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Primeiras ossadas são descobertas em cemitério de escravizados em Salvador 1b4159

Caso confirmado sua existência, este será o maior cemitério de escravizados da América Latina, com a estimativa de abrigar 100 mil corpos a32r

27 mai 2025 - 09h46
(atualizado às 16h42)
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Resumo
Arqueólogos encontraram ossadas que indicam a existência de um cemitério de escravizados em Salvador, considerado o maior da América Latina, e o MPBA solicitou ao Iphan seu reconhecimento como sítio arqueológico.
Vista interna da parte frontal do Conjunto da Pupuleira em 1983
Vista interna da parte frontal do Conjunto da Pupuleira em 1983
Foto: IPAC

Arqueólogos descobriram as primeiras ossadas, incluindo ossos largos e dentes, que podem indicar a existência de um cemitério de escravizados no centro de Salvador, na Bahia. 3f2b5h

O avanço nas escavações, que começaram há 10 dias, foram divulgadas na segunda-feira, 26, pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Com a descoberta, o MP-BA oficializou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o pedido para reconhecimento do sítio arqueológico.

Caso seja reconhecido, o local ará a ser conhecido como "Sítio arqueológico Cemitério dos Africanos" e será o maior cemitério de escravizados da América Latina.

Cemitério tem mais de 100 mil corpos c2h1x

Segundo os pesquisadores, o cemitério deve abrigar mais de 100 mil corpos de escravizados, pessoas que viviam à margem da sociedade, como pobres, indigentes, não-batizados, excomungados, suicidas, prostitutas, criminosos e insurgentes.

O susposto cemitério foi localizado no estacionamento do Complexo da Pupileira, pertencente à Santa Casa de Misericórdia da Bahia, no bairro de Nazaré. Também na segunda-feira, o MP-BA oficiou um pedido para que a instituição não utilize mais o espaço onde ocorreram as primeiras escavações.

A primeira intervenção no solo teve 1x3 metros de diâmetro e a segunda, 2x1 metros, e foi nesse espaço, a 2,7 metros de profundidade que os arqueólogos encontraram as primeiras ossadas.

Os pesquisadores preferiram não divulgar, por enquanto, imagens das ossadas e nem retirá-las do local por se tratar de um patrimônio sensível. O terreno ácido e úmido teria deixado o material extremamente frágil.

Preservação 64o3x

Foi colocada uma cobertura nas ossadas encontradas que ajudará na preservação do material. Outros pequenos fragmentos de ossos encontrados pelos pesquisadores serão encaminhados para a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e permanecerão guardados lá até serem decididos os novos os da pesquisa.

Foram pesquisas de Silvana Olivieri, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que identificaram a existência do cemitério.

A partir da sobreposição de mapas históricos, análise de registros da Santa Casa e estudos arqueológicos, ela identificou o local como parte do antigo Cemitério do Campo da Pólvora, que teria funcionado entre o final do século XVII e meados do século XIX

Antes do início das escavações, que começaram em 14 de maio, foi realizado um ato inter-religioso no estacionamento da Pupileira
Antes do início das escavações, que começaram em 14 de maio, foi realizado um ato inter-religioso no estacionamento da Pupileira
Foto: Sérgio Figueiredo/MPBA

“Esse cemitério foi invisibilizado por camadas de aterro que escondiam a verdadeira história da cidade. Mas ele estava ali, esperando ser encontrado. Estamos diante de uma reparação histórica”, declarou o arqueólogo Luiz Antônio Pacheco. 

“Vamos esperar que o sítio arqueológico seja registrado no Iphan e em breve faremos uma audiência pública para discutir com a sociedade e as entidades envolvidas os próximos caminhos para a preservação do local como um bem de natureza cultural material e também imaterial”, afirmou a promotora de Justiça Cristina Seixas.

Antes do início das escavações, que começaram em 14 de maio, foi realizado um ato inter-religioso no estacionamento da Pupileira. Participaram diversas religiosidades negras do candomblé - em suas variantes étnicas, islâmicos e cristãos.

Fonte: Redação Terra
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