“Caiu o quê? Caiu um copo”, brincou Datena ao ouvir um barulho no estúdio do ‘Brasil do Povo’. Descontraído, o apresentador já se sente em casa no dia seguinte à estreia na RedeTV. 622
Minutos depois, ao conversar por telefone com um delegado, ele chamou a atenção da equipe. “Eu não sei o que me perguntaram aqui (no ponto eletrônico), mas quando estou fazendo entrevista, é bom não falar comigo porque não dá pra ouvir o entrevistado falar e, ao mesmo tempo, as pessoas que falam comigo.”
Na sequência, comentou a morte de um dos criminosos que assaltaram a casa de um empresário que acabou morto em SP. “Um bandido morreu, antes ele do que eu”, ironizou.
“Tem verba aí para acender vela para defunto ruim, tem?”, perguntou à produção. “Ah, não tem, eu não vou chorar o bandido que morreu... Não vou dizer aqui que vou rezar para ele. Quero que ele vá pros quintos dos infernos onde ele já deve estar.”
O apresentador ressaltou que os assaltos a residências não são exclusividade de “casa de bacana”. “Esses caras arrebentam a periferia, roubam pessoas que não têm dinheiro pra comer.”
“São de péssima índole, malditos na realidade, e muitos deles são soltos em saída temporária, o que provoca o retrabalho da polícia. Por isso, sou completamente contra saída temporária para latrocida, por exemplo.”
O veterano jornaista criticou as “leis ultraadas do Código Penal”, que permitem a juízes liberarem criminosos presos pela polícia, e os políticos “que não fazem muita coisa”.
Em outra pauta, sobre tiroteio no Rio, o velho Datena também se fez presente na linguagem popular. “O pau comeu... Uma facção meteu bala pra todo lado. Deixa eu ‘ver’ o barulho da bala aí... sobe o som, maestro.”
Ao narrar as imagens, ele voltou com o estilo estridente. “Esse é o som da caçada desses marginais a você que faz parte da população, de bandidos que matam todo dia e ainda têm benesses por causa de um Código Penal de 100 anos”, disse.
“O bandido tem mais moral do que o cidadão de bem, como você, que sai às ruas para correr atrás de trabalho e comida. Os caras vão presos, têm refeição, têm banho e ainda são soltos antes do tempo para matar.”
No 2º dia do ‘Brasil do Povo’, Datena estava mais dinâmico, lembrando os tempos de indignação em altos decibéis na Band e Record.
Ele tem comandado o telejornal com o aparelho de celular em mãos, usado para ligar a seus contatos, especialmente da polícia. Boa iniciativa que deixa o âncora mais participativo.
Famoso por fugir do roteiro, o comunicador colocou a repórter Janaína Barros, que estava na rua enfrentando baixa temperatura, para cantar música sertaneja. Ela topou o desafio e arrancou elogios com sua interpretação à capela de 'Evidências', de Chitãozinho e Xoxoró. Um momento leve após tantas pautas soturnas.
No Ibope, a vida de Datena não está fácil. No início da edição desta terça-feira (10), estava em 9º lugar no ranking, segundo apurou a coluna na aferição em tempo real, atrás de Globo, Record, Band, SBT, TV Gazeta, TV Cultura, TV Aparecida e Record News. Marcava 0.6 ponto. A média geral da estreia foi de 0.4 ponto.