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Aos 92 anos, dona Valquíria puxa o arrastão da maior festa junina da periferia de Salvador 5g4c2t

Ela é a mais velha de um grupo de senhoras que dança samba junino em Cajazeiras, bairro popular com 192 mil moradores 5u4n5s

4 jun 2025 - 04h59
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Resumo
Valquíria Souza Santos integra o grupo de dança Sambadeiras de Cajazeiras. Superou dores, viuvez e décadas de silêncio para voltar a dançar e inspirar gerações. Vai desfilar na festa junina e se apresenta o ano inteiro.
Valquíria Souza Santos cuida da casa sozinha e, duas vezes por semana, vai de ônibus ao ensaio.
Valquíria Souza Santos cuida da casa sozinha e, duas vezes por semana, vai de ônibus ao ensaio.
Foto: Divulgação

Na maior festa junina de um dos bairros mais populares de Salvador, o Cajazeiras, Valquíria Souza Santos, de 92 anos, abre alas à frente do trio elétrico do Cajarriê, liderando um grupo de senhoras no qual a mais nova tem 65 anos. São as Sambadeiras de Cajazeiras. 2u6n3o

Dona Valquíria é uma figura simbólica do grupo que mantém vivo o samba junino, o samba de roda, entre outros estilos populares. Nascida e criada na Liberdade, uma bairro da negritude, Valquíria é a mais velha de dez irmãos. Filha de um militar e de uma dona de casa, estudou até a oitava série.

Casou cedo, aos 14, teve oito filhos e, contrariando o destino que muitos impunham às mulheres da sua geração, formou-se em enfermagem. Trabalhou por seis anos na área da saúde. “Quando me casei, ele não deixou mais eu dançar”, conta.

Sambadeiras de Cajazeiras no Cajarriê de 2024. Grupo vem à frente do trio elétrico dançando samba junino.
Sambadeiras de Cajazeiras no Cajarriê de 2024. Grupo vem à frente do trio elétrico dançando samba junino.
Foto: Divulgação

O marido, também militar, conheceu Valquíria ainda adolescente, dançando numa festa escolar. Encantou-se, mas logo quis conter o brilho que o seduziu. Por anos, o samba ficou guardado em silêncio. “Ele me encontrou dançando, tinha que ter aceitado”, diz ela.

Da cadeira de rodas para as rodas de dança 5o465d

A vida voltou a ter dança quando a viuvez chegou, doze anos atrás. Dona Valquíria ou a frequentar o Centro Cultural Edson Solto. Tinha dores nas pernas, e usava uma cadeira de rodas. Mas entre sessões de fisioterapia e aulas de ginástica, redescobriu o corpo e a alma.

O professor e coreógrafo incentivou. Valquíria dançava com cuidado e foi se firmando, chegou a ensaiar a dança de ventre, quando o grupo de dançarinas de terceira idade ainda se chamava Balé da Melhor Idade, rebatizado para Sambadeiras de Cajazeiras.

Bruno Beirão, professor de dança do projeto onde dona Valquíria saiu da cadeira de rodas e começou a dançar.
Bruno Beirão, professor de dança do projeto onde dona Valquíria saiu da cadeira de rodas e começou a dançar.
Foto: Divulgação

Hoje, são 30 senhoras, entre 65 e 92 anos, que cantam, tocam e desfilam. Também produzem suas fantasias. Valquíria é a abre-alas, puxando o Cajarriê, a maior festa do maior bairro popular de Salvador, o Cajazeiras.

“Se não fosse a dança, acho que já tinha morrido”, diz com franqueza. “Era só lavando e ando. Isso foi Deus que mandou.” Vaidosa, mesmo em casa a batom, se perfuma, bota brinco. “Sempre fui assim. Marido ficava com ciúme.”

Dona Valquíria não quer saber de namorado 1w1c3o

Dona Valquíria dorme cedo e acorda cedo. Toma café com e então lava roupa, faz comida. “Gosto de comida de verdade. Gosta de molho pardo e frango. E de romance”. Não é por acaso que é fã do cantor Vicente Celestino. Gosta de futebol, Vitória é seu time do coração.

As Sambadeiras de Cajazeiras se apresentam em vários espaços além do samba junino de Cajazeiras: chegaram à Argentina.
As Sambadeiras de Cajazeiras se apresentam em vários espaços além do samba junino de Cajazeiras: chegaram à Argentina.
Foto: Divulgação

A vida agitada dessa mulher de 92 anos incluir pega ônibus duas vezes por semana para os ensaios das Sambadeiras de Cajazeiras. “Faço tudo”. Quando anda pelas ruas, ouve “Deus te acompanhe, dance bem”.

Tem oito netos, três bisnetos. Telefone fixo, sem celular. Não se aventura pela internet. “Eu acho bom, mas não gosto.” Vê jornal no almoço, vai à missa católica de vez em quando. Namorado? Ela ri alto. “Me deixa em paz, querem me manobrar">Ela prefere dançar. “Dance. Ela traz a gente pra vida”, aconselha a abre alas das Sambadeiras de Cajazeiras.

Fonte: Visão do Corre
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