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Argentina agradece EUA por resgate de venezuelanos em embaixada sob custódia do Brasil 6k4r5u

A Argentina agradeceu aos Estados Unidos - e não ao Brasil - pelo resgate dos venezuelanos na embaixada sob custódia do governo brasileiro. O presidente argentino, Javier Milei, agradeceu especialmente ao secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, pela bem-sucedida operação da terça-feira (6), mas não mencionou o presidente Lula, depois de nove meses durante os quais o Brasil cuidou da segurança dos envolvidos. 5v677

7 mai 2025 - 07h32
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A Argentina agradeceu aos Estados Unidos - e não ao Brasil - pelo resgate dos venezuelanos na embaixada sob custódia do governo brasileiro. O presidente argentino, Javier Milei, agradeceu especialmente ao secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, pela bem-sucedida operação da terça-feira (6), mas não mencionou o presidente Lula, depois de nove meses durante os quais o Brasil cuidou da segurança dos envolvidos. 5v677

Imagem de arquivo de 1/8/24 mostra fachada da embaixada argentina em Caracas sob custódia do Brasil após expulsão de diplomatas argentinos.
Imagem de arquivo de 1/8/24 mostra fachada da embaixada argentina em Caracas sob custódia do Brasil após expulsão de diplomatas argentinos.
Foto: © Matias Delacroix / AP / RFI

Márcio Resende, correspondente da RFI na Argentina

Enquanto o regime de Nicolás Maduro tenta encobrir uma falha ao sugerir que houve uma negociação para a libertação dos venezuelanos sob custódia do Brasil, o presidente Javier Milei se refere a uma "extração" e Marco Rubio, a um "resgate".

Embora o Brasil tenha cuidado da segurança dos venezuelanos resgatados e continue a zelar pela embaixada argentina em Caracas, o governo argentino agradeceu aos Estados Unidos e o presidente Javier Milei frisou o trabalho do secretário de Estado de Donald Trump, Marco Rubio, pela libertação dos asilados.

"O presidente expressa o seu reconhecimento pela bem-sucedida operação que permitiu que os cinco venezuelanos refugiados na sede da Embaixada argentina na Venezuela fossem extraídos de Caracas e levados ao solo estadunidense", comunicou a Casa Rosada, através de uma nota na noite de terça-feira (6).

"O presidente Javier Milei estende o seu agradecimento a todos os envolvidos, especialmente ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, pelo seu compromisso pessoal nesta operação", acrescentou a nota.

"Além disso, o governo nacional valoriza profundamente os esforços realizados para garantir a segurança e o bem-estar daqueles que, por muito tempo, ficaram sob proteção argentina da perseguição do regime de Nicolás Maduro", continua o texto que, em nenhum momento, menciona o Brasil como o responsável por essa proteção desde o dia 1º de agosto ado.

O ministério das Relações Exteriores da Argentina emitiu outra nota na qual apenas agradece aos Estados Unidos e a Marco Rubio.

"O governo da República Argentina expressa o seu reconhecimento ao governo dos Estados Unidos pela bem-sucedida operação que permitiu a libertação dos asilados venezuelanos que permaneciam na sede da nossa Embaixada em Caracas", começa a nota da chancelaria argentina, que, em nenhum momento, menciona o papel do Brasil nessa mesma sede.

"Queremos estender um agradecimento especial ao secretário de Estado, Marco Rubio, pela sua liderança e pelo seu compromisso pessoal nessa operação", continua o texto.

Golpe na reputação do regime 4fs36

O regime de Nicolás Maduro tentou apresentar a libertação dos asilados como um acordo entre as partes, no qual Maduro concedeu salvo-condutos após uma negociação. No entanto, tanto a Casa Rosada quanto a Casa Branca deixam claro que se tratou de uma operação militar de extração em pleno solo venezuelano.

O governo argentino citou os termos "operação de extração" e o governo dos Estados Unidos abordou o assunto como "um resgate de reféns".

