Interesse por carros híbridos cresce, mas por elétricos não 2l1m6n
Estudo global diz que cada vez mais os consumidores buscam o "melhor dos dois mundos" nos carros com motorização híbrida; preço ainda decide 1bs24
Estudo global - e anual - da Deloitte mostra qual é a tendência dos consumidores em todo o planeta sobre carros eletrificados e conectados. E também revela o que os jovens pensam sobre o futuro da mobilidade
O mercado automotivo está sob impacto de novas propostas de valor aos consumidores. A popularidade dos carros híbridos vem crescendo, enquanto o interesse por modelos com motor de combustão interna, apesar de variar de acordo com cada país, começa a se normalizar em alguns mercados. w5p4k
Nos Estados Unidos, por exemplo, enquanto o volume de respondentes com intenção de comprar um veículo à combustão na próxima compra caiu 5 pontos percentuais em relação ao ano ado, para 62%, o de interessados em veículos híbridos subiu 6 p.p., para 26%. As informações são do estudo Global Automotive Consumer, da Deloitte.
Esse levantamento é feito anualmente pela Deloitte, há 15 anos. Nesta última edição, foram consideradas as respostas de 30 mil pessoas, obtidas entre outubro e dezembro de 2024, em 30 países (importante: sem incluir o Brasil).
A apuração considerou a eletrificação dos carros, a decisão atual e as intenções de compra futuras de veículos, a influência da tecnologia e das soluções compartilhadas de mobilidade.
O estudo também constatou que a disposição dos clientes por adquirir carros elétricos tem abrandado, apesar da necessidade de avanço em direção a maios de transporte com emissão zero de carbono.
Nos Estados Unidos, essa opção tem 5% das intenções de compra. Por outro lado, a popularidade dos híbridos têm cativado o público mais ávido por reduzir o consumo de combustível, conduzir automóveis mais silenciosos e contribuir com a melhora do meio ambiente em geral – uma opção vista como "melhor dos dois mundos", entre outros fatores.
"Carros elétricos dispõem, em muitos casos, de até 500 quilômetros de capacidade de rodagem e de pouca infraestrutura de recarga, ainda com pontos limitados e até sete horas para atingir o nível completo de energia. Por isso, parece que essa opção ainda vai demorar a fazer sentido. Já os híbridos despontam como alternativa mais aderente, pelas entregas que vão além do foco nas questões climáticas, mas também as incluem", explica Paulo de Tarso, sócio-líder da Indústria de Consumo da Deloitte no Brasil.
No Japão e na China, a vontade de adquirir na próxima compra um carro movido exclusivamente por gasolina, etanol ou diesel foi citada por quatro em cada dez respondentes – respectivamente, 41% e 38%.
Isso representa um aumento da intenção de compra por veículo à combustão, sendo no Japão de 7 pontos percentuais e na China, de 5 p.p., em comparação à edição anterior do estudo. Ainda assim, a soma de interesse por híbridos é significativa: 43% no Japão e 33% na China. "São países com forte incentivo à inovação no setor automotivo", completa de Tarso.
"O automóvel híbrido, mesmo mais pesado, dá opção de mobilidade com menor emissão de carbono em deslocamentos curtos nas cidades, e à combustão para distâncias mais longas nas estradas. É possível que o comportamento de buscar o 'melhor do dois mundos' também se converta em tendência no Brasil. O fato é que o interesse por esses carros segue também outras tendências: um pacote de benefícios que vai além de conter o aquecimento global", observa o executivo.
Fator tecnologia 1f1e1c
Grande parte dos consumidores consultados no estudo é favorável à adição de Inteligência Artificial nos carros. Mais de três quartos dos entrevistados da Índia (77%) e da China (82%) vêm esse adicional como benefício. Em contrapartida, nos Estados Unidos e no Reino Unido essa visão positiva é compartilhada por menos de metade dos consumidores: respectivamente, 45% e 43%.
O estudo da Deloitte trouxe também a informação de que consumidores da Índia e do Reino Unido são os mais preocupados com a ideia de guiar em uma rodovia junto a uma frota de robotáxis (respectivamente 63% e 52%) e outros veículos autônomos comerciais (respectivamente 74% e 67%).
"A pesquisa também revelou que os consumidores em todo mundo estão bastante dispostos a pagar mais por veículos com itens tecnológicos adicionais, mas que estejam relacionados especialmente à segurança, integração de dados e plataformas de comunicação. E isso tem sido ponto de apoio nas decisões de montadoras desde o projeto até a concepção dos veículos", frisa de Tarso.
Fatores tradicionais 2x6g2y
Apesar dos critérios sustentabilidade do planeta e aparato tecnológico ganharem força na decisão de compra dos carros por consumidores, o estudo identificou que preço, qualidade do produto e desempenho ainda são os principais fatores motivadores da escolha, citados em média como os mais relevantes por metade do público com interesse de compra de veículos em todo o mundo.
Aspectos de lealdade às marcas também diferem de país para país. Segundo os respondentes do estudo, na China existe maior abertura para experimentações, nos EUA o público está dividido e no Japão há maior fidelidade.
"Em cada país há fatores culturais que implicam na dinâmica de compra. De todo modo, certos aspectos parecem não mudar quando se pensa em carro, em razão também do propósito do produto e da estratégia massificada de comunicação quanto aos principais benefícios disponíveis", avisa de Tarso.
Fatores geracionais 3n52
Segundo o estudo, 70% dos consumidores de carros da Geração Y (entre 18 e 34 anos), entrevistados na Índia, estão dispostos a desistir da propriedade dos carros em favor de soluções integradas de mobilidade em massa. Em contrapartida, apenas um em cada três consumidores de automóveis mais jovens na Alemanha topariam tal contexto.
"Essa dinâmica se acentuou com os serviços de mobilidade com e de aplicativos. Mas terão ainda maior apelo quando as cidades avançarem de maneira significativa em infraestrutura metroviária e em bolsões de estacionamento", conclui Paulo de Tarso.
