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Após sete meses de crise política, sul-coreanos vão eleger novo presidente nesta terça-feira 4u4t2e

Os sul-coreanos escolhem um novo presidente nesta terça-feira (3), após uma campanha relâmpago de três semanas. A eleição vai indicar o sucessor do ex-presidente destituído Yoon Suk-yeol. 324l2x

2 jun 2025 - 10h29
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Os sul-coreanos escolhem um novo presidente nesta terça-feira (3), após uma campanha relâmpago de três semanas. A eleição vai indicar o sucessor do ex-presidente destituído Yoon Suk-yeol. 324l2x

Os banners de campanha dos candidatos presidenciais em Seul, Coreia do Sul, em 2 de junho de 2025.
Os banners de campanha dos candidatos presidenciais em Seul, Coreia do Sul, em 2 de junho de 2025.
Foto: REUTERS - Go Nakamura / RFI

Célio Fioretti, correspondente da RFI em Seul

Trata-se de uma eleição precipitada pela destituição, em abril, do presidente Yoon Suk-yeol. Eleito em 2022, o presidente conservador, apelidado pela imprensa de "Trump coreano", tentou impor a lei marcial na Coreia do Sul, em 3 de dezembro de 2024. Militares foram enviados ao Parlamento para prender deputados. Essa tentativa de golpe de Estado fracassou algumas horas depois devido à resistência dos políticos e manifestantes.

Suspenso de suas funções por um voto dos parlamentares em 14 de dezembro, Yoon Suk-yeol foi oficialmente destituído pelo Tribunal Constitucional em 4 de abril, após três meses de um longo julgamento. É a segunda vez na história da Coreia do Sul que um presidente em exercício é destituído, depois da presidente Park Geun-hye, em 2017.

O fim antecipado do mandato de Yoon lançou a corrida para a eleição presidencial no início de maio. Foram três semanas de campanha relâmpago que fizeram surgir dois principais candidatos.

Unir os sul-coreanos r2q6x

O favorito é Lee Jae-myung, 61 anos, líder do partido de oposição. Apesar de ter perdido a última eleição presidencial para Yoon Suk-yeol por cerca de 0,7% dos votos, seu Partido Democrático, de centro-esquerda, cresceu e se fortaleceu em torno de sua figura para vencer as eleições legislativas de 2024. Ex-advogado, prefeito e governador de província, ele se beneficiou muito por liderar a resistência contra a tentativa de Yoon de impor a lei marcial.

Porém, sua missão hoje é unir não só os eleitores tradicionais de seu partido progressista, mas também os conservadores desapontados pela crise causada por Yoon. Abandonando as promessas de renda universal e progresso social que o tornaram popular em 2022, Lee Jae-myung se autodenomina "conservador moderado" para apresentar um programa mais centrista e tentar unir os sul-coreanos, mesmo que isso afaste parte de seus apoiadores históricos. Com quase 50% das intenções de voto, Lee já se vê vingando a derrota anterior.

Do outro lado está Kim Moon-soo, 73 anos, candidato do partido conservador Poder ao Povo, que apoiou Yoon Suk-yeol na presidência. Ex-sindicalista e ministro do Trabalho, é conhecido por posições radicais, próximas da extrema direita coreana e de teorias conspiratórias, acusando China e Coreia do Norte de fomentar a crise política e fraudar a eleição. Figura controversa, não teve apoio unânime do partido conservador por ser muito leal ao presidente destituído, mas o apoio dos eleitores de direita o levou a cerca de 36% das intenções de voto.

As mulheres, grandes ausentes da campanha 4z4pq

Continuando a obra do ex-presidente, Kim Moon-soo promete desregulamentar a economia e uma linha dura contra China e Coreia do Norte. Seu adversário propõe renovar o "contrato social coreano", protegendo trabalhadores e investindo em crescimento sustentável. Mas as grandes ausentes da campanha são as mulheres. No país mais desigual da OCDE em relação a elas, os candidatos, ambos homens, praticamente não tocaram no assunto. Entre os dois favoritos, só Lee Jae-myung mencionou brevemente as "desvantagens estruturais" enfrentadas pelas mulheres.

Para os candidatos, o foco da eleição está em outro lugar. Após uma crise política profunda que dividiu o país, a sucessão de Yoon Suk-yeol e o apaziguamento da sociedade são prioridades. Embora 60% dos coreanos aprovem a destituição do ex-presidente, uma parcela significativa do público apoia a tentativa de golpe de Yoon contra um Parlamento considerado muito poderoso. Ambos os favoritos propõem reequilibrar os poderes entre Executivo e Legislativo por meio de reforma constitucional, para evitar abusos de poder.

Outro ponto importante é a relação com os Estados Unidos, aliados da Coreia do Sul e parceiros comerciais fundamentais. Já atingido por tarifas de 25% sobre automóveis, aço e alumínio — produtos amplamente exportados pelo país —, o futuro presidente terá de negociar com Donald Trump. Desde dezembro de 2024, sem governo estável, Seul teve pouca margem para acordos com a Casa Branca para evitar novas tarifas.

Além do comércio, Washington, aliado há mais de 70 anos, é peso geopolítico na região. Trump mantém o olhar na Ásia e apresentará dois desafios importantes ao novo presidente: como se posicionar em relação à China, parceira comercial crucial, sem perder o apoio dos EUA? E como defender os interesses da Coreia do Sul caso Trump retome diálogos com Kim Jong-un?

Voto majoritário em turno único 5b6y58

Entre os conservadores, a estratégia é se aproximar o máximo dos EUA, mesmo que isso irrite Pequim. Para a oposição liderada por Lee Jae-myung, mais favorável à China, a abordagem é mais moderada, num difícil equilíbrio entre duas superpotências, buscando também acalmar tensões com o Norte.

Os sul-coreanos votarão na terça-feira, 3 de junho, em sistema majoritário de turno único. Os cidadãos residentes no exterior, em 118 países, já votaram com participação recorde de 79,5%. Desde a última quinta-feira, residentes na Coreia também puderam votar antecipadamente para facilitar o processo e evitar aglomeração no dia oficial, quando os locais de votação estarão abertos o dia todo. Os resultados, muito aguardados, serão anunciados pouco após o encerramento das urnas, às 18h, horário local. 

RFI A RFI é uma rádio sa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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