenação de Cupertino veio após dois dias intensos de julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. O juiz Antonio Carlos Pontes de Souza classificou o crime como brutal, destacando a "extrema violência" dos assassinatos e os efeitos devastadores sobre os familiares e a própria filha do réu. Apesar das provas técnicas, como a arma compatível com os cartuchos encontrados na cena, Cupertino negou os crimes e apresentou uma versão desconexa, alegando a presença de um "vagabundo" não identificado. Em sua fala, chegou a itir: "Eu fui covarde porque podia ter evitado".
A promotoria, representada por Thiago Alcocer Marin, foi contundente ao rebater a versão do réu, afirmando que Cupertino usou o tribunal como "palco" e que nunca havia enfrentado um caso com tantas evidências de autoria. "Se tem rabo de gato, pelo de gato, orelha de gato e mia, é um gato", ironizou o promotor, indicando que todas as provas apontavam para o empresário.
Para Isabela, a condenação representa um alívio e uma forma de amparo após anos de dor. "A justiça foi feita. É só gratidão por todo mundo que esteve ao meu lado", declarou. Apesar de reconhecer que a decisão não apaga o ado, a jovem acredita que é possível seguir em frente com a certeza de que o responsável enfrentará as consequências. "Vamos seguir com a vida, como eu já vinha fazendo, mas agora com a certeza de que o grande culpado de todo o caos vai pagar pelo que fez."