Nesta terça-feira (03), o consultor executivo da Alpine, Flavio Briatore, voltou a se defender das acusações que o afastaram da Fórmula 1 por anos. Em entrevista exclusiva ao Corriere della Sera, o italiano negou ter orquestrado o acidente de Nelsinho Piquet no GP de Singapura de 2008, episódio conhecido como “Singapuragate”. 706s5t
“Nunca pedi nada a Nelsinho. Nunca falei com ele sobre isso”, declarou Briatore, negando também qualquer proximidade com o pai, o tricampeão Nelson Piquet.
O que foi o Singapuragate? 5c206q
O caso veio à tona em 2009, quando Piquet Jr. revelou que havia sido instruído a provocar o acidente na 14ª volta da corrida. O incidente provocou a entrada do safety car e beneficiou Fernando Alonso, que venceu a prova. A FIA puniu Briatore com suspensão por tempo indeterminado, decisão anulada posteriormente pela Justiça sa. Segundo o italiano, a acusação foi motivada por interesses externos e não se sustentava.
“Na época, eu já estava cansado”, disse Briatore. “Tinha vencido tudo e lançado novos talentos. A Fórmula 1 já não era um negócio estimulante para mim.” O ex-dirigente destacou que, mesmo após o escândalo, manteve respeito por nomes como Stefano Domenicali, atual CEO da F1, e que sua contribuição ao esporte é inegável: sete títulos mundiais no currículo.
Apesar do afastamento da linha de frente durante anos, Briatore voltou à categoria e ocupa atualmente o cargo de conselheiro executivo na Alpine, vivendo um novo cenário de tensão. A equipe trocou recentemente seus pilotos: Jack Doohan, que chegou a assumir a titularidade, foi rebaixado a piloto reserva, enquanto o argentino Franco Colapinto foi promovido ao posto principal ao lado de Pierre Gasly. A mudança gerou reações controversas no paddock.
Questionado sobre essa troca, Briatore foi direto: “Exatamente. Um bom exemplo. No ado, decidi colocar o jovem Fernando Alonso no carro — ele era só piloto de testes — no lugar do experiente Jenson Button. A imprensa britânica veio com tudo. Mas no fim, eu estava certo. Um gestor sempre está sozinho nas grandes decisões. Depois, com o tempo, os outros acompanham — como aconteceu com o Cova em Monte Carlo.”
A fala remete à decisão de 2003, quando Briatore bancou Alonso como titular mesmo sob críticas, o que acabou se revelando um acerto histórico. “Erros são inevitáveis — se você está fazendo algo, vai errar. O importante é mudar de rumo rapidamente assim que percebe, sem deixar o orgulho te prender na direção errada”, completou.
Você pode conferir a entrevista completa clicando aqui