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Conservadores confirmam vitória na Alemanha e direita radical tem votação recorde 5e4k6y

Friedrich Merz e seus democratas cristãos venceram, mas partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD) se torna segunda maior força na política alemã. Confira resultado preliminar. d6d5g

23 fev 2025 - 14h59
(atualizado em 24/2/2025 às 11h02)
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Friedrich Merz quer um mandato forte e formar uma coligação rapidamente, mas isso pode levar tempo
Friedrich Merz quer um mandato forte e formar uma coligação rapidamente, mas isso pode levar tempo
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O partido de centro-direita União Democrata-Cristã (CDU) venceu as eleições parlamentares da Alemanha neste domingo (23/2), com 28,6% dos votos após a conclusão da contagem. b2s4a

A legenda de direita radical Alternativa para Alemanha (AfD) ficou em segundo lugar, com votação recorde de 20,8%. Sua líder Alice Weidel afirmou que foi um "resultado histórico", já que o partido obteve enormes ganhos desde a eleição de 2021.

Líder da CDU, Friedrich Merz terá a missão de formar um novo governo alemão, no lugar do chanceler Olaf Scholz, da coalizão de centro-esquerda do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD).

O partido de Scholz terminou em terceiro lugar, segundo a contagem final, e os Verdes ficaram em quarto.

Confira o resultado preliminar:

  • CDU-CSU: 28,6%
  • AfD: 20,8%
  • SPD: 16,4%
  • Verdes: 11,6%
  • Esquerda: 8,8%
  • BSW: 4,97%
  • FDP: 4,3%
  • Outros: 4,5%

Na sua rede social Truth Social, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu a vitória do partido conservador como um "grande dia para a Alemanha".

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, escreveu no X que está "ansioso para trabalhar em estreita colaboração com o próximo governo da Alemanha para fortalecer ainda mais a parceria entre os dois países".

Merz falou a apoiadores na sede do seu partido neste domingo. Ele elogiou uma "campanha eleitoral fantástica", mas falou sobre seu "respeito por nossos oponentes políticos".

"Agora vamos conversar juntos e é importante formar um governo o mais rápido possível... O mundo lá fora não está esperando por nós", disse o líder dos democratas cristãos.

"Todo mundo no mundo vê que a Alemanha tem um governo confiável e digno de confiança", acrescentou ele. "Esta noite estaremos comemorando e a partir de amanhã retomaremos nosso trabalho."

Ele também falou sobre a necessidade da Europa de criar condições de "independência" em relação aos EUA, na questão da segurança.

"Eu nunca teria pensado que teria que dizer algo assim em um programa de TV, mas, depois dos comentários de Donald Trump na semana ada... está claro que o seu governo não se importa muito com o destino da Europa", disse Friedrich Merz durante um debate pós-eleitoral no domingo.

"Minha prioridade absoluta será fortalecer a Europa o mais rápido possível para que, o a o, possamos realmente alcançar a independência dos EUA."

Merz deu a entender que o esforço era tão urgente que ele não tinha certeza se os líderes da aliança transatlântica reunidos para uma cúpula em junho "ainda estariam falando sobre a Otan em sua forma atual ou se teríamos que estabelecer uma capacidade de defesa europeia independente muito mais rapidamente".

"Estamos sob uma pressão tão grande de dois lados [EUA e Rússia] que minha prioridade absoluta agora é realmente criar unidade na Europa", disse Merz.

Aos 69 anos e com 1,98 m de altura, Merz é um conservador social, pró-negócios e de discurso direto, que ou anos aguardando sua chance.

Ele faz parte do partido da ex-chanceler Angela Merkel, com quem travou disputas no ado sobre a liderança da CDU.

Ofuscado por Merkel desde 2002, ele acabou deixando a política, atuou nos conselhos de bancos de investimento e ou a pilotar aviões como um hobby.

Ele disputou a liderança do partido, mas perdeu para Merkel em 2018 e depois para Armin Laschet, que acabou sendo derrotado na eleição alemã de 2021.

Merz então assumiu o comando da CDU e concorreu sob o slogan "Uma Alemanha da qual possamos nos orgulhar novamente".

Ele prometeu controles permanentes nas fronteiras e regras de asilo mais rígidas para restringir a imigração, além de reduzir impostos e corta 50 bilhões de euros em gastos com assistência social para reaquecer a economia alemã. Também se comprometeu a reforçar a ajuda à Ucrânia.

No entanto, ele provocou forte reação antes das eleições ao tentar endurecer as regras de imigração para contar com votos do partido de extrema-direita Alternativa Para a Alemanha (AfD), o que acabou não dando certo.

Embora Merz tenha descartado qualquer aliança com o AfD, a ex-chanceler Angela Merkel disse que ele estava "errado" ao aceitar os votos do partido, e ele enfrentou grandes protestos.

Merz também prometeu uma liderança mais firme da Alemanha na Europa e maior apoio à Ucrânia, sem descartar uma futura adesão do país à Otan.

