Palmeiras perto do título, Galo atropela Flamengo, e o Botafogo continua a saga de decepções 6rp5z
Verdão, com o faro de gol do garoto de ouro Endrick, e Atlético-MG, da dupla Hulk-Paulinho, voltam a brilhar 6w3t29
Existem três jogadores que precisam ser estudados depois do término desse Campeonato Brasileiro: Endrick, Paulinho e Tiquinho Soares. Que tal começar por Endrick? O garoto de ouro do Palmeiras chegou a chorar lágrimas de esguicho no ano. O menino de 17 anos parecia não ar a pressão. Mais uma revelação que tremia com a vida real. Para protegê-lo e até para deixar o time mais competitivo, Abel Ferreira resolveu colocar o adolescente em um banco quase eterno. Aliás, Endrick quase foi para o sub-20. Os deuses do futebol não deixaram. ou a ser o fator de desequilíbrio do Palmeiras. Cresceu. Deu a volta por cima como estava no samba de Paulo Vanzolini, outro PV das letras. 1z3u39
A maturidade, enfim, apareceu naquele jogo contra o Botafogo no Estádio Nilton Santos. O Verdão perdia por 3 a 0 no primeiro tempo. Na segunda etapa, Endrick fez dois golaços, recolocou o Palmeiras na partida e, aí, vocês já sabem o que aconteceu. Virada sensacional para cima do alvinegro carioca. Ele acabou convocado por Fernando Diniz para a seleção brasileira. Endrick foi considerado de forma equivocada a revelação do Brasileiro do ano ado. Premiação que seria justa agora, mas considerá-lo o melhor do Brasileirão hoje não é uma fantasia. Endrick, que fez mais um gol, dessa vez, no pobre rebaixado América-MG, é uma doce realidade.
Já Paulinho tem uma trajetória impressionante no Atlético-MG. Ele começa muito bem, faz gols de tudo que é jeito e tem boas atuações na fase de grupos da Libertadores.
Felipão começa mal, mas dá a volta por cima
Em determinado momento, Luiz Felipe Scolari chegou. Alguns torceram o nariz. Ele estava em outra função no Athletico-PR, Paulo Turra era o técnico do Furacão, e parecia não mais ter vontade de voltar a ser treinador. No entanto, é o Felipão, o comandante do penta do Brasil. Infelizmente, marcado pela tragédia do dia 8 de julho de 2014 no Mineirão: o ‘Alemanha 7 a 1’. Aliás, Scolari foi bicampeão da Libertadores, com um título pelo Grêmio e outro pelo Palmeiras. No ano ado, ficou com o vice dessa competição. Quando chegou no Galo não conseguia ganhar. Não conseguia. Hulk e Paulinho jogavam distantes e não tabelavam com a mesma frequência.
Arena Paulinho
A Arena do Galo foi inaugurada e, a partir daí, Paulinho ou a ser um super artilheiro e jogador. Paulinho e Hulk voltaram a se encontrar dentro de campo. As tabelinhas ficaram geniais. Já o estádio se transformou na Arena Paulinho. O camisa 10 do Atlético virou o matador do Brasileirão. Lidera a artilharia, com 18 gols. O atacante, que é bom de fala também e luta contra dois fatores abomináveis, a opressão do pobre e o racismo, como fazia Reinaldo nos anos 1970 e 80, ou a ser o destaque do time. Sempre auxiliado pelo inspirado Hulk, representante do nordestino lutador, Paulinho aniquilou e aniquila defesas de forma revolucionária. Cito novamente o compositor Paulo Vanzolini: ‘Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima’. A última vítima foi o Flamengo de Tite em pleno Maracanã. O Galo está sedento. O Palmeiras terá concorrente.
E o Tiquinho?
Tiquinho Soares foi disparado o melhor jogador do (primeiro) turno, com o Botafogo batendo recordes, como os 47 pontos que deram a liderança absoluta, porém, o camisa 9 do time da Estrela Solitária lesionou o joelho contra o Cruzeiro. Ficou um tempo fora. Diego Costa, o antigo monstro do Atlético de Madri e da seleção espanhola, o substituiu de forma até competente. Tiquinho retornou e, noas primeiros três jogos, não teve grandes desempenhos. O ‘sem carisma’ Bruno Lage barrou Francisco Soares e deixou Diego no time titular. Era a partida contra o Goiás no Nilton Santos. Tiquinho entrou na segunda etapa com o Fogão desfigurado, pois Eduardo foi posicionado como segundo meio-campo, sem cacoete naquela função, dois pontas e dois atacantes internos, como chamavam ponta-de-lança e centroavante nos primórdios do futebol.
