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Geração Z não acredita que trabalho sirva só para melhorar de vida, diz pesquisa  1q1h36

Apenas 37% dos jovens gostariam de fazer parte do time de uma grande empresa; outros 57% pretendem empreender; quase metade dos entrevistados disse ter recebido melhores conselhos do ChatGPT do que dos seus chefes 58265n

30 mai 2025 - 17h30
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Uma pesquisa sobre o futuro do trabalho revela uma perspectiva pragmática da Geração Z em relação a sua atividade profissioinal, desafiando conceitos tradicionais de ascensão social e sucesso. Ao ouvir pessoas de 15 anos a 28 anos de idade, o estudo mostrou que, para essa geração, o trabalho não é mais visto como a principal via para a melhoria de vida, mas sim como um meio de sustento e realização pessoal.

Quase metade dos entrevistados de uma pesquisa sobre a Geração Z e o futuro do trabalho disse ter recebido melhores conselhos do ChatGPT do que dos seus chefes
Quase metade dos entrevistados de uma pesquisa sobre a Geração Z e o futuro do trabalho disse ter recebido melhores conselhos do ChatGPT do que dos seus chefes
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

A pesquisa denominada "Should I Stay or Should I Go? Paradoxos e Referências da Gen Z sobre Liderança", foi conduzida por Cíntia Gonçalves, da consultoria wiz&watcher e sócia Suno United Creators. Foram ouvidos 416 jovens de todas as regiões do País, das classes A, B e C. Do total, 37% já estão em cargos de liderança.

Essa é a quinta edição e o resultado completo será apresentado no Rio2C, no domingo, 1º, evento de criatividade e inovação que teve início na terça-feira, 27, na cidade carioca. Um dos participantes do evento foi Erick Bretas, CEO do Estadão, que participou do "Businesss Planning na Era da Inteligência Artificial", na quinta-feira, 29.

Uma das principais constatações da pesquisa é a de que a Geração Z não acredita que o trabalho sirva primordialmente para ascensão de vida. Para 43% dos jovens brasileiros, o trabalho é sinônimo de sustento financeiro, enquanto 28% o veem como um meio de realizar sonhos. Apenas 24% o associam à ascensão de classe social.

Essa visão mais pragmática se reflete na forma como se relacionam com o emprego: 34% já mantêm uma relação "não monogâmica" com o trabalho, exercendo duas ou mais atividades. Além disso, apenas 37% gostariam de fazer parte do time de uma grande empresa sem ocupar um papel de liderança, e um expressivo 57% dos jovens brasileiros almejam empreender.

Ao Estadão, Cintia afirmou que essa foi a primeira vez que a pesquisa trouxe relatos de jovens líderes. A importância do trabalho para a vida atinge 86% para aqueles em cargo de liderança, e cai para 61% entre os liderados. Em comum, eles se mostram sedentos por conhecimento, porém, a maior parte troca o contato humano pelas máquinas.

Dos entrevistados, 59% disseram preferir aprender buscando na internet e assistir a vídeos sobre o tema foi a resposta de 51%. Para 47%, conselhos que encontram no ChatGPT do que de seus gestores, e 27% disseram se informar por meio de influenciadores digitais.

Cintia enfatiza que isso têm relação com o contexto em que essa geração nasceu e cresceu, incluindo a superproteção parental e a entrada no mercado de trabalho durante a pandemia, molda sua relação com a autoridade e o trabalho. "É um jovem muito mais pragmático. Primeiro ele busca sustentar sua família para depois pensar em ascensão social", diz.

Liderança 5r3o1s

Sobre a liderança, a pesquisa aponta que os modelos atuais não se conectam com a Geração Z. Os jovens líderes entrevistados enfrentam desafios como fazer com que o time entregue sem comprometer o equilíbrio de vida (33%) e encontrar tempo para aprender (17%).

Quando perguntado sobre a relação com seus superiores, os entrevistados informam que a baixa comunicação com os seus chefes, a ausência de um plano de carreiras e alta exigência de performance são os pontos mais citados. Questionados sobre o que acham que os seus líderes pensam deles, a proporção é a seguinte:

  1. "A geração do mi mi mi": 29%; 
  2. "Uma geração que domina tecnologia": 28; 
  3. "Uma geração frágil, que não tem estabilidade emocional e mental para lidar com estresses naturais do dia a dia do trabalho": 26: 
  4. "Uma geração que desiste de tudo muito fácil/não aguenta": 26; 
  5. "Uma geração que não quer trabalhar": 20; 
  6. "Uma geração inquieta e que não tem medo de questionar": 18; 
  7. "Uma geração para qual trabalho não é importante": 17; 
  8. "A geração que também pode me ensinar": 16; 
  9. "A geração que prioriza mais a saúde mental, incentivando um ao outro a se cuidar": 16; 
  10. "A geração que se adapta muito rápido a novos desafios": 16. 

Ante a isso, a especialista conclui que há uma necessidade urgente de "reconstruir a narrativa do que é ser líder" e que os modelos heroicos individuais do ado vêm dando lugar a personagens que representam a colaboração em grupo.

Em 2019, primeiro ano da pesquisa, o personagem de Homem de Ferro foi citado como aquele que representa o líder do futuro. Em 2021, foi o personagem "Professor", da série La Casa de Papel, da Netflix, e, em 2022, terceira edição do estudo, o professor "Xavier", dos X-Men. Já na quarta edição o mais citado foi Ted Lasso, da série homônima na Apple TV+. Nesta edição, o personagem mais citado foi a "Alegria" do desenho animado Divertida Mente.

Segundo Cintia, essas mudanças nas escolhas indicam que a Geração Z está mais afeita aos personagens que representam liderança e que atuam em grupo, em detrimento daqueles que atuam individualmente. "A personagem Alegria, do filme Divertidamente, é quem conhece as mais variadas (emoções) e consegue lidar com elas", diz.

Estadão
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