O motor é o coração do veículo, e sua durabilidade depende diretamente dos cuidados e da manutenção adequada. Alguns problemas, muitas vezes negligenciados pelos motoristas, podem comprometer seriamente o funcionamento do motor, levando a danos irreparáveis e custos elevados de reparo. 5p4855
A seguir, Breno Henrique, engenheiro mecânico e técnico em mecânica destaca quatro falhas comuns que podem destruir o motor do carro e como você pode evitá-las.
1 - Falta de troca de óleo regular
O óleo lubrificante é essencial para reduzir o atrito entre as partes móveis do motor, evitando o desgaste prematuro e o superaquecimento. Ignorar a troca regular de óleo ou utilizar um lubrificante inadequado pode comprometer a eficiência do motor e causar falhas graves.
Além disso, atitudes como modificar a viscosidade do óleo após certa quilometragem, ou simplesmente não realizar a troca de forma preventiva, são extremamente prejudiciais. A grande maioria dos veículos no Brasil trafega em condições consideradas de uso severo, seja por rodar em trânsito intenso, percursos curtos, com excesso de carga ou em regiões com poeira e calor intensos.
Nesses casos, os próprios manuais das montadoras orientam que os intervalos de manutenção, especialmente da troca de óleo, devem ser reduzidos pela metade. Portanto, um motorista que costuma trocar o óleo a cada 10 mil km, por exemplo, deve considerar fazer isso a cada 5 mil km quando em uso severo que é, de fato, a realidade predominante no país.
2 - Superaquecimento do motor
O superaquecimento é uma das principais causas de danos severos ao motor. Ele pode ocorrer devido a falhas no sistema de arrefecimento, como baixo nível de líquido refrigerante, válvula termostática defeituosa, bomba d’água ineficiente, vazamentos, dentre outros. O uso de água comum (de torneira) no radiador, em vez de uma mistura adequada de água desmineralizada e aditivo, também pode levar à corrosão e à formação de depósitos que obstruem o sistema. Para evitar o superaquecimento, é fundamental realizar inspeções regulares no sistema de arrefecimento e utilizar os fluidos recomendados pelo fabricante.
3 - Uso de combustível de baixa qualidade
Abastecer o veículo com combustível adulterado ou de procedência duvidosa pode causar sérios danos ao motor. Impurezas e aditivos inadequados presentes em combustíveis de má qualidade podem entupir os injetores, filtro e pré filtro de combustível, além de comprometer a combustão, resultando em perda de potência, aumento do consumo e falhas mecânicas.
Além de abastecer em postos confiáveis, é essencial que o proprietário realize inspeções periódicas no sistema de alimentação de combustível com um profissional de confiança, a fim de verificar se o funcionamento do sistema está dentro dos parâmetros corretos antes que ocorra um problema mais grave. Um travamento de bico injetor, por exemplo, pode gerar o excesso de combustível na câmara de combustão, o que pode desde falhas de combustão até a quebra completa do motor, devido ao fenômeno conhecido como “calço hidráulico”.
Manutenções preventivas no sistema de alimentação ajudam a preservar o desempenho, a eficiência e a durabilidade do motor.
4 - Ignorar a manutenção preventiva
A negligência com a manutenção preventiva é um erro comum que pode levar à destruição do motor. Componentes como velas de ignição, filtros de ar, correias e fluidos têm vida útil limitada e devem ser verificamos periodicamente por um profissional de confiança. Velas desgastadas podem causar falhas na ignição, enquanto filtros de ar sujos reduzem a eficiência da combustão. Além disso, a falta de inspeções regulares pode impedir a detecção precoce de problemas, resultando em danos mais graves e dispendiosos.
Muitos proprietários de veículos reclamam do custo das manutenções quando, em determinado momento, esse valor se torna alto, mas não se dão conta de que o custo da manutenção está diretamente ligado aos cuidados que se tem com o carro. Se o proprietário mantiver uma frequência adequada de manutenções preventivas com um profissional de confiança, não haverá o acúmulo de problemas e, consequentemente, os gastos elevados em um determinado período serão evitados. A prevenção é sempre mais econômica do que a correção.
A longevidade e o bom desempenho do motor dependem diretamente dos cuidados adotados pelo motorista. Manter uma rotina de manutenção preventiva, utilizar combustíveis de qualidade, realizar trocas de óleo nos períodos recomendados, considerando as condições reais de uso, e estar atento aos sinais de superaquecimento são medidas fundamentais para evitar danos irreversíveis ao motor. Investir na manutenção regular do veículo não apenas prolonga sua vida útil, mas também proporciona segurança e economia a longo prazo.
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