F1: Não é somente o tamanho dos carros que atrapalha a ação 5d1k6w
Muita gente atribui a falta de ultraagens em Monaco e em outros circuitos simplesmente ao tamanho atual dos carros. Não é só isso.... 1c1r6i
Não é de hoje que muita gente vive ponto a culpa da falta de ação em Mônaco por conta do atual tamanho dos carros da F1. Vários especialistas encampam esta visão e colocam como o fator determinante para que a F1 não tenha tanta ação nos circuitos de rua mas também em tantos outros do calendário. 3h3gs
Embora se reconheça que o F1 atual seja uma verdadeira limousine, alcançando quase os 6 metros de comprimento e o próximo regulamento prevê uma ligeira redução nestes numeros, reduzir a questão simplesmente ao tamanho é querer forçar guardar um elefante dentro de uma caixa de fósforos.
Se tamanho de carro fosse a unica razão para a falta de ação de pista em Monaco, a F1 teria corridas sensacionais no Principado até meados dos anos 2000. Mas quem acompanha a categoria sabe que ultraar em Monaco sempre foi uma tarefa dificil. É atribuida a Nelson Piquet a definição de que "correr em Monaco é como andar de bicicleta na sala de casa".
Temos sempre que lembrar que os carros foram crescendo de tamanho principalmente para acomodar situações de segurança e reduzir velocidade. Com a introdução dos motores híbridos, o crescimento foi maior para poder acomodar a bateria, bem como os novos sistemas de recuperação de energia.
Outro aspecto para o crescimento dos carros foi a aerodinamica. Para atender às demandas técnicas, os engenheiros aram a fazer carros maiores para tentar compensar a perda de pressão aerodinâmica e mecânica feita continuamente pelos regulamentos. Dentro desta lógica, cada vez mais os carros tiveram áreas maiores de contato com o ar, seja através de superficies maiores ou aparatos colocados.
Isso tudo gera uma situação que a FIA tenta brigar não é de hoje: o tal do ar sujo ou turbulência. Isso impede que os carros andem juntos, pois o carro de trás perde estabilidade e adereência com o aquecimento dos pneus. A volta do efeito solo em 2022 foi mais uma tentativa para reduzir isso. Se conseguiu alguma coisa, mas o exército de técnicos dos times fizeram milagres.
2026 temos a volta da redução de apoio aerodinamico para deixar os carros mais nervosos e tentar aumentar ultraagens...
Outros dois pontos que acabam por influenciar: a aderência mecanica (maior eficiencia de suspensões e pneus) e a eficiencia de frenagem. Este último a evolução é algo espetacular: um F1 hoje consegue parar em um espaço de 100 metros. Graças a freios de carbono e tecnologias de construção, os freios chegam a temperaturas próximas a 1000º C e pode se frear cada vez mais "dentro" das curvas. Isso faz com que se diiminua o espaço para que se possa retardar as freadas e assim mais ultraagens...
De certa forma, tem uma categoria que hoje tem um carro que é tão grande quanto a F1, não é tão dependente de aerodinamica e a frenagem não é tão eficiente: ponto para a F-E. Embora tenha seus subterfugios como a Zona de Ataque (Attack Zone) e aumentar a diferença de potência entre os carros para aumentar as ultraagens, a F-E hoje tem elementos que acabam por tornar as provas mais movimentadas.
Tempos atrás, escrevi um artigo mostrando a comparação direta da F1 com a atual geração da F-E em Monaco e, se virmos os carros, as diferenças não são tão gritantes assim. E com base nestes aspectos é que nota-se a dinamica diferente entre as duas categorias no mesmo traçado.
Claro que as pistas também tem que se adequar. Mas hoje o problema reside mais nos carros do que nos traçados. No caso de Monaco, mudanças são necessárias não são de hoje. Outros traçados também merecem mudanças. Mas isso custa dinheiro e com taxas cada vez maiores sendo cobradas aos organizadores, qualquer investimento tem que ser muito bem pensado...
Em breves linhas, é isso. Não há um unico culpado e reduzir a um unico fator a falta de ultraagens e ação em pista é algo complicado, embora confortável.