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Amputada após acidente, Sabrina Custódia é campeã brasileira de ciclismo f1o1x

Descarga elétrica de 3400 volts fez Sabrina Custódio perder os dois braços e uma perna, e encontrou no esporte a forma de se reerguer 3q2v6l

11 mar 2022 - 18h23
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Sabrina Custódia sofreu um acidente doméstico em 15 de julho de 2010
Sabrina Custódia sofreu um acidente doméstico em 15 de julho de 2010
Foto: Divulgação

A raiva e a depressão, que poderiam ser normais, deram espaço à gratidão e à busca por oportunidades. “Eu tenho que aproveitar essa chance que Deus me deu, pois eu quase morri. Tomei uma descarga de 3400 volts e não era para eu estar aqui. Vou conseguir andar, vou conseguir me recuperar e ser feliz! Aproveitar a vida e fazer as coisas que me fazem bem, que me deixam feliz”, destaca Sabrina. 6h3d6u

Foi nesse momento que ela decidiu resgatar uma antiga paixão para ajudar na recuperação: o esporte. Da criança que não conseguia parar quieta, segundo suas próprias palavras, Sabrina se tornou hoje recordista brasileira nos 200, 300 e 400 metros do salto em distância e campeã brasileira de ciclismo em 2021.

Em entrevista exclusiva ao Papo de Mina, a paratleta Sabrina Custódia relembra o acidente e a reabilitação, o apoio da família e o incentivo do maratonista Paulo de Almeida, que deu a primeira lâmina da prótese da perna para que ela pudesse iniciar no esporte, a experiência em outras modalidades, o encontro com seu namorado, Adriano, e como encara o capacitismo.

Papo de Mina: Como foi o seu começo no esporte?

Sabrina: Depois de três meses em recuperação, eu já estava andando e com a prótese. Tinha aprendido a comer, tomar banho e sabia cuidar de mim. Fui a uma feira de reabilitação e lá tinham vários tipos de esportes: vôlei sentado, basquete para cadeira de rodas, corrida, etc.

Naquela época eu queria fazer tudo o que aparecesse, não queria perder nenhuma oportunidade. Como já gostava de esportes, desde pequena, e não estava fazendo nada após o acidente, pensei: ‘Quero fazer esporte!’ E foi aí que comecei a treinar. 

Iniciei com a natação, e o Paulo de Almeida [maratonista] me deu uma lâmina para a prótese da perna e me incentivou a começar a correr. Em 2012, tive a minha primeira competição e ali fui me apaixonando por competir, e criando outros tipos de sonhos, que não faziam parte da minha vida, de ser uma atleta. Foi então que me vi pensando: “que coisa gostosa competir, conhecer outras pessoas, com outros tipos de deficiências, outras pessoas com deficiências parecidas com a minha”. Eu via as pessoas ganhando medalhas, e achava muito legal! E já queria ser uma atleta! Queria ter um nome em algum lugar, bater recorde brasileiro, entrar em uma paralimpíada. Foi aí que comecei a treinar mesmo profissionalmente. Fazer uma alimentação correta, ter uma boa noite de sono e seguir tudo certinho para crescer no esporte.

Sabrina se tornou hoje recordista brasileira do salto em distância e já foi campeã brasileira de ciclismo
Sabrina se tornou hoje recordista brasileira do salto em distância e já foi campeã brasileira de ciclismo
Foto: Divulgação

Papo de Mina: Você teve apoio da família? Quem mais te deu e nesta nova empreitada?

Sabrina: Minha mãe me apoia até hoje. Eu sou filha única, e ela sempre esteve comigo, cuidando de mim e fazendo de tudo. Quando comecei a praticar esporte, ela foi a primeira a me apoiar, me acompanhar nas competições, nos treinos, dando a maior força. Às vezes, quando estou cansada e quero desistir, acho que não dá para mim, que isso é muito puxado ela  diz: "Você consegue". 

Nas competições, ela grita, torce por mim, fala meu nome. Eu não sei de onde ela tira tanta voz, pois eu só ouço a voz dela [risos]. É a minha maior fã!

Papo de Mina: E o quanto esse apoio funciona como combustível para você">Sabrina: Hoje, sou mais feliz do que era antes [do acidente]. Em São Paulo, você vive para trabalhar, pagar o aluguel, casa, dorme e trabalho. Não tem um tempinho para viajar, curtir e se divertir. Se eu não tivesse ado por tudo o que ei, eu estaria desse jeito: casa e trabalho. Gosto dessa vida de atleta, de treinar. Depois que termina, você consegue superar isso, uma sensação maravilhosa. Nos Estados Unidos, corri 16 km, cheguei chorando. Fiquei feliz demais! Apesar das dificuldades, não tem preço, não tem palavras. Por isso, sou muito feliz, consigo conquistar o que quero, o esporte me permite isso: viajar, conhecer outras cidades, conhecer pessoas novas, trouxe meu amor, amigos que eu posso contar. Tem seus lados difíceis, mas tem o lado bom, como por exemplo, subir no pódio para pegar medalha. O esporte traz a auto estima, melhora a mentalidade. Eu indico todo mundo para fazer 15 minutos de esportes, caminhada, natação, isso vai fazer a diferença.

Papo de Mina
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