Bailarino brasileiro Luiz Fernando teve o visto de trabalho nos EUA negado sob o governo Trump, retornou ao Brasil e busca apoio para reorganizar sua vida e avaliar tentativas futuras de retomada da carreira nos Estados Unidos.
Depois de uma década vivendo nos Estados Unidos, com uma carreira sólida como bailarino profissional, o brasileiro Luiz Fernando da Silva, de 29 anos, foi impedido de voltar ao país onde construiu sua trajetória artística de sucesso. Nascido em Barra Mansa, no interior do Rio de Janeiro, Luiz atualmente está no Brasil, após ter o visto de trabalho negado de forma inesperada. A notícia foi “um baque”, segundo ele, que seguiu todos os trâmites legais. 2v2i6
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
“Eu não esperava que não tivesse a possibilidade de voltar a dançar lá. Eu ainda estou no processo de entender e aceitar mesmo, processar tudo o que está acontecendo. E, agora, é isso, é reorganizar, recalcular a rota”, relata o bailarino.
Luiz se mudou para os Estados Unidos em 2014 e, dois anos depois, começou a trabalhar profissionalmente no Miami City Ballet. Desde então, nunca teve problemas com a imigração. Ao ser contratado por uma companhia de dança tradicional do Harlem, em Nova York, ele deu início ao processo para a emissão de um novo visto de trabalho.
Ele poderia esperar pela emissão de um novo visto ainda morando nos EUA, mas não poderia trabalhar nem ter renda. Por isso, decidiu vir para o Brasil aguardar a emissão do novo documento, ao lado da família. O visto, entretanto, acabou sendo negado sob a justificativa de que não havia "provas suficientes" de que ele era apto para exercer aquela função.
A negativa aconteceu no dia 27 de abril, em meio ao endurecimento das políticas migratórias nos Estados Unidos, impostas pelo governo de Donald Trump. Luiz teve apoio jurídico providenciado pela companhia que o contrataria. Mas, com o visto negado, o que resta é aplicar novamente para tentar obter o documento.
“A meu ver, são políticas que me preocupam como cidadão, como ser humano. Então, eu preciso entender bem e ver se vale a pena, e se eu realmente vou continuar tentando ir para os Estados Unidos”, afirma.
Luiz diz que ainda avalia a possibilidade de tentar retornar aos Estados Unidos futuramente, em um possível novo cenário político. Enquanto isso, o brasileiro conta com o apoio da família, de amigos e de colegas de profissão.
“Eu estive muito triste com a notícia, com toda essa situação, mas eu tenho tido apoio da minha família, dos meus amigos, de companheiros de profissão, pessoas que participaram da minha trajetória em diversos períodos, escrevendo e mandando mensagens. Então, ver todo esse apoio, toda essa solidariedade está me dando força e está me inspirando a continuar seguindo em frente e batalhando pelo meu sonho”.