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Futebol Internacional 506op

Parça de atacante do Flamengo deixou idolatria no Azerbaijão para levar ‘vida dupla’ no Brasil 17p3c

Richard Almeida joga pelo Primavera, no interior de São Paulo, mas faz papel de olheiro para o Qarabag 4q2t5q

27 abr 2025 - 04h59
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Resumo
Richard Almeida, ex-jogador da seleção do Azerbaijão, voltou ao Brasil após 15 anos, jogando pelo Primavera e atuando como olheiro para o Qarabag, mantendo laços com o futebol azeri e destacando a amizade com Juninho, do Flamengo.

Aos 36 anos, Richard Almeida pode dizer que ou por experiências que poucos jogadores vivenciaram no mundo do futebol. Revelado pelo Santo André, o meio-campista fez carreira e se transformou em ídolo na região do Cáucaso, mais precisamente no Azerbaijão, país pelo qual se naturalizou e vestiu as cores da seleção local. 646av

Por lá, ou a maior parte do tempo com a camisa do Qarabag e viveu momentos históricos, como a disputa da Liga dos Campeões da Europa no ‘Grupo da Morte’, ao lado de Roma, Chelsea e Atlético de Madrid, e comandou o meio campo em campanhas históricas na Liga Europa. 

Em um desses jogos memoráveis, Richard balançou a rede contra o Tottenham em pleno estádio rival, em 2015. Apesar do seu gol não ter sido suficiente para impedir a derrota por 3 a 1 para o time inglês, o jogador relembra com orgulho das atuações nos principais palcos do futebol europeu.

“São jogos que marcaram muito a minha vida, né? Para mim, todos os jogos, com o time com maior expressão, com menor expressão, é um desfrute que sempre estará guardado na minha memória. Porque antes de entrar nesses grupos [de competições europeias], a gente a por etapas”, diz em conversa com o Terra

Richard comemora gol contra o Tottenham pela Liga Europa, em 2015
Richard comemora gol contra o Tottenham pela Liga Europa, em 2015
Foto: Getty Images/Bryn Lennon

Agora, após 15 anos no exterior, ele está de volta ao Brasil para vestir a camisa do Primavera --equipe recém-promovida à elite do futebol paulista. Porém, engana-se quem pensa que ele esqueceu o carinho pelo Azerbaijão. Richard mantém os laços --profissionais e emocionais-- com a nação que o acolheu e hoje até se considera metade azeri.

“Aqui [no Brasil] eu também tô olhando os jogadores pra eles [Qarabag]. Então, isso é importante também. Eu quero ajudar eles a crescer sempre. Eles me deram essa oportunidade de ver os jogadores que me agradam, que entram no perfil deles e oferecer pra eles, pra darem uma analisada. Se eles gostarem, eu entro em ação pra conversar, pra ver se tem empresário, isso, aquilo outro, qual o clube, qual o valor, sobre isso”, explica sobre o atual estágio da carreira.

Sem revelar nomes, Richard conta que, na vida dupla de jogador e olheiro, já fez algumas indicações aos dirigentes do Qarabag. O clube, aliás, é acostumado com brasileiros. Um dos que ou por lá é Juninho, atual atleta do Flamengo e um dos grandes amigos do meio-campista. 

Para o jogador do Primavera, o ex-companheiro de vestiário é um exemplo de como a busca por alternativas também pode seguir o caminho contrário ao citado anteriormente. Ou seja, com o futebol brasileiro olhando para o Azerbaijão.

“Antes dele vir pro Flamengo, o Sevilla queria ele. Nós estávamos juntos, e o diretor levou o cara do scout [do Sevilla] pra ver ele, um jogo de perto, lá no Azerbaijão, e depois desse jogo, ligaram pra ele: ‘Ó, vem aqui no hotel’. [...] Teve um dia que nós estávamos no quarto, ele já estava negociando com o Sevilla. Aí, vem o Filipe Luís e liga pra ele, do nada, e depois, foi o que você viu. Do nada, o Filipe Luís viu um jogo aleatório do Qarabag, na Suécia, e viu que o Juninho se encaixaria no perfil dele”, conta.

Mesmo com a distância após a saída de ambos do Qarabag, Richard e Juninho conversam quase todos os dias: “Ele tá amando, como é que você não vai amar, né? Ele me chama de Cota: ‘Pô, Cota, aqui é coisa de louco, aqui é bom demais’.”