Com seis minutos do segundo tempo, Tiquinho marcou. O chute foi quase no ângulo. Bateu na trave e entrou. Depois, descobriram que a bola desviou no zagueiro Lucas Halter. Não interessava. Tiquinho foi decisivo de novo. Francisco Soares, o Tiquinho, chegou a marcar um bonito gol em um Fluminense recém-campeão da Libertadores, mas a fonte secou. Tiquinho e Eduardo aram a ter desempenhos ruins. O Botafogo não vencia nem um time formado por sombras. Aliás, o presente e o futuro eram sombrios.
No jogo contra o Coritiba, na rodada 36, Tiquinho não desperdiçou pênalti aos 50 minutos da segunda etapa. O camisa 9 não marcava há um mês! No entanto, 30 segundos depois, o Coritiba empatou, e a partida acabou. A frase ‘Existem coisas que só acontecem com o Botafogo’ nunca foi tão apropriada.
O dono da melhor campanha na história do primeiro turno do Brasileirão dos pontos corridos continuava a saga de resultados negativos impressionantes. De 13 pontos de vantagem para o segundo colocado, o Botafogo, nesse momento crítico, está a três pontos do líder recente, o Verdão.
The green is the new black. Traduzindo: o verde é a cor da moda. Por que? Porque o Palmeiras tomou a liderança do Botafogo. Tiquinho, Eduardo, expulso contra o Coritiba na 36ª rodada do Brasileirão, Adryelson & Cia não tiveram inteligência emocional. Eu tento compreender Tiquinho, que a por um drama pessoal, mas os outros atletas do Glorioso (Glorioso?) andam falhando muito. Essa do Adryelson ficar de costas para a cobrança do camisa 9 nos acréscimos foi vergonhoso. Vergonha que continuou em campo porque o número 34 do Bota apenas observou a jogada que originou o empate do time paranaense. O Botafogo reconheceu a queda, mas desanimou e continuou cabisbaixo, sem levantar a cabeça nos momentos decisivos.
É surreal o que acontece com o Botafogo. É uma equipe de pipoqueiros. Alivio um pouco a barra de Tiquinho Soares, porém, os outros merecem a fama. Amarelaram mesmo.
Já o Palmeiras mostra garra de campeão. Endrick brilha. O Galo da dupla Hulk-Paulinho voa baixo. Felipão comanda de forma quase perfeita um elenco muito bom. Scolari parecia perdido no começo. Apenas parecia. Não me surpreenderia com o título do Atlético-MG. No entanto, o Palmeiras tem favoritismo.
Brasileirão sensacional
Com a vitória do Cruzeiro sobre o Goiás na última partida da 35ª rodada, Bahia, Vasco e Santos ficaram pressionados com a corda apertada no pescoço. A Série B parece ser logo ali para esse pessoal, e o fantasma do rebaixamento anda puxando os pés dessa turminha do barulho. O Bahia deu um show quando amassou o Corinthians, por um tresloucado e improvável 5 a 1, em Itaquera. Impressionante. No entanto, na 36ª rodada, em casa, perdeu para o São Paulo. Já o Vasco foi derrotado pelo Corinthians, por 4 a 2, em São Januário. Então, esse colunista deve queimar metade da língua. Catando milho no teclado portátil em frente ao computador, escrevi que Vasco e Bahia não cairão. Sou horroroso para prever o futuro. Acho que me dei mal, pois um deles deve ‘se classificar’ para a Segundona de 2024.
O Santos, na Vila Belmiro, foi atropelado pelo Fluminense dinizista. Na primeira etapa, o Tricolor amassou o Peixe. Fez 2 a 0. Martinelli e Arias fizeram bonitos tentos. Na etapa final, o Santos veio melhor, mas o goleiro Fabio e a trave não ajudaram os atacantes alvinegros praianos. A personagem rodrigueana Gravatinha viajou com o Tricolor e não deixou a bola entrar. O Flu equilibrou as ações. Com o nível de futebol crescendo na hora certa, Martinelli deu belo e e Cano ampliou para a Máquina: 3 a 0. Sim. A Máquina. Apelido válido para o atual campeão da Libertadores e, ao mesmo tempo, para o grande artilheiro da principal competição sul-americana nessa temporada, com 13 gols em 12 partidas. Cano fez o gol de número 40 nessa temporada. Em 2022, Germán fez 44 em 70 partidas. Até agora, em 2023, são 40 em 58 jogos. A média é maior. Um atacante sensacional que trabalha e consegue alcançar além do que é imaginado. É um herói do futebol.
Abraços boleiros.