'Ladrão' entrou no INSS entre 2019 e 2022 com fim de revalidação de descontos, diz ministro 17610
Wolney Queiroz afirma no Senado que empresas '100% fraudulentas se sentiram livres para ar uma enormidade de descontos não autorizados' após medida do governo Bolsonaro 4o1f4e
Ministro da Previdência Wolney Queiroz acusa medida durante período do governo Bolsonaro (2019-2022) de facilitar fraude no INSS, enquanto defende ações do atual governo para combater irregularidades e ressarcir aposentados.
BRASÍLIA - O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz Maciel, afirmou nesta quinta-feira, 15, que as empresas investigadas na Operação Sem Desconto — que apura as fraudes bilionárias no INSS — se estabeleceram após o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022, acabar com a revalidação dos descontos em benefícios. Segundo Wolney, a partir daí as empresas "100% fraudulentas se sentiram livres para ar uma enormidade de descontos não autorizados". 31521t
"Nesse interregno, entre 2019 e 2022, que o ladrão entra na casa. Por que eu digo que o ladrão entra na casa? Porque o fim da revalidação e a expectativa anterior que houvesse a revalidação, fez com que cerca de 11 empresas novas se credenciassem no INSS. Essas empresas que agora descobrimos que eram 100% fraudulentas. A maior parte delas se estabeleceu nesse período. Nesse período, elas se estabeleceram, alcançaram o credenciamento, que é o Acordo de Cooperação Técnica com o INSS, e começaram a operar", relatou.
Como mostrou o Estadão, o ministro assinou uma proposta quando era deputado federal, em 2021, que adiou o prazo de fiscalização do desconto de mensalidades de associações e sindicatos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS. A medida foi levada à Câmara por duas associações agora suspeitas de fraudar e efetuar as cobranças indevidamente. Procurado pela reportagem, ele não comentou.
Após implicar o governo Jair Bolsonaro nas fraudes, Wolney destacou que "foi um órgão do governo (a Controladoria-Geral da União) que mandou chamar a polícia para apurar o saque que estava acontecendo das associações fraudulentas no bolso dos aposentados e pensionistas".
"Houve uma resposta firme do governo, deflagrando a operação sem desconto pela Polícia Federal e CGU em abril de 2025, mostrando uma tolerância zero. O governo agiu prontamente para identificar os responsáveis e proteger os beneficiários", ressaltou, destacando medidas como a suspensão imediata e o bloqueio total dos descontos.
O ministro deu ênfase, por exemplo, ao bloqueio de R$ 2,56 bi para início do ressarcimento a aposentados — valores que foram bloqueados preventivamente pelo INSS e devem ser devolvidos para os beneficiários em breve. Segundo Wolney, a "fraude no INSS não começou agora, mas terminou neste governo" e haverá punição aos envolvidos na fraude.
O ministro da Previdência participa de sessão da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado para prestar informações sobre as fraudes relacionadas a descontos não autorizados por aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O pedido de audiência foi feito pelos senadores Sergio Moro (União-PR), Dr. Hiran (PP-RR), Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Rogério (PL-RO)