Parlamento Alemão, conhecido como Bundestag
Parlamento Alemão, conhecido como Bundestag
Foto: MARTIN DIVISEK/EPA-EFE/REX / BBC News Brasil

Votação histórica da AfD 4h5me

A AfD será a segunda força na política do país — conquistando uma votação histórica para o Parlamento alemão. O copresidente da legenda, Tino Chrupalla, disse que está "muito orgulhoso do partido".

"Estávamos unidos, nossa campanha foi direcionada e fomos disciplinados", disse ele, ao lado da copresidente Alice Weidel.

"Podemos realmente provocar uma mudança histórica", afirmou, acrescentando que o partido "está sempre abertos a negociações".

Outros partidos têm sido inflexíveis em não formar uma coalizão com a AfD. Mas Chrupalla diz que seu partido recebeu "um mandato para provocar mudanças políticas".

Ao longo da última década, a AfD tem sido um dos partidos que mais cresceu junto ao eleitorado alemão.

O partido é liderado por Weidel, uma mulher lésbica e conservadora que se tornou popular entre os eleitores jovens no TikTok, principalmente homens.

A AfD propõe medidas como a saída da União Europeia, a volta do marco alemão no lugar do euro como moeda nacional, o reestabelecimento de relações com a Rússia, a desativação de usinas eólicas e uma política de "remigração" — com deportação de cidadãos alemães baseado nas suas etnias.

Alice Weidel é tido como o rosto do partido AfD hoje — e responsável por sua radicalização recente
Alice Weidel é tido como o rosto do partido AfD hoje — e responsável por sua radicalização recente
Foto: REUTERS/Marton Monus / BBC News Brasil

Novo governo 4n1ql

Nas eleições desde domingo, estavam sendo disputados 630 assentos no Parlamento alemção.

As eleições para o chamado Bundestag normalmente ocorrem a cada quatro anos. A próxima estava prevista para 28 de setembro de 2025, mas foi antecipada devido ao colapso do governo Scholz.

A coalizão governante será formada pelos partidos que conseguirem juntos mais de 50% dos assentos.

Isso quer dizer que os conservadores CDU e CSU precisam se somar a outras legendas.

No entanto, Friedrich Merz descartou formar uma coalizão com o partido de extrema-direita AfD, o que limita suas opções de parceiros de governo.

Isso torna mais provável um acordo com os Sociais-Democratas (SPD), de Scholz, embora haja resistência dentro do partido devido a disputas recentes sobre migração.

Scholz disse neste domingo que os resultados das eleições são "amargos" para seu partido, chamando-os de "derrota".

Falando com apoiadores em Berlim, o chanceler alemão disse que é um momento "em que temos que reconhecer que perdemos a eleição".

Na eleição anterior, ele disse, o partido teve um resultado "melhor" pelo qual ele foi "responsável", acrescentando que esse resultado "é pior, e eu sou responsável por isso também".

O atual chanceler Olaf Scholz, do partido social-democrata SPD, de centro-esquerda
O atual chanceler Olaf Scholz, do partido social-democrata SPD, de centro-esquerda
Foto: CLEMENS BILAN/EPA-EFE/REX/Shutterstock / BBC News Brasil

Análise: Liderança incontestável para Merz, mas ele queria mais 132e2q

Paul Kirby

Editor digital da BBC News para Europa, em Berlim

Friedrich Merz e seus democratas cristãos têm uma liderança incontestável, de acordo com o resultado nas urnas neste domingo (23/2).

Dois partidos menores que chegaram perto de atingir o limiar de 5% dos votos não conseguiram entrar no parlamento. Por horas, pensou-se que o BSW, partido populista de esquerda, poderia entrar.

Porque há apenas cinco partidos no parlamento, isso dá a Friedrich Merz uma chance melhor de formar uma coalizão com outro partido, provavelmente o Social Democrata (SPD).

Mas a outra grande história é que o partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD) se torna a segunda maior força na política alemã.

Quatro anos atrás, eles obtiveram apenas 10,4% e agora superaram a marca dos 20%, segundo o resultado final da contagem de votos.

Sua mensagem parece ter alcançado milhões de alemães no oeste e no leste.

Quem ganhou e quem perdeu?

Há três vencedores nesta corrida. Isso está claro:

  • Democratas Cristãos (CDU) de Friedrich Merz,
  • a anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD),
  • e o Partido de Esquerda.

A CDU venceu, mas conquistou menos de 30% dos votos, e Merz diz que começará a trabalhar na formação de uma coalizão nesta segunda-feira de manhã.

A AfD garantiu mais de 20% dos votos e a líder Alice Weidel está certa em reivindicar um "resultado histórico" para o partido — mais de nove pontos acima da eleição de 2021.

O outro grande vencedor é a Esquerda, que subiu para mais de 8%, em parte por causa de uma campanha de redes sociais de grande sucesso.

Os grandes perdedores são os três partidos do governo que termina:

  • Os sociais-democratas (SPD) de Olaf Scholz, que estão caminhando para um resultado historicamente baixo,
  • os Verdes,
  • e os liberais econômicos, o FDP, que ficaram de fora do parlamento.
Mulheres em trajes típicos alemãs votam
Mulheres em trajes típicos alemãs votam
Foto: REUTERS/Steffen Schmidt / BBC News Brasil
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