Vídeo: Maior animal do mundo é visto no litoral de SP 2w4z5c

Animal foi observado por instituto de conservação de vida marinha na cidade de Ilhabela; aparecimento da espécie é considerado raríssimo 4j4mc

28 mai 2025 - 23h33
(atualizado em 29/5/2025 às 00h50)

26244a

Pesquisadoras do Viva Instituto Verde Azul, que promove estudos e ações para a conservação da vida marinha, avistaram na terça-feira, 27, uma baleia-azul (Balaenoptera musculus) na região de Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. A aparição do cetáceo, considerado o maior animal do mundo, é raríssima no Brasil.

Publicidade

As baleias-azuis podem atingir 30 metros de comprimento e 180 toneladas. O exemplar avistado em Ilhabela tem cerca de 20 metros e, por isso, o entendimento é que se trata de um animal jovem, que ainda não atingiu a fase adulta.

A fundadora do instituto, Mia Morete, celebrou o avistamento. Ela conta que falou com outros seis especialistas de países como México, Estados Unidos e Canadá para consultar se realmente se tratava de uma baleia-azul e a confirmação foi unânime.

Foram avaliadas algumas características físicas no animal, além de seus movimentos no mar. A aparição do grande mamífero foi gravada pela equipe do Viva a partir do ponto de observação de pesquisa. Lá, elas já fazem esse monitoramento há cinco anos.

"Isso (presença da baleia na costa brasileira) é muito importante. A baleia-azul foi muito caçada no século ado e chegou à beirinha da extinção. Aos poucos está se recuperando, mas, ainda sim, é uma espécie criticamente ameaçada", afirmou Mia.

Publicidade

"Ilhabela é uma região onde a gente pode ver 14 espécies diferentes de cetáceos, incluindo a baleia-azul", continuou a pesquisadora. "Precisamos cuidar bem de Ilhabela. A gente precisa ter políticas públicas de proteção porque esse local é realmente privilegiado".

A bióloga Marina Leite Marque, outra integrante da equipe do instituto, também comemorou o avistamento do animal. "Nós fazemos expedições até o México para observá-las. E hoje a vimos no Brasil", disse à reportagem.

Ao Estadão, ela explicou que a aparição não é comum porque os poucos registros que existem de baleias-azuis no Estado de São Paulo - cerca de cinco, segundo a pesquisadora - foram feitos em áreas oceânicas. "Então, uma aparição perto da região costeira é algo bem raro. Aqui, na costa, foi o primeiro registro", afirmou.

Algumas espécies de cetáceos, como as baleias-jubartes, estão na temporada de migração. Elas se deslocam dos mares antárticos, aonde vão no verão para se alimentar, e nadam de volta rumo ao Brasil para a prática do acasalamento e alimentação dos filhotes durante as estações de outono e inverno.

Publicidade

Contudo, diz Marina, este não é o caso das baleias-azuis. "Esse comportamento migratório serve apenas para as baleias-jubartes e baleias-francas".

As pesquisadoras afirmam que não se sabe ainda o que levou a baleia-azul a se aproximar tanto da região costeira brasileira. Marina, no entanto, menciona algumas hipóteses, como influência de alguma corrente oceânica, ou mudanças do ambiente onde o animal estava e que o levaram a nadar para a costeira.

"Ela também pode não estar saudável. Não é algo que sabemos. Pelas nossas imagens, isso não deu para avaliar", disse.

Pelo registro feito, a baleia-azul aparenta estar sozinha. Mas, de acordo com as pesquisadoras, isso não significa que ela esteja viajando de forma solitária. "Esses animais se comunicam pelo som e conseguem fazer isso a quilômetros de distância. Então, é possível que ela esteja acompanhada de outra baleia que esteja mais distante".

Por esse motivo, Marina chama atenção para o fato de, por estar perto da costa, onde há mais ruídos, essa comunicação pode estar sendo prejudicada. E, apesar da felicidade de avistar o maior animal do mundo, ela ite que também que se preocupa.

Publicidade

"É uma alegria de poder ver esses animais, mas, ao mesmo tempo, (existe também) uma insegurança do não ter o entendimento dos motivos de estarem aqui, diz.

"A região costeira é o local onde há maior efeito das atividades dos seres humanos, como a agem de embarcações, poluição sonora, poluição de plásticos e material orgânico depositado. Tudo isso pode provocar impactos a esses animais que estão ando por ali", completa.

Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações