Ritas condensa o legado de Rita Lee em autorretrato documental 1t1r70
Dirigido por Oswaldo Santana e codirigido por Karen Harley, documentário estreia nesta quinta-feira (22), Dia de Rita Lee h1y6
Mergulhar nos 60 anos de carreira de Rita Lee e seus quase 80 anos de vida é uma tarefa quase impossível para um documentário de apenas 1h20. No entanto, Ritas, dirigido por Oswaldo Santana e codirigido por Karen Harley, não tenta decifrar Rita por completo, e talvez esteja aí sua maior força. 6a6d1u
Em vez de um retrato totalizante, o filme, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (22), Dia de Rita Lee, opta por uma celebração íntima, afetiva e criativa de uma artista que sempre escapou das molduras convencionais. O resultado é um autorretrato que abraça a multiplicidade das Ritas que habitaram a mulher por trás do mito.
Ritas parte da própria voz de Rita Lee, recuperando entrevistas inéditas, gravações caseiras e registros pessoais que, costurados com inteligência — e muita música —, criam uma narrativa guiada pela própria artista. É uma escolha acertada: ninguém melhor do que Rita para falar sobre Rita. Com humor ácido, ironia, doçura e, sobretudo, verdade, ela nos conduz por sua trajetória com uma lucidez impressionante, inclusive ao tratar de temas difíceis. O tom nunca escorrega para o melodrama nem para a idolatria vazia: é um filme sincero, como ela sempre foi.
Visualmente, o documentário assume um espírito psicodélico e lúdico, traduzido em animações e uma montagem vibrante que homenageia não só a estética da artista, mas sua atitude desafiadora diante da vida e da arte. A trilha sonora, como não poderia deixar de ser, pulsa como coração do filme, não apenas como fundo musical, mas também como extensão da própria narrativa. Cada canção evoca memórias coletivas e afetivas, compondo também a Rita que vive na imaginação do público.
Apesar disso, Ritas pode despertar em algumas pessoas a sensação de que ainda havia mais a explorar — o que não deixa de ser verdade, afinal, como já dito, este é um documentário que tenta condensar mais de sete décadas de história em menos de 90 minutos. No entanto, a proposta do filme não é didática nem analítica, mas emocional. E dentro dessa proposta, entrega o que promete: um mergulho sensível e cheio de saudade nas mais variadas facetas de Rita Lee.
No fim, Ritas é menos uma biografia e mais um encontro. Um reencontro na verdade, entre Rita e seu público, entre Rita e ela mesma, entre Rita e a câmera, que ela encara sem máscaras. Em suma, é como declara o diretor Oswaldo Santana, em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, "o filme é um convite à entrega: viver o momento, como Rita viveu", de forma intensa, honesta, irônica, amorosa e múltipla.
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