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O inho nos pés é a esperança para novas gerações 5o6x1c

Além da diversão, o estilo de dança propõe novas perspectivas e possibilidades para crianças das periferias 3v615k

23 jan 2023 - 08h45
(atualizado às 19h13)
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A dança é uma das formas de expressão mais genuínas. Basta ouvir melodias envolventes que os pés, o corpo e as mãos am a criar ritmos próprios - é o chamado improviso. E essa é uma das bases do inho, estilo que nasceu nos bailes do complexo do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, e mistura breaking, frevo, samba e capoeira. 171m6q

Foto: intervenção com foto wesley carvalho/unsplash/Redação / Elástica

Embora ele estivesse presente nas festas desde os anos 2000, foi apenas em 2006 que se popularizou. Isso porque o grupo Imperadores da Dança - fundado por Anderson Santana - o incluiu em suas performances e o levou para batalhas que aconteciam pela cidade, uma tradição que ocorre até hoje. Por meio da internet, os jovens gravavam vídeos e competiam entre si para ver quem tinha mais repertório. É aí que nasce o "inho Foda", por exemplo, que se tornou um dos mais importantes do movimento. 

O dançarino e coreógrafo Khalifa explica que é preciso ter técnica e criatividade para se dar bem. "O dançarino pode imprimir suas próprias ideias na hora de se mexer. Mas a característica principal é a rapidez e a coordenação dos pés e das pernas. É preciso de muito treino para executar de forma perfeita", explica. 

 
 
 
 
 
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E não é só do Rio de Janeiro que surgiram os ícones. Um morador da Vila Romano, Zona Leste de São Paulo, conhecido como Magrão, criou o "inho do Romano". Ele acabou falecendo em um acidente de moto uma semana depois que o o foi lançado, mas até hoje é homenageado. Tanto que o MC Bruno IP criou uma música que cita seu nome e sua habilidade. Em Recife, o brega-funk ajudou a criar a variação conhecida como "inho dos Maloka". Já em Belo Horizonte, é o "inho Malado" que toma conta dos pés da galera. 

No ano de 2011, a dança ganhou uma espécie de legitimação institucional. Foi criada a primeira batalha de inho no SESC Tijuca, o que levou o cineasta Emílio Domingos a criar um documentário sobre o tema no ano seguinte, intitulado "A Batalha do inho". A exposição internacional veio na cerimônia de encerramento dos Jogos Paraolímpicos de Londres em 2012, quando um grupo de profissionais brasileiros se apresentou. 

Outro marco importante dessa história é a participação de dançarinos na cerimônia de abertura das Olimpíadas em 2016. O momento emblemático, que ocorreu ao som de "Rap da Felicidade", canção de Cidinho & Doca,

significou tanto que a manifestação artística urbana foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Rio de Janeiro, em lei aprovada em 2018.

"Quando chegamos a esse patamar o que muda é o jeito da gente se comportar, mas a essência é a mesma. Na favela, temos uma certa linguagem, códigos e falamos de um jeito mais solto. Mas a visibilidade faz com que a gente acredite mais no nosso trabalho", afirma Khalifa, que participou da competição Red Bull Dance Your Style no ano ado. 

Foto: Tauana Sofia / Red Bull Content Pool/Divulgação / Elástica

Um novo futuro 404n6l

Não é raro ver nos noticiários que a polícia brasileira é uma das mais truculentas. Entre 2017 e 2019, ao menos 2.215 crianças e adolescentes morreram em operações pelo país. Um relatório da Rede de Observatórios da Segurança, publicado em 2022, indicou, inclusive, que o Rio de Janeiro é o local onde a letalidade é maior. Não é possível esquecer do caso de Ágatha Felix, criança de 8 anos que foi morta com um tiro de fuzil, em setembro de 2019, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio.

"Como explicamos para os pequenos que os policiais são os heróis da história?", questiona Khalifa. "A dança significa esperança para as crianças da favela. Quando participamos de competições e amos a trabalhar com isso, viramos referência para elas - que entendem que podem seguir um caminho para além daqueles que estão acostumadas."

Além disso, os núcleos de inho se tornam um respiro e estimulam conexões, além de ajudar o jovem a se orgulhar de sua identidade. "O inho nunca perde sua essência, todo mundo sabe de onde ele veio. Hoje eu trabalho com isso e tudo o que tenho foi ele que me deu. Agora tento ar isso para os outros e levar a cultura periférica para o mundo", reflete o coreógrafo ao fazer referência à sua viagem para a Dinamarca a fim de ministrar workshops. 

De inho em inho m4k1h

inho dos Maloka

Nascido no subúrbio do Recife, o estilo é marcado por movimentos do braço, virilha e ombro. É ligado ao brega-funk e, por isso, tem como objetivo exaltar a cultura nordestina.

inho do Romano

Para aprender a dança, é preciso de rapidez - e um tanto de interpretação teatral. Isso porque as caretas são marcantes. Os braços livres e o break também estão na lista.

inho Foda

De acordo com Khalifa, o funk é o que mais chama atenção no o - por isso, molejo no quadril é a característica principal.

inho   Malado

Criado em Belo Horizonte, essa é uma versão mais rápida dos inhos dos bailes de charme. Na hora de dançar, faça um triângulo com os pés, gire e jogue os pés para a direita e para a esquerda. E aí, bora dançar">

Elástica
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