Ailton Graça relembra papel como marido de Viviane Araújo em novela: 'Extremamente ciumenta' 4l2b4h
Em entrevista à Contigo! Novelas, Ailton Graça fala sobre sua participação como marido de Viviane Araújo em Volta por Cima, novela das sete da Globo 1f6n26
Prestes a se despedir de Volta Por Cima, Ailton Graça exalta a representatividade na trama das 7 da TV Globo. "Nossa novela tem um núcleo de pretagonistas", observa o ator, que também comemora, em entrevista à Contigo! Novelas, a possibilidade de interpretar um empresário de sucesso que não se deixa levar pelo dinheiro. 336o42
Volta por Cima tem feito sucesso e foi exaltada pela representatividade. Como avalia a novela?
"Essa novela tem uma coisa muito interessante, que o nosso casal de namorados, são pretos, negros. Quando vejo a Jéssica (Ellen) e o Fabrício (Boliveira) juntos, dentro de uma trama super popular, vejo que a Claudia (Souto, autora) acertou muito. É uma novela que fala de uma brasilidade que pouco aparece nas novelas. O mundo hoje está procurando pessoas mais próximas da gente, reais. E a novela cumpre uma coisa que acho que o cinema americano sempre faz, que é falar do teu povo, falar da sua gente. Quando vejo Volta por Cima não vejo só o Rio de Janeiro, eu vejo a periferia de um país, de um país que quer ser visto e os pretagonistas estão fazendo um traçado bem bacana. Eu fico muito feliz com o meu personagem, porque se criou muita falácia ao redor da paternidade preta, de abandono. E o nosso caso é o contrário, o meu personagem quer ser pai de um menino que já foi criado por uma mãe solo e que ele não sabia. Ele ficou feliz com essa descoberta, está tentando resgatar essa história e recuperar o tempo perdido".
E não só atores negros colocados no protagonismo, mas como ricos também. Seu personagem, o Edson, é dono da Viação Formosa.
"É engraçado porque quando vou ao mercado ou a outro lugar consumir alguma coisa, tem sempre alguém que faz a piada perguntando se tem vaga lá na Formosa (risos). Ao mesmo tempo, tem gente que acha o Edson bonzinho demais com os funcionários, que está sempre rindo, é solar. Eu tento me basear na construção da humanidade. Quem construiu a humanidade foi o nosso povo preto. E a minha orientação, também orientação espiritual, está nesse lugar. Quem construiu tudo, matemática, astronomia, filosofia, foi o nosso povo e não foi no lugar do poder absoluto, foi no lugar de que a ideia era maior que a gente, por isso Ubuntu (palavra de origem africana que significa eu sou porque nós somos). Então tento fazer esse cara mais agregador. O Edson é um zelador, ele preside uma empresa, mas ele zela por aquelas vidas, ele tem uma outra compreensão da vida e isso que é legal, as pessoas estão vendo uma pessoa mais sensível nesse lugar. E a sensibilidade preta acho que tem que ser apontada e desenvolvida num outro lugar, num outro lugar mesmo de código de conduta, que atravessa qualquer sistema político vigente, nem é comunista, nem é capitalista, ele é uma outra coisa, ele é um cara que tem um pensamento mais agregador".
E é bom fazer um personagem rico, né?
"Muito! Estou esperando por isso há muito tempo. Eu já fiz outro personagem rico, mas eu nem sabia a história dele, era o Barão de Sete Pecados. Fico feliz de fazer esse personagem, o Edson, que é muito rico, que quando estou no estúdio, de um lado é o escritório e do outro é a casa, então, o estúdio fica só para gente (risos). Ele é um cara muito bem-sucedido, mas isso não é o que move ele, essa riqueza. A relação que ele criou com os funcionários é uma coisa até familiar. Eu adorei fazer a festa do lançamento da campanha da Formosa na casa dele, ele chamou os funcionários para lá. Acho que isso é outra quebra também. Acho que algumas novelas que am na Vieira Souto não têm isso, essa coisa popular".
A novela também marca seu reencontro com a Viviane Araújo...
"A gente se fala com uma certa frequência, então não é muito distante. Agora fazer marido e mulher é uma novidade, porque a gente fez um casal de muito sucesso, que foi Xana e Naná, em Império, e agora foi uma outra construção. Fiquei feliz também porque a gente pôde observar a Vivi em uma outra construção, de uma pessoa extremamente ciumenta, possessiva, que faz com que ela mostre o lado atriz. Esse nosso jogo em cena foi bem divertido".
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