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Bolsonaro defende uso de remédios sem orientações da bula 2f2u4j

No domingo, 19, presidente ergueu uma caixa de cloroquina diante de apoiadores e foi saudado por eles; medicamento não tem comprovação científica 6v6x1

20 jul 2020 - 12h11
(atualizado às 12h23)
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, na manhã desta segunda-feira, 20, o uso de medicamentos sem comprovação científica ou necessidade de seguir orientações da bula no tratamento de doenças. Desde o início da pandemia, Bolsonaro faz propaganda da cloroquina para combater o novo coronavírus. No domingo, 19, o presidente, que está em isolamento após contrair a covid-19, ergueu uma caixa do fármaco diante de apoiadores e foi saudado por eles. 666114

Diagnosticado com a covid-19, presidente Jair Bolsonaro mostrou o medicamento durante uma live e recomendou o uso da cloroquina
Diagnosticado com a covid-19, presidente Jair Bolsonaro mostrou o medicamento durante uma live e recomendou o uso da cloroquina
Foto: REPRODUCAO /YOUTUBE/JAIR BOLSONARO / Estadão Conteúdo

"É importante lembrar que o uso off label [fora da bula] de medicamentos é consagrado na medicina, desde que haja clara concordância do paciente. E que, sem a prática do off label, diversas doenças ainda estariam sem tratamento", escreveu Bolsonaro no Twitter, nesta segunda, citando trecho de uma publicação da Associação Médica Brasileira (AMB). O texto completo foi compartilhado pelo presidente através de um link.

No texto, publicado ontem, a AMB trata especificamente sobre a hidroxicloroquina e reforça que "não existem estudos seguros, robustos e definitivos sobre a questão", em referência ao tratamento do novo coronavírus. A entidade também critica o uso político do medicamento, que, na visão da AMB, "deixará um legado sombrio para a medicina brasileira".

"Médicos, entidades, políticos, influenciadores e palpiteiros seguem monitorando estudos sobre o uso de hidroxicloroquina em pacientes acometidos pela covid-19. Uns procurando provas de que se trata da salvação. Outros, de que é puro placebo. Ou pior: veneno (mesmo diante do fato de que os efeitos adversos são limitados e conhecidos há mais de cinco décadas). Muitos sairão da pandemia apequenados, principalmente médicos e entidades médicas que escolherem manipular a ciência para usá-la como arma no campo político-partidário", diz o texto.

"É bastante provável que cheguemos ao final da pandemia sem evidências consistentes sobre tratamentos. E também sobre diversos outros aspectos próprios de uma nova enfermidade. Pois estudos adequados e robustos são caros e demorados. E estamos falando de uma medicação barata, que, portanto, não tem, nem terá financiamento da indústria que e os investimentos necessários para minimizar as incertezas", continua me outro trecho.

Ao final, quando faz referência ao uso 'off label' de medicamentos, a AMB diz que "não se trata de apologia a este ou àquele fármaco", e sim de "respeito aos padrões éticos e científicos construídos ao longo dos séculos".

"Não podemos permitir que ideologias e vaidades, de forma intempestiva, alimentadas pelos holofotes, nos façam regredir em práticas já tão respeitadas. Não se pode clamar por ciência e adotar posicionamentos embasados em ideologia ou partidarismo, ignorando práticas consolidadas na medicina. Isso é um crime contra a medicina, contra os pacientes e, sobretudo, contra a própria ciência", conclui a publicação.

Estadão
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