Como o squash, esporte olímpico em Los Angeles-2028, tenta crescer e ganhar mais adeptos no Brasil 3z532j
Sem única quadra pública no País, modalidade busca expansão com investimento na base e em projetos sociais 4e1o4z
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Um dos cinco novos esportes que entraram no programa olímpicos e serão disputados em Los Angeles-2028, o squash tenta crescer no Brasil e ganhar adeptos enquanto os atletas trabalham para conseguir uma vaga para o País na próxima Olimpíada.
A Confederação Brasileira de Squash, a CBSquash, resolveu alterar sua marca para ser "mais moderna e conectada com os fãs de esporte" e fez um planejamento pensando nos Jogos Olímpicos de 2028, mas também no projeto de legado, para além da próxima Olimpíada. O projeto foi apresentado no Clube Pinheiros, em São Paulo, na última semana.
O planejamento envolve, entre outras ações, estruturação de um programa olímpico de alto rendimento; criação de uma rede nacional de centros de desenvolvimento, integrando clubes, academias e polos regionais; fortalecimento da base; contratação de profissionais e empresas de renome; integração com Comitê Olímpico do Brasil (COB), Ministério do Esporte e federações estaduais para alinhamento.
Para isso, a confederação terá que ampliar seu investimento, o que será possível com os R$ 3,5 milhões anuais que ou a ganhar neste ano reados pelo COB via Lei das Loterias. Como não fazia parte do programa olímpico, antes a entidade sequer recebia esse ree e não tinha orçamento.
"Queremos aproveitar esse ciclo olímpico para deixar um grande legado para nossa comunidade e nosso esporte", diz José Henrique Lopes, presidente da CBSquash. Formado em istração, ele está em seu segundo mandato, que se encerra em 2027.
Nos primeiros anos, Lopes não era remunerado, mas ou a ser com a entrada da modalidade no programa olímpico e hoje se dedica exclusivamente ao seu trabalho na confederação.
"A gente conseguindo formar mais professores para trabalhar nos espaços que existem hoje, já melhora. Temos muitas quadras ociosas principalmente no Rio, São Paulo e Belo Horizonte", afirma o dirigente. Não há, segundo ele, uma única quadra pública de squash no País entre as mais de mil espalhadas em diferentes estados, sobretudo em São Paulo, Rio e Minas Gerais. A estimativa é de que existam mais de 60 mil praticantes de squash no Brasil.
É improvável que o Brasil tenha representantes em Los Angeles. O Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou alterações na distribuição de vagas há dois meses e reduziu o número de 32 para 16 vagas por gênero. Os critérios de classificação ainda não foram divulgados. "A decisão do COI deixou o sarrafo mais alto", reconhece o presidente da CBSquash. "Mas vamos lutar".
'Pra desenvolver o atleta, temos que mandá-lo pro exterior' 1i554x
O número 1 do Brasil é o paulista Diego Gobbi, de 29 anos. Ele foi três vezes campeão nacional e ganhou recentemente o Sul-Americano por individual e por equipes. É, atualmente, o 88º do mundo.
Gobbi mora em Barcelona, na Espanha, para onde se mudou para desenvolver seu jogo, e recebe auxílio financeiro da confederação, embora seja comum fazer vaquinha para ajudar a custear seus treinamentos. "Para desenvolver o atleta, temos que mandá-lo pra fora", ite Lopes.
Outros destaques brasileiros são Laura Silva (tricampeã nacional) e Murilo Penteado, ambos da seleção adulta, Luiza Niemeyer e Lucas Pitta, da seleção juvenil.
"O esporte tem que crescer. Você fala que pratica squash e as pessoas não sabem como funciona, acham que é na água. Tem prédios com quadras de squash e as pessoas nem sabem", lamenta Luiza, de 18 anos. "Falta divulgação para trazer mais pessoas e que cada vez profissionalize mais o esporte. Tem que ficar famoso para que as pessoas conheçam esse mundo".
Ela estuda Direito e quer conciliar a profissão com os campeonatos de squash que disputa. "Disputo campeonatos internacionais, o Mundial, Pan-Americano. Vou pra fora, conheço outras pessoas que vivem o squash. Lá fora, realmente as pessoas vivem de squash".
Murilo Penteado, 20 anos, também concilia os estudos com o squash, mas é mais ambicioso. "Vou fazer de tudo para ser número 1?, diz ele, que é o atual 294º do ranking mundial.
A modalidade será mais popular, na visão do atleta, com mais projetos sociais e uma referência.
O Egito tem dominado a modalidade nas últimas décadas, tanto no masculino como no feminino, e tem o melhor do mundo, Mostafa Asal. Seis das últimas sete finais mundiais masculinas foram decididas apenas por egípcios. O peruano Diego Elias, segundo do ranking, é a maior ameaça à supremacia egípcia. No feminino, as três melhores do mundo são do país africano.
Como se joga squash? 4x276j
Modalidade de bola de borracha e raquete disputada em recinto fechado, com as quatro paredes sendo parte do jogo, o squash nasceu na Inglaterra no século XIX. Há duas versões sobre a sua origem.
"A versão oficial é de que o squash foi criado em escolas na Inglaterra. A extraoficial é de que começou nos presídios do país", conta Lopes. Essa última é a versão mais difundida do esporte, que chegou ao Brasil há pouco mais de 100 anos, em 1920.
O squash pode ser jogado na categoria individual - por dois atletas - ou em duplas. O esporte é praticado em uma quadra fechada retangular. Os jogadores têm de acertar a bola na parente frontal e ela só pode quicar uma vez no chão.
Quem saca deve iniciar o ponto das duas caixas de serviço no chão e acertar a bola entre a linha de serviço e a linha de fora.
Três linhas demarcam onde é possível atingir a bola. A quadra oficial tem 9,75m de comprimento por 6,4m de largura. A parede frontal mede 4,75m de altura e a caixa de serviço, 1,6 por 1,6m.
Ganha o jogo o primeiro jogador a marcar 11 pontos - se empatar, tem de abrir dois pontos para consumar a vitória.
