Cassado pelo CFM, 'Doutor Bumbum' cobra pacientes na Justiça por falta de pagamentos 3j6n1a
O médico Denis Cesar Barros Furtado enfrenta uma ação, movida no RJ, pela morte da paciente Lilian Calixto, em 2018 6h6562
O médico Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como Doutor Bumbum, processou antigos pacientes para cobrar o pagamento de honorários. Cassado pelo Conselho Federal de Medicina, Furtado foi preso preventivamente, em 2018, após a morte da bancária Lilian Calixto. 235k66
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De acordo com o Ministério Público, Lilian foi submetida a uma bioplastia de glúteos, em que o médico teria aplicado uma substância química em quantidade acima do recomendado e em local impróprio. Segundo a promotoria, o procedimento aconteceu no apartamento do médico, em julho de 2018.
A bancária morreu no dia seguinte ao do procedimento. Ainda segundo o MP, o Doutor Bumbum não teria especialização em cirurgia plástica.
Além da ação na Justiça do Rio de Janeiro, que até hoje não foi encerrada, o Conselho Federal de Medicina cassou o registro médico de Furtado em dois processos istrativos, julgados em 2021 e 2022. Ele alega que é perseguido pelo conselho e que foi condenado sem provas.
As acusações são de que o Doutor Bumbum feriu o Código de Ética Médica por 'praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País' e 'divulgar informação sobre assunto médico de forma sensacionalista, promocional ou de conteúdo inverídico'.
Sem poder exercer a profissão, Doutor Bumbum processou ex-pacientes, alegando que não recebeu por serviços prestados. Em um dos casos, movido na Justiça do Rio de Janeiro, o médico acionou a família de uma paciente, já falecida, que teria sido submetida à harmonização facial e à terapia ortomolecular.
O contrato foi assinado um dia antes da morte de Lilian, e a paciente teria pago uma parte do procedimento, mas não fez o restante do pagamento. A dívida atualizada gira em torno de R$ 27 mil. À Justiça, a família da mulher afirmou que, apesar da contratação, o tratamento não foi realizado 'por absoluta indisponibilidade de tempo para realização'.
Em outra ação, esta movida na Justiça do Distrito Federal, Doutor Bumbum processou uma ex-paciente que teria ado pela colocação de fios faciais de PDO e cobra uma dívida de R$ 11.566,15.
Na defesa, a mulher afirma que, ao saber da prisão do médico, se sentiu 'profundamente enganada, confuda e com medo': "A paciente não tinha conhecimento que o Dr. Bumbum não poderia executar os procedimentos contratados. Se soubesse, não teria sequer o procurado, quanto mais assinado o contrato", afirmou no processo. Ambas as ações ainda não foram julgadas.
Defesa pede absolvição do Doutor Bumbum 3tw4a
A ação movida pela Promotoria fluminense contra Barros Furtado também não foi finalizada. A Justiça não acatou a acusação inicial de homicídio doloso, quando há intenção de matar, e o médico deverá ser julgado por lesão corporal seguida de morte. A defesa pede absolvição sumária.
Em um vídeo divulgado na ocasião da morte da paciente, o Doutor Bumbum afirmou que houve uma 'fatalidade': "Uma fatalidade que acontece com qualquer médico (...) É um mistério a causa da morte. Mas é uma injustiça o que estão falando de mim na televisão".
A defesa de Barros Furtado afirma que o procedimento ao qual submeteu Lilian aconteceu com conduta médica regulamentada, com utilização de produtos registrados em órgão competente e dentro das indicações e limites técnicos estabelecidos. Além disso, o Doutor Bumbum atuava de forma regular e não necessitava de especialização em cirurgia plástica, afirmaram os advogados.