Julio Romão, Juninho, Richard e Matheus Silva
Julio Romão, Juninho, Richard e Matheus Silva
Foto: Reprodução/Instagram

Além da amizade com Juninho, Richard também recorda com carinho do treinador Gurban Gurbanov, a quem considera um pai dentro do futebol. O ex-comandante da Seleção do Azerbaijão e até hoje no Qarabag foi um dos responsáveis por levar o meio-campista à naturalização.

O apoio e o companheirismo destas figuras ajudaram o jogador nascido no Grajaú, em São Paulo, a tirar lições além do campo, construindo uma família a 12251 km de casa.

“É um país que me ajudou em muitas coisas. Não só pelo futebol, mas em muitas coisas, ser um homem melhor. Lá eles são muito humanos, são pessoas que respeitam o próximo, que ajudam o próximo, independente se você é de fora, é estrangeiro ou não. Eu tenho essa lição de vida, eu aprendi essa lição. Por mais que, lógico, a gente tenha dentro de casa, com nossos pais, mas quando você tá lá convivendo com eles, são coisas maravilhosas, principalmente dentro do Qarabag, é onde eu aprendi muitas coisas”, destaca.

Antoine Griezmann tenta desarmar Richard em jogo da Liga dos Campeões de 2017
Antoine Griezmann tenta desarmar Richard em jogo da Liga dos Campeões de 2017
Foto: Getty Images/Anadolu

Apesar de hoje se considerar metade brasileiro e metade azeri, Richard sofreu com a adaptação no início. Em campo, por exemplo, o treinador ava as instruções para ele por meio de desenhos na lousa, sem muito espaço para entendimento nas conversas. 

Para minimizar a dificuldade de comunicação, ele aprendeu inglês --pouco falado no Azerbaijão-- e teve que se aventurar pelo russo, que é o idioma local mais falado. Apesar do esforço, até hoje ainda sofra para formular algumas frases. ) jeito foi apelar para a contratação de um tradutor. A tática deu certo, os dois viraram grandes amigos.

Adaptado a cultura, Richard vestiu a camisa da Seleção do Azerbaijão pela primeira vez em 2017. Até 2023, quando foi convocado pela última vez, marcou três gols em 31 partidas. As aparições defendendo o país foram de amistosos até disputa da Liga das Nações, Qualificatórias para Eurocopa e Eliminatórias para Copa do Mundo.

Richard em disputa contra Leroy Sané, em 2017
Richard em disputa contra Leroy Sané, em 2017
Foto: Getty Images/picture alliance

Volta ao Brasil após 15 anos o4b1m

Em fevereiro deste ano, Richard deixou o Qarabag com 64 gols em 376 jogos para se juntar ao Primavera. Os números que o colocam como ídolo levaram o meio-campista a receber proposta para uma renovação contratual, mas a perda de espaço no time titular aliada a vontade de se reencontrar com o futebol brasileiro pesaram na decisão pelo retorno. 

Antes de fechar com a equipe de Indaiatuba, Atlético-GO e Botafogo-SP chegaram a abrir conversas com o jogador, mas as negociações não se concretizaram. A opção pelo time do interior, então, surgiu por influência do amigo de longa data Júnior Caiçara.

Diferentemente do que enfrentou ao longo da carreira, Richard encontrou em seus primeiros jogos na Série A2 do Paulistão um jogo que, além de tático e técnico, exige bastante fisicamente do jogador. 

Neste retorno ao futebol brasileiro, o meio-campista mantém a estrela que o seguiu durante os anos no Azerbaijão e já fez um dos gols mais importantes da história do Primavera, o que abriu o placar no primeiro jogo da semifinal contra o Taubaté. No agregado, o duelo terminou com 4 a 1 a favor do time de Indaiatuba e o o inédita para a elite do estadual.

Richard comemora gol pelo Primavera
Richard comemora gol pelo Primavera
Foto: Reprodução/Paulistão

À esta altura da carreira, Richard acredita que ainda pode entregar futebol de alto nível. A decisão pela aposentadoria será tomada apenas quando entender que não consegue mais agregar ao grupo. 

Quando isso acontecer, o meio-campista ainda não sabe o caminho que irá seguir, mas não descarta uma volta ao Azerbaijão para trabalhar no futebol em que fez história.

Richard em disputa contra Radja Nainggolan, da Roma, em 2017
Richard em disputa contra Radja Nainggolan, da Roma, em 2017
Foto: Getty Images/NurPhoto
Fonte: Redação Terra
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