TikTok e Instagram afetam mais o psicológico de meninas do que de meninos, diz estudo 3v3x36
Garota que usam essas redes sociais se sentem mais observadas e sofrem mais pressão com relação à aparência e à aprovação externa 2u6q65
Um estudo na Espanha revelou que TikTok e Instagram afetam mais o psicológico das meninas, especialmente devido à pressão sobre aparência e aprovação externa, enquanto reforçam estereótipos de gênero em ambos os sexos.
O TikTok e o Instagram afetam mais o psicológico de meninas do que de meninos que usam essas redes sociais, apontou um estudo realizado pela Universidade Pompeu Fabra (UPF) e da Universitadade Oberta de Catalunya (UOC), ambas na Espanha. Um dos principais motivos que explicam essa discrepância é que meninas se sentem mais observadas e sofrem mais pressão com relação à aparência e a aprovação externa. 1l192a
Os participantes, adolescentes espanhóis de 12 a 18 anos (50,5% meninas e 49,5% meninos), dos quais 70,7% são usuários do TikTok e 63,8% do Instagram, avaliaram o impacto das mídias sociais em nove aspectos de sua vida social, como um senso de pertencimento ou a capacidade de se expressar como são. A escala avaliativa ia de 1, o mais negativo, até 5, o mais positivo.
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No geral, os itens mais bem avaliados são a capacidade de organização coletiva (3,52), o senso de pertencimento a um grupo (3,51) e a possibilidade de se expressar como são (3,48). Não há diferenças significativas por gênero em nenhuma das dimensões do estudo, exceto no bem-estar psicológico, aspecto em que meninas pontuam 2,99, em comparação com 3,13 para os meninos.
Em termos gerais, o estudo aponta que os adolescentes consideram que o uso dessas mídias sociais tem um impacto neutro em suas vidas, sendo os efeitos negativos compensados pelos positivos. Os jovens até indicam certos efeitos positivos do uso das mídias sociais em seu bem-estar psicológico, pois sentem que elas fornecem conexão, e e espaço para discussão com pessoas em situações semelhantes.
Entre os participantes que fazem uso do TikTok, os aspectos mais valorizados são a interação com os outros usuários, que torna mais fácil para eles entender e aceitar normas e convenções sociais (3,56); e a possibilidade de ser e de se expressar como são (3.54). Apesar disso, o estudo ressalta que o algoritmo da rede social reforça padrões de gênero, o que pode ter impacto sobre a autoimagem e o comportamento dos jovens.
"O conteúdo de moda e beleza que o algoritmo oferece às meninas por padrão tem um claro impacto em sua imagem corporal e autoestima”, afirma a autora do estudo Mònika Jiménez, da UPF, e pesquisadora do grupo Comunicação, Publicidade e Sociedade (CAS) no Departamento de Comunicação.
“No caso dos meninos, o fato de o conteúdo sugerido estar intimamente relacionado ao esporte e aos jogos competitivos, com comportamentos muitas vezes agressivos, reforça a ideia do macho dominante associado à masculinidade tóxica, com pouco espaço para mostrar suas emoções”, acrescenta.
