Regina Duarte usava ‘aparelho secreto’ para não precisar decorar textos das novelas 5k2c3g
Estudar os diálogos de até 20 páginas de roteiro por dia é um dos sacrifícios impostos a quem faz novela 176t5c
No ’Conversa com Bial’, Regina Duarte condicionou seu retorno às novelas a um papel sem falas. “Tem um personagem mudo que faz caras e bocas e, através das caras e bocas, transmite o que quer comunicar?", brincou. 4t1u2e
“Não quero mais decorar texto, fiz isso minha vida inteira. Eu trabalhava 24 horas por dia, 12 gravando e 12 decorando. Me dá uma folga”, explicou.
Ela tem razão ao reclamar do cansaço. O ator na posição de protagonista numa novela precisa decorar de 10 a 20 páginas por dia para gravar de segunda a sábado.
Mas a coluna lembra de um ‘truque’ usado pela veterana e outros atores para fazer as cenas: o ponto eletrônico. Um aparelho de áudio quase imperceptível.
Por ele, ouve-se a voz de alguém que ‘sopra’ o texto. É usado também por apresentadores que precisam receber orientações da direção do programa.
Assim como Regina, Gloria Pires diminuiu o volume de falas a decorar em alguns trabalhos graças ao ponto. Em ‘Babilônia’, por exemplo, quem ditava a ela era a também atriz Narjara Turetta, sua amiga de longa data.
Gloria Menezes ou a receber as falas pelo aparelho em ‘A Favorita’. O recurso é prático, mas exige atenção redobrada do ator, já que deve verbalizar com interpretação aquilo que alguém disse em seu ouvido.
O ponto não libera o ator de estudar o roteiro, afinal, precisa compreender as cenas e as intenções do personagem. Apenas o desobriga de decorar palavra por palavra.
Quase ninguém possui a habilidade impressionante de Antônio Fagundes: ler e memorizar os diálogos minutos antes de gravar. Ele comentou a respeito à coluna de Mônica Bergamo na ’Folha'.
“Cheguei a um ponto de elaboração do meu processo de trabalho que decorava (o texto) na hora", contou. "Vivi o melhor dos mundos, porque não levava trabalho para casa. Enquanto meus colegas estavam todos trancados, decorando (as falas), eu ia ear, ficava com a minha família, tinha fim de semana, podia fazer meu teatro, cinema.”
