Lula afirmou em Paris que acredita na proximidade de um acordo para o cessar-fogo na guerra Rússia-Ucrânia, mas destacou que os líderes de ambos os países enfrentam dificuldade em comunicar suas intenções às populações.
PARIS - Em viagem à França, presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que compreende o calor e a veemência de um dirigente europeu em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia. "Até hoje faço a crítica sobre a ocupação da Ucrânia pela Rússia. Acreditamos em um cessar-fogo. Quem não acredita ainda é Rússia e Ucrânia", disse Lula em coletiva de imprensa após sua visita de Estado a Paris. 66476i
O presidente segue agora para Mônaco e Nice. "Acho que está mais próximo de um acordo do que parece. Por enquanto, parece que os dois líderes estão com dificuldade de dizer à população o que querem. Eles já sabem o que é possível", acrescentou.
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Lula afirmou que todos os dirigentes globais sabem que as condições do acordo estão colocadas. "O que está faltando é coragem de dizer o que querem. É muito difícil parar", observou, comparando com uma greve sindical.
Lula disse que propôs ao presidente da França, Emmanuel Macron, uma conversa com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e com países emergentes.
"Ouvir o que o Zelensky tem a dizer, o que o Putin tem a dizer e construir uma proposta de acordo e colocar na mesa. Se eles não estão em condição de dizer o que querem, alguém de fora pode dizer", defendeu, mencionando ser necessário o consentimento dos dois países sobre essa negociação.
Sobre a possível visita de Vladimir Putin ao Brasil para os Brics em julho, Lula disse que a decisão de ir ou não ao fórum é de Putin.
"Putin é membro nato do Brics e está convidado porque é membro nato. Ele está condenado por um tribunal, e a decisão é dele", afirmou.
*A jornalista viajou a convite da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec)