Guerra comercial: Pequim aumenta taxas sobre produtos dos EUA para 125% e busca aliados 236e6r
A China anunciou nesta sexta-feira (11) que aumentará suas sobretaxas alfandegárias sobre produtos americanos para 125%, a partir de sábado (12), em uma nova escalada na guerra comercial com os Estados Unidos. Pequim também informou que uma nova denúncia será apresentada à Organização Mundial do Comércio (OMC). 315x2a
A China anunciou nesta sexta-feira (11) que aumentará suas sobretaxas alfandegárias sobre produtos americanos para 125%, a partir de sábado (12), em uma nova escalada na guerra comercial com os Estados Unidos. Pequim também informou que uma nova denúncia será apresentada à Organização Mundial do Comércio (OMC). 534l1e
Com a correspondente em Pequim, Cléa Broadhurst
Conforme anunciou o governo dos EUA na quinta-feira (10), a tarifa sobre produtos chineses importados ou a 145%. Poucas horas após o presidente Xi Jinping declarar que "não há vencedores em uma guerra tarifária", nesta sexta-feira, Pequim aumentou as tarifas retaliatórias sobre produtos dos EUA para 125%. De acordo com a Comissão de Tarifas Alfandegárias da China, as novas taxas devem entram em vigor amanhã.
As "tarifas exorbitantes" dos EUA contra a China "não am de um jogo de números sem significado econômico" e "se tornaram uma farsa", afirmou o Ministério do Comércio chinês. Pequim alerta que qualquer ação que prejudique seriamente seus interesses será respondida com um contra-ataque.
O governo chinês acusa Donald Trump de semear o caos nos mercados com suas tarifas abrangentes que abalaram a economia global. Para a China, os Estados Unidos devem "assumir total responsabilidade". Pequim alerta que não pretende continuar se alinhando aos próximos aumentos de taxas alfandegárias americanas. Para Pequim, os produtos dos Estados Unidos simplesmente se tornaram inviáveis no mercado chinês por causa das tarifas já em vigor.
A mensagem é clara: se Washington continuar nesse caminho, a China não responderá mais sistematicamente com medidas equivalentes. Esta é uma mudança de estratégia no ime comercial entre as duas potências.
O Ministério do Comércio, por sua vez, anunciou que uma nova denúncia será apresentada à Organização Mundial do Comércio. Este é um novo episódio no ime jurídico e econômico entre os dois gigantes.
Além das sobretaxas, a China também lançou medidas retaliatórias não tarifárias. A partir de agora, o número de filmes de Hollywood permitidos nos cinemas chineses vai diminuir e há restrições aos direitos comerciais de algumas empresas americanas.
China busca fortalecer outras parcerias 223a5h
Na frente diplomática, a China está aumentando os contatos com seus principais parceiros, particularmente a União Europeia e os países do Sudeste Asiático.
O presidente chinês, Xi Jinping, conversou com vários líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, nesta sexta-feira, que faz a sua terceira visita a Pequim. O objetivo do encontro é fortalecer os laços econômicos e mostrar unidade diante das políticas protecionistas americanas. Xi Jinping enfatizou a necessidade de resistir ao que chamou de "intimidação unilateral" e defender as regras do comércio internacional. O presidente chinês pediu que a União Europeia resista, com Pequim, à guerra comercial de Donald Trump.
Na próxima semana, o presidente chinês é esperado no Vietnã, Malásia e Camboja. Enquanto a China apresenta represálias às tarifas dos EUA, outros países asiáticos, fortemente dependentes de exportações para os Estados Unidos, mantêm discrição. É o caso do Vietnã e do Camboja, produtores têxteis e membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que já declarou que não tomará medidas retaliatórias.
Hanói espera reduzir pela metade esses impostos, atualmente em 46%. O argumento do governo vietnamita: ele prometeu combater o roubo de propriedade intelectual e o desvio ilegal de mercadorias. Muitos produtos fabricados na China am pelo solo vietnamita, de onde são reenviados para os Estados Unidos, mas com o selo Made in Vietnam (Feito no Vietnã) e se beneficiando de taxas alfandegárias mais baixas.
Tailândia também se compromete a combater as falsas declarações de origem para negociar uma redução de impostos. O país também promete comprar mais gás natural, produtos agrícolas e aeronaves dos Estados Unidos.
Mercado reflete 18c1b
Os mercados de ações europeus caíram no vermelho e o dólar aprofundou suas perdas, nesta sexta-feira, depois que Pequim anunciou que aumentaria as tarifas adicionais sobre produtos americanos para 125%.
Após abrir em alta, às 8h40 (3h40 em Brasília), Frankfurt perdia 1,38%, Paris 0,85% e Milão 1,37%. Londres caiu 0,34%.
A incerteza gerada pelas políticas de Donald Trump continua pressionando o dólar para baixo. Nesta sexta-feira, a moeda americana atingiu o seu nível mais baixo em relação ao euro em mais de três anos. Esse é um dos reveses do governo Trump, cujas políticas minam a credibilidade americana. Por volta das 11h05 em Paris (6h05 em Brasília), o dólar caía 1,84% em relação ao euro.
(Com RFI e AFP)