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Mortes de crianças e adolescentes pela PM mais do que dobraram em SP 3d1x5e

Enfraquecimento do uso de câmeras corporais, letalidade de operações e declarações de Tarcísio explicam aumento expressivo, mostra estudo 3w2o2x

3 abr 2025 - 12h22
(atualizado às 12h45)
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Operação Escudo terminou com 28 mortes atribuídas às ações da Polícia Militar na Baixada Santista.
Operação Escudo terminou com 28 mortes atribuídas às ações da Polícia Militar na Baixada Santista.
Foto: Taba Benedicto/Estadão - 31/07/2023 / Estadão

O número de mortes de crianças e adolescentes em ações policiais aumentou 120% no estado de São Paulo, entre 2022 e 2024, de acordo com a nova edição do relatório As câmeras corporais na Polícia Militar do Estado de São Paulo: mudanças na política e impacto nas mortes de adolescentes. O documento é produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) discorda de pontos do relatório e afirma punir desvios de condutas de seus agentes. 2u5h2n

O crescimento nos óbitos coincide com o período em que os protocolos de uso das câmeras corporais e em outros mecanismos de controle das forças de segurança foram enfraquecidos pela gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No período analisado pelo relatório, 77 crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos foram mortas durante ações da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), em 2024. O número é mais que o dobro do registrado em 2022, quando houve 35 vítimas na mesma faixa etária.

Considerando todas as crianças e os adolescentes que tiveram mortes violentas, 34% deles foram mortos por policiais em 2024. Ou seja, 1 em cada 3 mortes violentas nessa faixa etária ocorreu durante ações policiais. Em 2022, o percentual era de 24%. 

"Os resultados dos primeiros dois anos de implementação do programa de câmeras corporais indicavam uma redução de 62,7% nas mortes por intervenções de policiais militares em serviço em 2022, em comparação com 2019, ano anterior à adoção da política", destaca trecho do relatório. "Embora não seja possível tributar toda a redução na letalidade policial à utilização das câmeras, os dados indicam que elas tiveram papel importante no controle dos níveis de uso da força". 

Outro resultado relevante que traz o estudo foi a mensuração da redução na mortalidade de crianças e adolescentes em intervenções policiais.

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

"Em 2017, por exemplo, um terço da mortalidade violenta na faixa etária de 10 a 19 anos era de autoria de policiais militares. Com a implantação das câmeras corporais, a redução das mortes entre esse público foi de 66,7%, ando de 104 crianças e adolescentes mortos em 2019 para 35 em 2022. Os dados coletados e analisados nesta edição indicam, no entanto, uma reversão nos resultados do Programa Olho Vivo (que equipou policiais com câmeras portáteis). O enfraquecimento de políticas e mecanismos de controle, como os da Corregedoria da PMESP, aliado à realização de operações com elevados índices de letalidade e as declarações de representantes do governo estadual questionando a efetividade das câmeras corporais parecem ter influenciado a não adesão da tropa ao uso dos dispositivos", explica o relatório.

O estudo destaca que o crescimento da letalidade policial entre 2022 e 2024 afetou de forma desproporcional a população negra, incluindo entre crianças e adolescentes. Enquanto a taxa de mortalidade de pessoas brancas cresceu 122,8% em São Paulo no período, a de pessoas negras cresceu 157,2%. Além disso crianças e adolescentes negras são 3,7 vezes mais vítimas de intervenções letais da corporação no estado do que os brancos.

Na foto, viaturas da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Na foto, viaturas da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Foto: Divulgação/Governo do Estado - 24/05/23 / Estadão

Procurada pelo Terra, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que "as forças de segurança do Estado não compactuam com desvios de conduta ou excessos por parte seus agentes, punindo com absoluto rigor todas as ocorrências dessa natureza". Segundo a pasta, desde 2023, mais de 550 policiais foram presos e 364 demitidos ou expulsos, o que reforçaria "o compromisso da Secretaria da Segurança Pública com a legalidade e a transparência".

"As instituições policiais mantêm programas robustos de treinamento e formação profissional, além de comissões especializadas na mitigação de riscos, que atuam na identificação de não conformidades e no aprimoramento de procedimentos operacionais. Por determinação da SSP, todos os casos de morte por intervenção de um agente do estado são investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias, do Ministério Público e do Judiciário", continua a nota.

"Em relação às câmeras operacionais, a atual gestão ampliou em 18,5% o número de equipamentos. Os novos dispositivos, atualmente em fase de testes, contam com novas funcionalidades, como leitura de placas, comunicação bilateral e acionamento remoto, que será ativado assim que a equipe for despachada para uma ocorrência. Além disso, todo policial em patrulhamento deverá acionar a câmera sempre que se deparar com uma situação de interesse da segurança pública. O uso dos equipamentos segue regras rígidas, e qualquer agente que descumpri-las estará sujeito às sanções cabíveis", conclui a pasta.

Fonte: Redação Terra
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