Luzia: a "respondona" pronta para ganhar espaço na Seleção 2h3i3y
Personalidade forte. Respondona, às vezes meio cabeça dura. As definições são da própria Luzia, central de 21 anos, decisiva na virada do Brasil sobre a Alemanha por 3 sets a 2, neste sábado (7/6), pela Liga das Nações feminina de vôlei (VNL). 3so27
Em entrevista ao Web Vôlei depois da partida, no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, Luzia ainda assimilava o que tinha acabado de viver. Saiu do banco de reservas para ser titular a partir do quarto set no lugar de Julia Kudiess, ajudando a construir a terceira vitória brasileira na competição.
No ataque, a jovem recebeu três bolas e colocou todas no chão. No bloqueio, somou mais dois pontos de um total de 19 feitos pelo time brasileiro durante o duelo. Uma atuação para arrancar tímidos sorrisos da séria Luzia.
- Eu tenho isso de me cobrar muito. Antes de qualquer pessoa, eu tenho de me cobrar. Até acho que isso pode vir a ser prejudicial em algum momento, mas sei que isso me empurra também. Sou a primeira a me cobrar, isso é ter noção do que está fazendo de errado - comentou a meio de rede.
UM DIA INESQUECÍVEL
Para ser uma performance ainda mais especial, Luzia teve como protagonista ao seu lado a oposta Jheovana. Elas são companheiras de time no Flor de Ypê/Paulistano/Barueri, o projeto idealizado por José Roberto Guimarães como foco na formação de atletas. Jheo, como é chamada pela amiga, entrou mais cedo no jogo, e colaborou com 14 pontos.
- Eu sei que eu preciso de energia e a Jheo também. Então a gente a energia uma pra outra. Quando ela vai pro ataque, eu falo: "Vai que eu estou cobrindo você". E ela vai falando comigo sobre a marcação de bloqueio. A gente vai conversando. Fazemos isso há muito tempo e é muito bom para nós.
No Barueri desde 2021, a central sabe da importância de ter referências, quando se está nas categorias de base, para chegar ao profissional. Hoje, aos 21 anos, são meninas mais novas do projeto que miram seu exemplo e se espelham para ser uma Luzia no futuro.
- Eu tenho ideia do impacto (que uma atuação como essa pode ter), pois eu já fui uma menina da base. Via que o Zé colocava as meninas mais novas para jogar. Eu sempre sonhei: "Um dia ele vai me dar uma oportunidade e quando ela chegar eu tenho de aproveitar". Por isso eu treino muito, escuto… Bem que escutar é difícil, pois eu sou meio respondona, meio cabeça dura. Mas eu tento fazer de tudo para aproveitar as oportunidades - itiu.
Ela lembrou do momento de que foi avisada, ao fim do terceiro set, vencido pela Alemanha, que seria aproveitada:
- O Zé vai avisando, ele já vai olhando, tipo: "Se prepara, aquece". E na hora que ele me chamou mesmo eu estava aquecida, preparada. Já tinha conversado com as meninas, tinha recebido informações, já tinha estudado bastante antes. Eu estava preparada - comentou.