Por que affair entre jogador e cantora drag queen causa espanto no futebol u25j
Atleta formado na base do São Paulo recebe comentários homofóbicos após confirmar relacionamento casual com Pabllo Vittar 6k2636
No mesmo espaço em que o volante Yuri Lima é frequentemente exaltado pelo namoro com a cantora Iza, o zagueiro Polidoro Junior, com agens por Portuguesa, São Caetano, clubes do exterior e formado na base do São Paulo, agora é achincalhado com piadas homofóbicas depois de confirmar ter tido um affair com a cantora Pabllo Vittar. 4q3a50
A diferença de tratamento entre os jogadores diz muito sobre a homofobia que permeia o futebol. Ninguém se espantou pelo fato do defensor do Mirassol ter assumido relacionamento heterossexual com uma mulher famosa e bem sucedida. Pelo contrário, ele foi praticamente aclamado por ter “conquistado” a cantora, que está grávida do primeiro filho do casal.
Já Polidoro, que não hesitou em afirmar já ter ficado com uma cantora igualmente famosa e bem-sucedida, mas que se identifica como um homem gay drag queen e de gênero fluido, recebe comentários homofóbicos por renunciar ao padrão másculo que o meio espera dos jogadores de futebol.
Sempre associado à força, virilidade e ao estereótipo da figura que pode se relacionar com qualquer mulher que desejar por causa de seu status, o atleta de futebol é visto como um ideal de masculinidade a ser alcançado por homens que iram o esporte. Em um ambiente machista e homofóbico, esse papel preconcebido ajuda a explicar por que são raros os jogadores que se identificam como LGBTQIA+ na modalidade, pois sabem que serão perseguidos e rejeitados pelos torcedores.
Quando um jogador é alvo de chacota discriminatória devido a um relacionamento homoafetivo e outro é glorificado pela mesma razão, porém namorando com uma mulher cisgênero e heterossexual, é sinal concreto de que a maioria dos homens, sobretudo a parcela que circula pelo futebol, ainda se espanta e se afeta com a diversidade sexual e de gênero.
Enquanto relacionamentos homoafetivos são comuns no futebol feminino, inclusive entre atletas do mesmo clube, o masculino continua resistente em reconhecer o direito dos atletas se relacionarem com quem bem entenderem, independentemente da orientação sexual. Logo, o problema da LGBTfobia não é do esporte ou da modalidade, mas de uma cultura preconceituosa que raramente é confrontada no meio do futebol jogado e consumido por homens.