Ritas apresenta cantora 'como ela era: sincera e transparente', revela diretor 3r2c5a
A Rolling Stone Brasil conversou com Oswaldo Santana sobre novo documentário de Rita Lee, que estreia nos cinemas em 22 de maio 6c106e
Ritas, documentário dirigido por Oswaldo Santana e codirigido por Karen Harley, chega aos cinemas nesta quinta-feira, 22 de maio, no Dia de Rita Lee. O longa traz a última e inédita entrevista de Rita Lee, momentos de seu cotidiano narrados e registrados pela própria cantora, além de um vasto material de acervo. 4r496r
Em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, o diretor Oswaldo Santana falou sobre o processo de pesquisa, gravação e montagem do documentário, além de elencar os principais desafios em condensar os mais de 60 anos de carreira da artista em um documentário com menos de duas horas de duração. Confira a seguir:
O nascimento do projeto 2o2b53
Ritas nasceu com a compra dos direitos da autobiografia de Rita Lee pela produtora Bionica Filmes. Segundo Oswaldo, foi a partir desse ponto que tudo começou a tomar forma. "A primeira entrevista, feita pela Karen, e a primeira rodada de pesquisa de acervo aconteceram em paralelo", esclarece. Ele lembra que a equipe também ou a receber muito material pessoal da artista, como vídeos caseiros e conteúdos de celular, que enriqueceram a narrativa.
Oswaldo conta que, com o tempo, uma nova camada se somou ao filme: a pesquisa fotográfica. "A gente chegou a um momento muito forte, com acervos de fotos, que trouxeram uma nova linguagem para o documentário", explica. Ao lado do diretor de arte Ricardo Fernandes, a equipe ou a pensar formas visuais de reforçar os elementos que queriam destacar no filme.
Rita Lee como fio condutor da narrativa 5r3t69
A decisão de ter Rita Lee como voz ativa do documentário veio de maneira orgânica, especialmente pelo ponto de partida ser a autobiografia da cantora. "Foi natural seguir por esse caminho", diz Oswaldo. Segundo ele, a forma como Rita lida com os momentos, com humor, ironia e leveza, mesmo ao tratar de assuntos sérios, tornou claro que "a própria voz dela era o que tinha mais potência".
A "familee" 1w6d36
Para Oswaldo, a família de Rita — a quem ele chama carinhosamente de "familee" — foi essencial e próxima. "Eu brinco que trato eles como familiares. São muito participativos, mas também muito abertos", afirma. Segundo ele, não houve qualquer tipo de censura ou limitação por parte da família: "Essas palavras não existem ali".
O diretor conta que, durante o processo, especialmente entre 2018 e o início da pandemia, a troca com a família foi constante, com decisões sendo compartilhadas e s sendo recebidos em momentos-chave. "Eles foram participativos até o final."
Equilíbrio entre as Ritas e a visão do diretor 2f6g3k
Apesar de Rita Lee conduzir a narrativa, existe uma direção por trás do projeto. Oswaldo acredita que este equilíbrio veio com a descoberta do conceito de múltiplas Ritas. "Quando chegou o insight de Ritas, a gente entendeu que a força estava em mostrar suas várias facetas", explica.
Ao invés de aprofundar apenas um aspecto da artista, a equipe escolheu abordar todos, transformando o documentário em uma viagem multifacetada. "Esse olhar deu outro sentido à pesquisa. Por exemplo, o material dela na MTV com a banda Os Mutantes ou a ter um novo valor."
O desafio de lidar com tantas Ritas 4i3u8
Oswaldo confessa que ter uma carreira como montador — ele assina a edição de projetos como Bruna Surfistinha (2011), Santo Maldito (2023) e Turma da Mônica - A Série (2022), entre outros — o ajudou a lidar com tantas Ritas. "Como é meu primeiro filme como diretor, contar com essa experiência foi fundamental para construir um arco", relata. Ele explica que foi necessário ajustar os pesos das diferentes histórias para evitar que alguma se sobressaísse demais.
A importância da música 1x1i4u
A música também teve um papel importante em Ritas: "Ela ajuda a conduzir, a fazer viradas, a criar dinâmica. O documentário musical permite isso". A direção musical foi um trabalho coletivo, mas com liderança de Oswaldo. "Dividi com os roteiristas, a Karen Harley — que também é co-diretora — e o Fernando Fraiha", diz.
Para ele, escolher o repertório de canções envolveu pensar em dois eixos: a emoção contida nas músicas e a memória afetiva que elas despertam no público. "A Rita falou de tudo: ditadura, amor... Então o desafio era como trafegar por isso tudo com coerência e emoção."
Gravações caseiras 1l721h
Certas cenas de Ritas são compostas por gravações caseiras que a própria Rita Lee fez em seu celular. Essas imagens começaram a ser enviadas por Rita antes mesmo da pandemia. "A gente pedia: 'Rita, manda uns vídeos aí', e começou a chegar material incrível", conta Oswaldo.
Como ela e a família já tinham o hábito de se filmar, havia muito conteúdo informal, íntimo e verdadeiro. "Foi difícil escolher o que entraria. Era tudo muito bom. Esse material mostra como o cotidiano dela era rico, gostoso de assistir, real."
Apesar da grande quantidade de material gravado e disponibilzado pela família de Rita Lee e coletado a partir de pesquisas, Oswaldo diz que o processo longo de desenvolvimento deu segurança nas escolhas.
" Claro que tem coisas que ficaram de fora, mas foi natural. Em documentários baseados em arquivo, o licenciamento também é um fator determinante. Não basta querer colocar algo, é preciso viabilizar legalmente."
Uma Rita Lee vulnerável... Ou verdadeira? 345g4v
Mostrar uma Rita Lee mais vulnerável exigiu sensibilidade, mas foi coerente com quem Rita sempre foi. "Ela sempre foi sincera, transparente, verdadeira — no palco, na horta, diante das câmeras ou longe delas", reflete Oswaldo.
Ele destaca que, com o tempo, especialmente com os vídeos mais recentes, veio o desejo de mostrar a Rita de cabelo branco, vivendo uma fase mais reservada. "Eu trocaria 'vulnerável' por 'verdadeira'. Essa é a Rita: uma artista que viveu com verdade cada momento."
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