Princesa Isabel nunca será símbolo do 13 de maio 494u3b
Essa imagem da burguesia tenta apagar a verdadeira história por trás da abolição da escravização africana 2x2r2c
13 de maio se comemora no Brasil o Dia da Abolição da Escravatura. Aquela história da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, de vulgo a redentora, e que supostamente disse: “Se mil outros tronos eu tivesse, mil tronos eu perderia para por fim à escravidão”. Ainda hoje ela é o nome mais lembrado pela massa, quando falamos em fim da escravização africana. O que é uma injustiça tremenda, já que o grande trabalho dela foi apenas um papel. A luta pelo fim da escravização aconteceu em várias frentes e não por acaso o Brasil foi o último país a abolir a maior mazela da história recente da humanidade. 725bb
A escravização foi muito pior do que tudo que você viu na escola ou assistiu em novelas. Estamos falando de estupro coletivo, de reprodução humana para venda e exploração, castração, violência infantil, assassinatos e tudo isso das maneiras mais cruéis possíveis. Estamos falando também de tráfico humano, separação de famílias e sequestros. O que nos foi vendido por obras que se popularizaram, não por coincidência, foi a dona Anastácia feliz servindo Dona Benta e seus netos, enquanto não tinha direito a vida própria, afinal quem cozinhava era Tia Nastácia, mas a marca é Dona Benta, era a falácia da senhora acolhedora, compreensiva e não aquela que exigia que negras fossem estupradas para terem filhos na mesma época delas para serem amas de leite, e caso a escravizada não tivesse leite para os dois bebês a prioridade era o branco e a pior representação em novela que vi, foi uma que o capitão do mato era o mocinho e que os negros que fugiam eram ingratos. É nesse contexto de falácia que entra também Isabelzinha.
As pessoas negras escravizadas nunca foram dóceis como tentam vender. Estavam a todo tempo tentando fugir, buscando melhoria de tratamento, lutando por dignidade e outras coisas nesse sentido. Eles em dado momento eram organizados e faziam uma espécie de greve e abriram negociação, afinal, eles valiam dinheiro e eram a mão de obra, nenhum escravocrata iria sair matando sua fonte de renda. Não só de negociação vivam os escravizados. Eles também se levantavam contra os opressores, matando, sequestrando e fugindo. Talvez o levante mais famoso do Brasil seja o dos Malês que aconteceu na Bahia. Provavelmente te foi ensinado como revolta, mas revolta dá uma ideia de rebelde sem causa, logo prefiro usar levante, pois o que essas pessoas mais tinham eram motivos para se rebelar. Nisso também surgiram quilombos e alguns deles, como o de Palmares, se tornaram tão grandes e bem organizados, que mesmo sabendo onde ele estava, o governo não conseguia desmontar. Também houve negros letrados lutando com a lei, com outros abolicionistas, pelo fim da escravização e monarquia. Por último, mas também bem importante, tinha também a pressão da Inglaterra que impôs o fim do tráfico no atlântico e queria o fim da escravização no Brasil, mas não por que eles são bonzinhos, e sim porque a mão de obra escravizada fazia que produtos brasileiros tivessem menor preço e a competitividade com produtos ingleses estavam desleais.
Pode-se notar que a história da abolição foi moldada para que todos pensem que a Isabel assinou por boa, escondendo a verdadeira narrativa, assim como tentaram demonizar figuras como Zumbi inventando histórias e trazendo meias verdades. Afinal um negro revolucionário não pode ser símbolo dessa conquista, pois pode servir de exemplo, melhor uma branca com uma suposta consciência para afagar o ego da “elite” escravocrata. Nomes como Luiza Mahin, Adelina Charuteira, Acotirene, Tereza de Benguela, João da Cruz e Sousa, Luiz Gama, José do Patrocínio, André Rebouças e Manuel Quirino são quem deveriam ser lembrados na data de hoje. Os próprios negros foram responsáveis pela sua liberdade, na base de muito sangue e suor. Qualquer informação muito descolada disso não a de uma tentativa covarde e burguesa de apagar conquistas com base em luta para não ser vista como exemplo de revolução.