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Mudanças em normas ambientais feitas por Leite influenciaram na dimensão dos impactos das chuvas no RS 3ri3k

Especialistas ouvidos pelo Terra avaliam que alterações no Código Ambiental do Estado resultaram na flexibilização de políticas ambientais 3j3g1o

11 mai 2024 - 05h00
(atualizado às 07h21)
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População do Rio Grande do Sul chove com enchentes
População do Rio Grande do Sul chove com enchentes
Foto: Amanda Perobelli / Reuters

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), realizou alterações em pelo menos 500 normas do Código Ambiental do Estado durante seu primeiro ano de mandato, em 2019. As mudanças, sancionadas em 2020, resultaram na flexibilização de políticas ambientais, o que, segundo especialistas, teve impacto na extensão dos danos ambientais provocados pelas chuvas que assolam a região. 23214l

Agora, diante do pior desastre da história do Rio Grande do Sul, ambientalistas têm se manifestado contra a istração de Leite, acusando-o, junto com a Assembleia Legislativa, de serem responsáveis pelo que consideram um desmantelamento das leis estaduais de proteção ambiental. 

"Nesses 53 anos nunca houve um retrocesso tão grande", resume Francisco Milanez, diretor científico da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan). 

Biólogo e pós-graduado em análise de impacto ambiental, Milanez ressalta que as alterações aprovadas em 2020 pela Assembleia Legislativa do RS flexibilizaram as exigências e beneficiaram os empresários, concedendo-lhes, em alguns casos, o próprio licenciamento ambiental. A prática permite que empresas  assumam a responsabilidade pelo licenciamento de suas atividades, dispensando a avaliação ou aprovação de órgãos ambientais.

Para Milanez, a iniciativa compromete a integridade ambiental, já que a falta de avaliações independentes pode resultar em práticas inadequadas ou até mesmo em danos ambientais graves, sem a devida responsabilização.

Vista do alagamento no Centro Histórico de Porto Alegre, nesta quinta-feira, 9, após as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul
Vista do alagamento no Centro Histórico de Porto Alegre, nesta quinta-feira, 9, após as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul
Foto: Alvaro Bertoni/Enquadrar / Estadão

Milanez também contesta a posição do governo gaúcho, que alegou que as alterações no Código foram embasadas em discussões com a sociedade e instituições. "Não existe isso na história do Brasil. O governador Leite fez 480 modificações neste código, destruindo a estrutura das coisas mais importantes dele, sem consultar a sociedade", esclarece.

Milanez conta que a primeira tentativa de mudança promovida por Leite ocorreu em regime de urgência, mas foi impedida pela Justiça após a Agapan entrar com uma ação. 

"Demoramos 10 anos para elaborar o antigo código ambiental. Já o governador destruiu uma obra-prima que é o código de meio ambiente gaúcho em apenas 75 dias", diz, referindo-se ao intervalo entre a apresentação do projeto de Leite, em setembro de 2019, e sua aprovação pela base de sustentação na Assembleia Legislativa do RS, em 11 de dezembro do mesmo ano. 

Milanez destaca que essas mudanças na legislação ambiental estadual estão diretamente relacionadas à magnitude dos impactos das chuvas no Rio Grande do Sul. Como exemplo, ele menciona o aumento do desmatamento desde 2019 em áreas montanhosas, o que contribui para chamadas enchentes de erosão, que ocorre quando a água em excesso, proveniente de chuvas intensas causa o deslocamento e a remoção do solo em uma determinada área.

O ambientalista argumenta que a redução da cobertura vegetal, resultado do desmatamento e da flexibilização ambiental, contribui para o aumento dessas enchentes. Isso porque as árvores e outras plantas desempenham um papel crucial na estabilização e compactação do solo, com suas raízes ajudando a segurar o solo e, consequentemente, reduzindo a erosão causada pela água das chuvas.

"Isso tudo é consequência de solo nu, de desmatamento de áreas verdes", diz. 

Ele também critica a recente sanção pelo governador de uma lei que flexibiliza a construção de barragens e outros reservatórios de água em áreas de proteção permanente. Segundo o ambientalista, essa medida é preocupante, pois pode interferir no fluxo natural da água, resultando em enchentes nos rios e chuvas mais intensas e concentradas.

Justo ou injusto culpar a legislação ambiental">O Terra também entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente, mas não recebeu retorno. Saiba como doar qualquer valor para o Pix oficial do Rio Grande do Sul.    1qv51

Fonte: Redação Terra
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