'IA agora leva automações menos 'burras' para as empresas', afirma professor da UFG 3x4a70
Processos que antes eram custosos para a empresa agora já podem ser feitos com maior eficácia; para professor, regulação precisa ser revista 60u1z
Já é impossível enumerar a quantidade de processos nos quais a inteligência artificial (IA) está envolvida nas empresas. Em todos os setores, da IA generativa à automação de atendimento, as empresas buscam entender e adotar a tecnologia para aumentar sua produtividade e, claro, seus lucros. Esse é um movimento que não tem mais volta. 70376e
Segundo Anderson Soares, coordenador do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (UFG), essa é ainda uma jornada em consolidação no País, mas empresas que estabelecerem infraestrutura ou desenvolvimento da tecnologia podem se destacar no cenário nacional e garantir uma operação mais eficiente no futuro.
"Construir tecnologia sempre foi complexo. A questão é que depois de pronta ela é muito escalável. Essa nova fase faz com que a gente possa pensar em automações que envolvam tarefas mais complexas", aponta Soares, um dos convidados do Summit Tecnologia e Inovação que será realizado pelo Estadão na quarta-feira, 14, das 8h30 às 16h, no Unibes Cultural, em São Paulo - Inscreva-se aqui. O evento faz parte das comemorações dos 150 anos do jornal.
Ainda, para o professor, um dos maiores desafios dessas empresas é encontrar o equilíbrio no gasto com a tecnologia, de forma que ela possa ser desenvolvida de forma menos custosa e mais efetiva.
Veja os melhores momentos da entrevista:
Como é possível analisar o cenário de uso da IA nas empresas atualmente? 2g404m
O cenário ainda é de consolidação e entendimento de oportunidades, embora já tenham vários casos de sucesso. Mas construir tecnologia sempre foi complexo. A questão é que depois de pronta ela é muito escalável. Acho que o ponto positivo é que a IA tem feito com que essas empresas revisitem a transformação digital e façam etapas que elas acabaram abandonando ao longo desses anos, como aprimoramento de software, aprimoramento de processos e a própria digitalização.
Existe incentivo e infraestrutura para que as empresas façam uso dessa tecnologia? 6g1s5c
Em termos de incentivo, existem mecanismos do Brasil que ajudam na inovação. Talvez eles não atinjam todos os nichos de empresa, mas eu acho que o principal é a lei do benefício fiscal, que é um abatimento parcial do investimento em inovação, mesmo sendo só dentro da empresa. Já a infraestrutura é um dos gargalos, porque dependendo da aplicação ela é realmente necessária. E não necessariamente apenas para o uso (da infraestrutura), mas para o desenvolvimento de soluções de IA. Esse é um gargalo que o país está ando atualmente.
Como a IA está revolucionando os negócios? p2i11
Eu acho que a IA está revolucionando os negócios trazendo uma nova perspectiva de automação, porque até então a gente fazia sempre automações um pouco "burrinhas", baseadas em regras, de tarefas repetitivas. Essa nova fase faz com que a gente possa pensar em automações que envolvam tarefas mais complexas, como, por exemplo, gravar uma reunião e depois fazer um mapa mental. Você tem uma IA que faz tudo isso para você, sem que você tenha que ter um ser humano que abstraia isso. Essa é uma tarefa muito mais complicada, muito mais complexa, e que a tecnologia já ou a ajudar.
Como a regulação da IA pode impactar empresas no Brasil? 164i21
A regulação de IA no Brasil que está em curso, que foi aprovada no Senado, ainda é muito ruim. Há um temor muito grande das empresas da indústria de que a lei seja aprovada, porque ela é uma lei totalmente restritiva que só trata de risco e que há uma insegurança jurídica muito grande acerca das responsabilizações. Qual é o risco que isso traz para o Brasil? No final, é algo muito pró-burocracia, muito pró-insegurança. Só de ter sido aprovada na primeira instância do Senado já causou uma insegurança muito grande.
Para o futuro, o que a IA ainda precisa tornar viável para as empresas? 1e3me
Eu acho que, para o futuro, um dos grandes desafios é reduzir esse custo de desenvolvimento, que ainda é muito substancial e muito arriscado. Quem sabe a gente não consiga usar a própria tecnologia para acelerar o desenvolvimento da tecnologia. Acho que esse é o o que falta hoje e que pode impactar muito o setor e para os próximos anos.
O Summit Tecnologia e Inovação Estadão acontece no dia 14 de maio, das 8h30 às 16h, no Unibes Cultural, em São Paulo. Confira a programação completa e inscreva-se aqui.
