Brasileira Barbara Zandômenico Perito acusa ex-namorado italiano Nunzio Bevilacqua de calúnia e difamação após ele afirmar à imprensa que ela faz parte de uma seita criminosa, enquanto ela nega as acusações e busca responsabilizá-lo judicialmente.
O italiano Nunzio Bevilacqua foi à imprensa italiana acusar a ex-namorada, a brasileira Barbara Zandômenico Perito, de fazer parte de uma seita de mulheres que engravidam para ganhar pensões alimentícias. A mulher nega a acusação e quer que ele seja responsabilizado por ela. 6i436u
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Segundo reportagem do Fantástico, da TV Globo, exibida no domingo, 11, Barbara e Nunzio, um advogado e empresário com negócios no Brasil, se conheceram em 2021, em Santa Catarina, quando ele se matriculou em um curso dela. A brasileira dá aulas de italiano e ensina português para estrangeiros.
Cinco meses depois, a relação deles começou a ficar pessoal e, após uma viagem com Nunzio, Barbara descobriu que estava grávida. Conforme a professora, ele ficou superfeliz, mas voltou para Roma e insistia para que ela fosse atrás dele.
Ela afirmou que começou a pensar que seria melhor ficar no Brasil perto da família, mas o italiano "não aceitou muito bem". "Ele me ligou um dia perguntando se tudo bem se ele não particie da criação dela, não registrasse e não ajudasse financeiramente. Eu falei: 'Isso aqui não está certo. A gente precisa fazer o que é certo: registrar, acertar a convivência, acertar a pensão'", disse Barbara.
Depois disso, Nunzio começou a dizer para a imprensa italiana que havia uma organização criminosa no Brasil com o intuito de enganar homens europeus para extorquir dinheiro. Em entrevistas, o homem afirmou que recebeu uma denúncia que dizia que a gravidez de Barbara "seria fruto de orgias e ritos satânicos brasileiros que alimentavam uma fábrica de crianças sobrenaturais para lucro com pensões alimentícias".
Após fazer um teste que confirmava a paternidade, Nunzio pediu um segundo teste, mas esse foi negado pela Justiça. Com isso, o italiano incluiu no roteiro da organização criminosa no País os membros do Ministério Público de Santa Catarina, grupos religiosos, médicos, políticos e familiares de Barbara.
"Ele criou uma narrativa como se no Brasil tudo fosse possível", contou Barbara. "Seita religiosa, que é uma organização criminosa, em que as mulheres engravidam de um santo por meio de uma fertilização. Ou seja, todas as crianças são filhas do mesmo santo, do mesmo guru. E, depois de dois anos, se a gente não alcança o objetivo, as crianças são vendidas", acrescentou.
"Eu não faço parte de seita nenhuma. Não existiu golpe de nenhum tipo. Existia um relacionamento que não deu certo e, desse relacionamento, existe uma criança -- que é saudável, minha filha, filha dele, que vive e está aí. É isso que existe nessa história", destacou ainda Barbara.
A defesa de Barbara quer que o italiano seja responsabilizado criminalmente. De acordo com a reportagem, um processo criminal foi instaurado para apurar os crimes de calúnia, difamação e perseguição.
No início de maio, ela conseguiu algumas medidas protetivas com a Justiça. Nunzio está proibido de se aproximar dela e dos familiares e não pode fazer contato por nenhum meio de comunicação. O italiano, que ainda não reconheceu a paternidade, não quis se pronunciar sobre o caso.