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Opinião: por que a Receita Federal não faz o nosso Imposto de Renda? 3p1wz

Se o órgão federal dispõe de dados até para nos flagrar na malha fina, deveria preencher a declaração inteira 3f3zl

30 mai 2025 - 08h47
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Resumo
A Receita Federal poderia automatizar o preenchimento do Imposto de Renda, aumentando a eficiência do processo. Seria um uso produtivo da tecnologia, da inteligência artificial ou de qualquer outro recurso que nos poue tempo e estresse.
Muita gente deixa para preencher a declaração de última hora por falta de tempo, mas existe um fator psicológico de repulsa.
Muita gente deixa para preencher a declaração de última hora por falta de tempo, mas existe um fator psicológico de repulsa.
Foto: Juca Varella/AB

A pergunta pode ser inocente, mas é de um leigo em tecnologia, portanto é uma questão que pode ar pela cabeça do cidadão comum: por que temos que preencher a declaração do Imposto de Renda se a Receita Federal dispõe de todos os nossos dados? 5j6y28

Tanto dispõe que, por qualquer vacilo, somos flagrados na malha fina. Portanto, meu Deus, qual a dificuldade em pedir para alguma inteligência artificial fazer o trabalho de contagem, subtração, divisão e multiplicação da nossa vida financeira? Ou seria fiscal?

Preencher os formulários parece pior que pagar o imposto, obrigação que eu e a torcida do Corinthians, do Flamengo, além dos que odeiam futebol, fazemos sempre, na última hora do último dia. Escrevi obrigação, mas é tortura.

Sonho com o dia em que receberei o boleto com o resultado da declaração. Não precisaria nem anexar as planilhas de detalhamento. Eu ficaria tão feliz que nem conferiria as contas – assim como, em geral, não confiro quase nenhuma.

Mas, para quem quisesse conferir, e já que a Receita Federal teria feito as contas, o contribuinte poderia receber o arquivo com todos os dados em PDF, Excel ou em qualquer outro formato.

Você ainda pode estar achando a proposta absurda, mas ela vai se tornando cada vez mais aceitável na medida em que entendemos que as máquinas devem trabalhar para nós, não o contrário.

Em um livro badalado lançado em 2000, desses que você encontra até em posto de gasolina de beira da estrada, o sociólogo italiano Domenico de Masi defende a noção de “ócio criativo”, que não significa vagabundear, mas aproveitar criativamente o tempo.

Porém, como realizar essa utópica proposta, meu querido de Masi, se no melhor momento do relaxamento criativo você tem que pular do sofá porque lembrou que não preencheu o maldito Imposto de Renda, e o prazo se encerra em poucas horas?

E não me venham com essa aparente facilitação de que, caso preencha errado a declaração, é possível fazer a famigerada retificação. É um segundo preenchimento, só o adiamento do problema, e pior: precisa ser exato, corretíssimo, para que não gere a retificação da retificação, um espiral infinito de loucura, tortura, talvez de morte.

O envio do Imposto de Renda preenchido ao contribuinte teria vantagens também para os governos que nos abocanham como leões: diminuiria o ódio ao imposto, uma vez que geraria menos estresse. Já imaginou, por exemplo, receber automaticamente a restituição, caso tenha direito?

Devo confessar que se, tecnicamente falando, nada disso for possível, será a maior decepção tecnológica da minha vida. Corro o risco de ar a desconfiar, como os negacionistas, de que o homem foi à lua.

Fonte: Visão do Corre
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