"Os Estados Unidos celebram o resgate bem-sucedido de todos os reféns mantidos pelo regime de Maduro na Embaixada da Argentina em Caracas. Após uma operação precisa, todos os reféns estão agora em segurança em solo americano", publicou nas redes sociais o secretário de Estado de Donald Trump, Marco Rubio.

"O regime ilegítimo de Maduro minou as instituições da Venezuela, violou os direitos humanos e colocou em risco nossa segurança regional. Estendemos nossa gratidão a todo o pessoal envolvido nesta operação e aos nossos parceiros que ajudaram a garantir a libertação segura desses heróis venezuelanos", agradeceu Rubio.

A líder opositora, María Corina Machado, também deixou claro que se tratou de uma operação militar.

"Uma operação impecável e épica pela liberdade de cinco heróis da Venezuela", celebrou Corina Machado nas redes sociais.

"Vamos libertar cada um dos nossos 900 heróis presos por essa tirania e os 30 milhões de venezuelanos", prometeu, em referência aos presos políticos e a toda a população venezuelana sob um regime não reconhecido pelas principais democracias do mundo.

E, para deixar ainda mais claro, a porta-voz de María Corina Machado na Argentina, Adriana Flores, esclareceu que "o resgate dos nossos companheiros asilados na Embaixada argentina não foi um pacto: foi uma operação impecável".

"O aparelho de inteligência do regime está cada vez mais reduzido e essa ação deixou isso em evidência. Se tivesse tido um salvo-conduto, [os asilados] teriam saído pelo [aeroporto de] Maiquetía e com show oficial. Não há s, não há circo. Há liberdade, sigilo e força", garantiu.

A Trama que Envolve o Brasil 15y6x

Em 20 de março de 2024, seis venezuelanos refugiaram-se na embaixada da Argentina em Caracas para escaparem da perseguição do regime chavista por integrarem a equipe de campanha da líder opositora María Corina Machado. O governo do presidente Javier Milei concedeu-lhes asilo político.

Durante meses, a Argentina primeiro e o Brasil depois tentaram um salvo-conduto que permitisse a saída dos asilados da Venezuela. O regime de Nicolás Maduro negou todos os pedidos. Sem o salvo-conduto, os seis venezuelanos poderiam ser presos assim que pusessem o pé fora da embaixada.

Apesar dos ataques de Milei a Lula, o Brasil assumiu formalmente a representação diplomática da Argentina em Caracas desde o dia 1º de agosto ado, depois que os cinco diplomatas argentinos, responsáveis pela embaixada, foram expulsos do país.

A representação brasileira implicou proteger os seis venezuelanos e intermediar entre a Venezuela e a Argentina, que ficaram sem um canal de diálogo direto após a expulsão dos diplomatas argentinos como represália de Maduro por Milei ter denunciado fraude nas eleições de 28 de julho.

Além disso, mesmo sem os asilados, o Brasil continua a garantir os direitos de cidadãos argentinos e de firmas de capitais argentinos em território venezuelano.

O Brasil ergueu uma bandeira brasileira na embaixada argentina, dando-lhe caráter diplomático, apesar da ausência de diplomatas argentinos.

Em setembro ado, após o Brasil impedir que a Venezuela entrasse como membro associado para o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o regime de Maduro revogou a tutela do Brasil sobre a embaixada argentina. O Brasil, no entanto, avisou que só abandonaria a custódia quando outro país fosse designado substituto; o que não aconteceu.

Um dos asilados, Fernando Martínez, abandonou a embaixada em 19 de dezembro, vindo a falecer em fevereiro após uma hemorragia cerebral.

Desde julho ado, a embaixada da Argentina em Caracas foi alvo de ações intimidatórias por parte de agentes do regime de Nicolás Maduro que ameaçavam invadir a sede diplomática. Com frequência, o governo venezuelano cortava o fornecimento de energia elétrica e de água, além de dificultar a entrada de alimentos e de medicamentos.

No total, os asilados ficaram 412 dias sob o assédio do regime até a libertação neste 6 de maio.

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