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Exercício físico pode aumentar chance de sobrevivência de pacientes com câncer, indica pesquisa 374d1y

Um programa de exercícios para pacientes com câncer colorretal pode reduzir o risco de morte em um terço, revela um grande estudo internacional. n474j

2 jun 2025 - 16h32
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Homem e mulher fazendo exercício na praia
Homem e mulher fazendo exercício na praia
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Um programa de exercícios voltado a pacientes com câncer colorretal pode reduzir o risco de morte em um terço, revela um importante estudo internacional. 455g3l

Os pesquisadores disseram que "não se trata de uma grande quantidade" de exercícios e que qualquer tipo de atividade física, desde natação até aulas de salsa, já conta pontos positivos.

Os resultados podem mudar a forma como esse tipo de tumor é tratado em todo o mundo, avaliam especialistas.

Cientistas já investigam se programas de exercícios também poderiam melhorar a sobrevida de pessoas com outras doenças, como o câncer de mama.

"Trata-se de uma mudança de mentalidade, de pensar no tratamento como algo que você faz, não apenas algo que você toma", avalia a pesquisadora Vicky Coyle, da Queen's University, em Belfast, na Irlanda do Norte.

No estudo, o programa de exercícios começou logo após a quimioterapia e os pacientes foram acompanhados por anos.

O objetivo era fazer com que as pessoas praticassem pelo menos o dobro da quantidade de exercícios estabelecida nas diretrizes para a população em geral.

Isso significa de três a quatro sessões de caminhada rápida por semana, com duração de 45 a 60 minutos, estima a professora Coyle.

Os participantes também tiveram o sessões semanais de treinamento presencial durante os primeiros seis meses. Posteriormente, esses encontros foram reduzidos a uma vez por mês.

O estudo, que envolveu 889 pacientes, incluiu metade dos voluntários no programa de exercícios.

A outra parcela apenas recebeu folhetos que traziam informações sobre um estilo de vida saudável.

Os resultados publicados no periódico acadêmico New England Journal of Medicine revelaram que em cinco anos:

  • 80% das pessoas que se exercitaram permaneceram livres do câncer;
  • No grupo que só recebeu os folhetos, essa taxa foi de 74%;
  • Essa diferença representa uma redução de 28% no risco de recidiva ou de formação de um novo tumor.

Enquanto isso, oito anos após o início do tratamento contra o câncer:

  • 10% das pessoas no programa de exercícios morreram;
  • No grupo que recebeu os folhetos, essa porcentagem foi de 17%;
  • Essa diferença representa um risco de morte 37% menor na parcela dos voluntários que fez o programa de treinamentos.

Como exercícios físicos ajudam a combater o câncer? 65f60

Não se sabe exatamente por que o exercício tem esse efeito benéfico, mas especialistas suspeitam que ele pode influenciar em fatores como a produção de hormônios do crescimento (que podem acelerar a multiplicação das células tumorais), nos níveis de inflamação e no funcionamento do sistema imunológico — que patrulha todo o corpo em busca de células doentes.

O pesquisador Joe Henson, da Universidade de Leicester, no Reino Unido, classifica os resultados como "empolgantes".

"Vi em primeira mão como os treinos reduziram a fadiga, melhoraram o humor e aumentaram a força física das pessoas", conta ele.

"Sabemos que a atividade física regula diversos processos biológicos importantes que podem explicar esses resultados, e pesquisas futuras nos ajudarão a descobrir por que o exercício tem um impacto tão positivo", conclui ele.

O câncer colorretal é o quarto tipo de câncer mais comum no Brasil (atrás dos tumores de pele não melanoma, de mama e de próstata), com cerca de 45,6 mil pessoas diagnosticadas com a doença a cada ano.

A enfermeira Caroline Geraghty, da Cancer Research UK, uma associação britânica que fomenta pesquisas em oncologia no Reino Unido, entende que o estudo "tem o potencial de transformar a prática clínica".

"Mas isso apenas acontecerá se os serviços de saúde tiverem o financiamento e a equipe necessários para tornar isso uma realidade para todos os pacientes", conclui ela.

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