Ucrânia lança ataque inédito com drones e destrói mais de 40 aviões russos a milhares de quilômetros do front 6f4j2z

A Ucrânia realizou neste domingo (1º), uma operação de grande escala contra bases aéreas militares em diferentes regiões da Rússia. De acordo com os serviços de segurança ucranianos (SBU), pelo menos 41 aviões usados em bombardeios contra cidades ucranianas foram destruídos. A ação recebeu o codinome "Teia de Aranha". 4a2823

1 jun 2025 - 15h23

A Ucrânia realizou neste domingo (1º), uma operação de grande escala contra bases aéreas militares em diferentes regiões da Rússia. De acordo com os serviços de segurança ucranianos (SBU), pelo menos 41 aviões usados em bombardeios contra cidades ucranianas foram destruídos. A ação recebeu o codinome "Teia de Aranha". 4a2823

Militar ucraniano da 25ª Brigada Aerotransportada prepara um drone pesado do tipo Vampire para voo, próximo à linha de frente, durante ataque russo em andamento, na região de Donetsk, Ucrânia, em 5 de abril de 2025.
Militar ucraniano da 25ª Brigada Aerotransportada prepara um drone pesado do tipo Vampire para voo, próximo à linha de frente, durante ataque russo em andamento, na região de Donetsk, Ucrânia, em 5 de abril de 2025.
Foto: © Oleksandr Ratushniak / Reuters / RFI

Entre as aeronaves atingidas estariam bombardeiros estratégicos Tu-22 e Tu-95 — modelos de longo alcance, com capacidade para transportar armas nucleares e amplamente utilizados pela Rússia para lançar mísseis de cruzeiro. "Mesmo que apenas quatro ou cinco Tu-95 tenham sido destruídos, trata-se de um prejuízo significativo para a defesa estratégica da Rússia", avalia Ulrich Bounat, pesquisador do Instituto Open Diplomacy.

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Uma das bases atacadas foi o aeródromo de Belaia, na região de Irkutsk, na Sibéria Oriental, a mais de 4.300 km da fronteira ucraniana. O governador regional, Igor Kobzev, confirmou uma ofensiva com drones, mas não detalhou os danos. Os serviços ucranianos divulgaram um vídeo que mostra aeronaves em chamas e colunas de fumaça na base. A autenticidade das imagens ainda não foi confirmada por fontes independentes.

Outro alvo foi o aeródromo de Olenia, na região de Murmansk, no extremo norte da Rússia, a cerca de 1.900 km da Ucrânia. O Ministério da Defesa russo afirmou que as bases de Ivanovo, Ryazan e Amur também foram visadas, mas reconheceu danos apenas em Murmansk e Irkutsk.

Segundo a nota oficial, os ataques foram realizados com drones FPV lançados de locais próximos às bases. Os focos de incêndio foram controlados e não houve registro de mortos ou feridos. Algumas pessoas envolvidas na operação foram detidas, informou o ministério.

Fontes ucranianas afirmam que a ação foi planejada durante mais de um ano e contou com a supervisão direta do presidente Volodymyr Zelensky. Os drones teriam sido introduzidos clandestinamente em território russo e escondidos sob estruturas de madeira, cujos tetos foram abertos remotamente para o lançamento dos equipamentos.

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Este ataque representa a ação mais distante já realizada pela Ucrânia desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. Kiev tem utilizado drones com frequência contra alvos em território russo, mas raramente com alcance tão profundo.

Negociações na Turquia começam nesta segunda 5h2y68

A operação ocorreu um dia antes de uma nova rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia, marcada para esta segunda-feira (2) em Istambul. A reunião foi proposta por Moscou. Após hesitar sobre sua participação, o presidente Zelensky confirmou o envio de uma delegação liderada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov.

Entre os principais objetivos da Ucrânia estão a obtenção de um cessar-fogo imediato e o retorno de prisioneiros de guerra e crianças levadas à força para o território russo, segundo acusações de Kiev.

As delegações dos dois países já haviam se encontrado na cidade turca em 16 de maio, mas o encontro terminou com poucos avanços. Na ocasião, foi firmado apenas um acordo para troca de prisioneiros.

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Apesar das iniciativas diplomáticas, as posições seguem inconciliáveis. A Rússia exige que a Ucrânia desista da adesão à OTAN e aceite a anexação de cinco regiões ocupadas por tropas russas. Kiev, por sua vez, insiste na retirada total das forças invasoras e na restauração plena da soberania nacional. O Kremlin também rejeita o cessar-fogo imediato defendido por Ucrânia, Estados Unidos e países europeus.

Zelensky voltou a propor um encontro direto com o presidente russo Vladimir Putin. Até o momento, não houve resposta por parte do Kremlin.

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