Mais de 3,5 milhões de brasileiros enfrentam dependência química, diz Fiocruz 4c4n4g

Avanço da dependência química expõe desafios para o sistema público de saúde e para o enfrentamento social do problema w2z3v

10 jun 2025 - 06h09
(atualizado às 19h59)
Resumo
Mais de 3,5 milhões de brasileiros enfrentam dependência química, com destaque para a dependência alcoólica, que afeta 11,7 milhões; o problema pressiona o sistema de saúde e exige políticas públicas robustas e o ampliado a tratamentos especializados.
Foto: Pixabay

Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais de 3,5 milhões de brasileiros são considerados dependentes químicos. Quando o foco se volta para o consumo de álcool, os números são ainda mais expressivos: de acordo com o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), aproximadamente 11,7 milhões de brasileiros convivem com a dependência alcoólica. 14611e

O avanço desses índices representa não apenas um desafio para as famílias, mas também pressiona cada vez mais o sistema público de saúde. Com o aumento contínuo do número de dependentes, o país enfrenta um cenário de preocupação crescente no campo da saúde pública.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a dependência química como uma doença crônica, que exige tratamento contínuo e adequado. Entre as abordagens terapêuticas recomendadas estão a desintoxicação, terapias individuais e em grupo e programas de reabilitação em instituições especializadas.

Fatores que impulsionam o aumento de casos 5l3z3a

Entre as causas que contribuem para o aumento da dependência química no Brasil, destaca-se o maior o a substâncias ilícitas como maconha, crack e cocaína. Ao longo dos anos, a facilidade no o a essas drogas tem sido apontada como um fator relevante no crescimento do número de usuários.

Aspectos sociais, como desemprego, vulnerabilidade da juventude, ausência de e familiar e pressão social, também desempenham um papel importante. Para muitos, o uso de substâncias surge como uma tentativa de fuga frente a essas dificuldades.

Segundo Gil Duque, proprietário de uma clínica de reabilitação, que realiza, em média, 80 atendimentos mensais, “os principais problemas entre os pacientes têm sido a falta de apoio familiar e de amigos, que muitas vezes os abandonam ao perceberem o vício.” Gil também alerta: “Sem políticas públicas robustas de prevenção e controle, o cenário tende a se agravar, com mais pessoas vulneráveis ao uso de substâncias e maior pressão sobre o sistema de saúde.”

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A pandemia de Covid-19 agravou ainda mais esse cenário. O isolamento social, a instabilidade econômica e o aumento de transtornos mentais contribuíram para o crescimento no número de dependentes. Em 2021, um estudo da Confederação Nacional de Municípios indicou que a procura por atendimento para dependência química no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou 54%.

Além disso, a ausência de políticas públicas eficazes, tanto na prevenção quanto no combate ao tráfico de drogas, continua sendo um fator que contribui diretamente para a ampliação do problema.

Barreiras no o ao tratamento 6r3m25

Mesmo com uma maior conscientização sobre a dependência química como uma condição de saúde, o o ao tratamento no Brasil ainda apresenta obstáculos. Em diversas ocasiões, usuários de drogas acabam sendo criminalizados e presos, em vez de serem encaminhados para programas de reabilitação.

A precariedade da infraestrutura de saúde em determinadas regiões, como áreas rurais e periferias urbanas, limita ainda mais as opções de tratamento. O estigma social associado à dependência química também impede que muitas pessoas busquem ajuda, por medo de discriminação ou rejeição por parte da comunidade e da própria família.

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Abordagens terapêuticas e importância da reabilitação 33xg

Embora a dependência química seja uma doença complexa, o tratamento adequado pode proporcionar resultados significativos. O processo costuma começar com a desintoxicação, realizada em ambiente hospitalar, para a remoção das substâncias do organismo e o manejo dos sintomas de abstinência.

A etapa seguinte envolve terapia psicológica, tanto individual quanto em grupo, complementada por acompanhamento familiar e e pós-tratamento — aspectos fundamentais para a reintegração social e prevenção de recaídas.

As clínicas de reabilitação desempenham um papel central, especialmente nos casos mais graves. Nessas instituições, os programas incluem diferentes modalidades terapêuticas, oficinas ocupacionais e atendimento psiquiátrico. O período de internação varia conforme o perfil de cada paciente, geralmente entre 90 e 180 dias.

Embora ainda exista certo estigma em relação às clínicas de reabilitação, entidades de saúde e organizações envolvidas no combate à dependência química reconhecem a importância desses espaços no processo de recuperação. O fortalecimento das políticas públicas e a ampliação do o a tratamentos especializados são considerados medidas essenciais para enfrentar o problema de forma mais eficaz.

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