Padre Fábio de Melo se irrita com a internet e desabafa 453973
Religioso critica redes sociais após polêmica em cafeteria 75z3x
O que começou como uma ida inocente à cafeteria Havanna em ville, Santa Catarina, se transformou em um turbilhão de críticas, debates e, claro, muita comoção nas redes sociais. 2gf65
No centro dessa tempestade está o padre Fábio de Melo, conhecido por unir fé, cultura pop e reflexões sensíveis em suas postagens.
No entanto, dessa vez, o religioso acabou se tornando alvo daquilo que ele mais critica: o linchamento digital.
Tudo começou no dia 10 de maio, quando o padre notou uma divergência entre o valor mostrado na prateleira e o preço cobrado no caixa por dois potes de doce de leite diet.
Ao questionar a atendente e invocar o Código de Defesa do Consumidor que garante o pagamento do menor valor em caso de discrepância, Fábio de Melo se viu envolvido em uma discussão com o gerente da loja, que teria, segundo ele, sido ríspido: "O preço é esse; se quiser levar, leve".
A repercussão foi imediata. Após o padre relatar o episódio nas redes sociais, o gerente em questão, Jair José Aguiar da Rosa, foi demitido. Mais tarde, em entrevista, Jair negou ter falado com o religioso e afirmou que apenas reposicionou uma etiqueta que havia caído.
Mesmo após análise das câmeras de segurança, sem registro de grosseria, a demissão veio, segundo ele, como resposta à pressão da opinião pública.
Fábio de Melo, que já usou as redes para falar sobre temas como depressão e espiritualidade, publicou um longo texto no Instagram no dia 20 de maio, demonstrando cansaço diante da toxicidade online. Embora não tenha citado diretamente o episódio da cafeteria, sua mensagem refletia a dor de quem sente o julgamento injusto de todos os lados.
"Estou a um o de desistir", confessou. Em um trecho forte, o padre afirmou que as redes sociais se tornaram "a mais assertiva armadilha que o Diabo criou". Para ele, a coragem que o mundo virtual oferece às pessoas para dizer o que não teriam ousadia de dizer pessoalmente tem gerado uma cultura de ódio sem freios.
Fábio também comentou como sua neutralidade política acaba sendo atacada por todos: "Ninguém viu o meu voto, mas juram que sabem qual é o meu posicionamento político", lamentou. Ele ainda mencionou que o desejo de odiar parece ter virado hábito nas plataformas digitais — e, para quem está do outro lado da tela, os efeitos podem ser devastadores.
Padre Fábio: O tribunal das redes e o eco do cancelamento 2o2g72
O caso também levantou discussões mais profundas sobre o papel das redes sociais na vida pública e privada. Leandro Rodrigues, amigo que acompanhava o padre na cafeteria, precisou ir às redes se explicar, após ter seu nome envolvido em teorias infundadas.
Já o ex-gerente demitido deu entrevista dizendo ter sido vítima de um linchamento virtual. "Do nada, tem um país todo te massacrando", desabafou.
Esse episódio é mais um alerta: a internet virou, sim, uma arena onde se digita mais do que se escuta. E, nessa arena, todos — do padre ao gerente da cafeteria — estão sujeitos a julgamentos sumários, onde a versão que chega primeiro costuma ser a única ouvida.
Talvez o maior desafio do mundo contemporâneo não seja o o à informação, mas a empatia na hora de compartilhá-la. Se até um padre, com seu discurso pacificador e sua postura equilibrada, sente-se prestes a desistir, é hora de todos refletirmos: que tipo de mundo estamos ajudando a construir com nossos cliques e comentários?