MPRJ pede condenação de acusados por incêndio no Ninho do Urubu 674f51
A tragédia resultou na morte de dez adolescentes das categorias de base do Flamengo e deixou outros três feridos 2zf6u
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu a condenação de todos os acusados pelo incêndio que atingiu o Centro de Treinamento George Helal, o Ninho do Urubu, em fevereiro de 2019. A tragédia resultou na morte de dez adolescentes das categorias de base do Flamengo e deixou outros três feridos. 2n3t3z
A manifestação foi feita no domingo (11/05) pela Promotoria de Justiça da 36ª Vara Criminal da Capital, após mais de três anos de instrução criminal, que incluiu a oitiva de mais de 40 testemunhas. O MPRJ concluiu que o conjunto de provas reunido comprova a responsabilidade penal dos réus que tinham cargos de gestão no CT, além dos responsáveis pela estrutura dos contêineres e pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado.
Foram requeridas as condenações de Antonio Marcio Mongelli Garotti e Marcelo Maia de Sá, então responsáveis pela istração do CT; Claudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Fabio Hilario da Silva e Weslley Gimenes, ligados à empresa dos contêineres; e Edson Colman da Silva, responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado.
Dos onze inicialmente denunciados, quatro foram excluídos do processo ao longo do tempo: dois tiveram a acusação rejeitada pelo Judiciário por não estarem mais vinculados aos fatos; um foi absolvido sumariamente; e outro teve a pena prescrita por já ter atingido idade que implicava redução penal.
Nos memoriais apresentados à Justiça, o MPRJ afirma que a tragédia poderia e deveria ter sido evitada. Para o órgão, o incêndio não foi uma fatalidade, mas consequência direta das ações e omissões dos acusados, que sabiam das condições irregulares em que o CT operava, inclusive sem alvará e com histórico de autuações e interdições.
A promotoria ainda destacou falhas estruturais nos contêineres, como a presença de janelas gradeadas, portas de correr que emperraram durante o fogo, e apenas uma saída descentralizada. Também não havia sistema de combate a incêndio, e o material usado nos alojamentos era altamente inflamável.
Por entender que os acusados violaram deveres legais e incrementaram os riscos que resultaram na morte dos jovens, o MPRJ pediu a condenação como resposta penal justa e necessária diante da maior tragédia da história do Flamengo.