Gaza: Hamas liberta refém israelense-americano Edan Alexander após negociação com EUA 6o5247
O exército israelense anunciou nesta segunda-feira (12) que o refém israelense-americano Edan Alexander, mantido na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023, retornou a Israel, após ter sido libertado pelo movimento islâmico palestino Hamas. Com esta libertação, o Hamas, que não receberá nada em troca, posiciona-se como um interlocutor sério e privilegiado dos Estados Unidos. 6e4q4b
O exército israelense anunciou nesta segunda-feira (12) que o refém israelense-americano Edan Alexander, mantido na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023, retornou a Israel, após ter sido libertado pelo movimento islâmico palestino Hamas. Com esta libertação, o Hamas, que não receberá nada em troca, posiciona-se como um interlocutor sério e privilegiado dos Estados Unidos. 6e4q4b
Após 584 dias, fraco, mas de pé e em trajes civis, o soldado americano-israelense Edan Alexander, de 21 anos, foi libertado após conversas diretas do Hamas com os Estados Unidos.
"As Brigadas al-Qassam acabaram de libertar o soldado sionista e cidadão americano Edan Alexander, após contatos com o governo americano, como parte dos esforços feitos pelos mediadores para chegar a um cessar-fogo", disse o movimento islâmico palestino em um comunicado, no meio da tarde.
Para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a libertação do jovem soldado foi resultado de uma "combinação vencedora" de pressão militar de Israel e pressão política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Isso foi possível graças à nossa pressão militar e à pressão política exercida pelo presidente Trump. É uma combinação vencedora", disse Netanyahu em um vídeo divulgado por seu gabinete.
Edan Alexander estava preso havia 19 meses na Faixa de Gaza, onde uma suspensão temporária dos bombardeios oferece agora um raro alívio aos moradores.
"Acompanhado por forças do exército israelense, o refém libertado Edan Alexander cruzou a fronteira para o território israelense", detalhou o exército em um comunicado.
Visita de Trump ao Oriente Médio 3h4i27
A libertação do único refém vivo com cidadania americana ainda mantido em Gaza coincide com a ida do presidente Donald Trump ao Oriente Médio, quando visitará a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Catar, um dos países mediadores do conflito entre Israel e o Hamas.
De acordo com o exército, o refém se juntará à família em um centro de recepção em Reim, no sul de Israel, antes de ser levado para o Hospital Ichilov em Tel Aviv,
"Estou animada e feliz. (...) estamos esperando para poder abraçar Edan e sentir que ele está realmente conosco", disse a avó do soldado, Varda Ben Baruch, em seu apartamento em Tel Aviv.
Edan Alexander foi sequestrado enquanto servia em uma base militar no sul de Israel no momento do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que foi seguido por uma ofensiva de retaliação devastadora que deixou dezenas de milhares de mortos, causando um desastre humanitário na Faixa de Gaza.
Uma fonte do Hamas afirmou que o movimento foi informado por mediadores sobre uma pausa nos combates após a libertação do refém.
"Não há mais aviões no céu. Os bombardeios pararam, ao contrário da noite ada, quando foram muito intensos em Khan Younis" (sul), comemorou Oum Mohammed Zomlot, uma mulher da Cidade de Gaza (norte).
"Qualquer cessar-fogo, mesmo temporário, é uma oportunidade para respirarmos e recuperarmos nossas forças", disse Somaya Abou Al-Kas, de 34 anos.
Negociações em Doha j2y5a
Benjamin Netnayahu também anunciou o envio de uma delegação a Doha na terça-feira (13) para negociações sobre os outros prisioneiros, após uma reunião em Jerusalém com o enviado americano Steve Witkoff. Já as negociações indiretas entre Israel e o Hamas para uma trégua estão estagnadas.
O Fórum das Famílias, a maior associação de parentes de reféns em Israel, convocou uma manifestação na Praça dos Reféns em Tel Aviv, onde há quase 600 dias.os manifestantes exigem o retorno dos reféns.
Após o anúncio da libertação de Edan Alexander, o Hamas pediu ao governo Trump que "continuasse seus esforços para acabar com a guerra" na Faixa de Gaza. Duas autoridades do Hamas mencionaram "discussões diretas" com Washington.
No início de março, os Estados Unidos, que consideram o Hamas uma organização terrorista, relataram seus primeiros contatos diretos com o movimento palestino.
Após uma trégua de dois meses, Israel retomou sua ofensiva em Gaza em 18 de março, tomando grandes áreas do território palestino. Em 5 de maio, foi anunciado um plano para "conquistar" Gaza.
Situação "catastrófica" 3j245p
Desde 2 de março, o exército israelense proibiu a entrada de ajuda humanitária em Gaza, onde cerca de 2,4 milhões de habitantes enfrentam uma situação humanitária catastrófica com escassez de alimentos, remédios e combustível.
O território enfrenta "um risco crítico de fome", com 22% da população prestes a se encontrar em uma situação "catastrófica", alertou o IPC (Classificação Integrada de Segurança Alimentar) em um relatório publicado nesta segunda-feira.
Um cessar-fogo entre 19 de janeiro e 17 de março permitiu que 33 reféns israelenses — incluindo os corpos de 8 pessoas — deixassem Gaza em troca da libertação de cerca de 1.800 prisioneiros palestinos.
Nesta segunda-feira, a Defesa Civil Palestina relatou "pelo menos" dez mortes, incluindo várias mulheres e crianças, em um ataque israelense noturno contra uma escola que abrigava pessoas deslocadas em Jabalia (norte).
(Com AFP)