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Moradores fazem barricadas após entrada da PM em favela do centro onde governo de SP prevê remoção 443g2k

Famílias da Favela do Moinho reivindicam respostas sobre alternativas de moradia por parte do Estado; companhia paulista de habitação diz que todos serão atendidos 262y4

18 abr 2025 - 18h09
(atualizado às 18h53)
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Resumo
Moradores da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, protestaram com barricadas após ação da PM, denunciando insuficiência nas alternativas de moradia oferecidas pelo governo, que planeja remover a comunidade para a criação de um parque e um polo urbano.

Moradores da Favela do Moinho, considerada a última comunidade ainda de pé no centro de São Paulo, montaram barricadas e atearam fogo nos trilhos de trem que dão o ao local na tarde desta sexta-feira, 18, após uma operação da Polícia Militar. 3t1gf

Conforme a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), a PM, em ação da Rocam, com apoio do Baep (Batalhão de Ações Especiais), prendeu um suspeito de tráfico de drogas no período da tarde.

Imagens obtidas pelo Estadão mostram que ao menos 20 policiais, distribuídos em cinco viaturas, estiveram na comunidade por volta das 14 horas. Alguns deles também teriam ado por lá pela manhã, com a justificativa de que estariam fiscalizando carros abandonados.

Moradores fazem barricada em entrada da Favela do Moinho após ação da PM
Moradores fazem barricada em entrada da Favela do Moinho após ação da PM
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

A presença da PM, às vésperas de uma possível remoção das famílias do local pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), gerou protestos de moradores. O governo pretende transformar a comunidade, que hoje abriga quase mil famílias, em um parque, além de criar "um polo de desenvolvimento urbano potencializado para a implantação da Estação Bom Retiro".

"Cerca de 50 pessoas protestam e interditam a entrada da comunidade nesta tarde", afirmou a Secretaria da Segurança Pública. Segundo a pasta, equipes agora monitoram a situação à distância para evitar confrontos.

A ViaMobilidade informou que houve uma interrupção, a partir das 14h17, na circulação de trens entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda, na Linha 8-Diamante, por conta dos protestos na Favela do Moinho, que fica nas proximidades da Estação Júlio Prestes. O serviço foi normalizado por volta das 15h50.

A concessionária afirmou que, durante a paralisação, ônibus do Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) foram acionados para garantir o deslocamento dos ageiros.

Já a TM disse que a circulação dos trens do serviço 710 foi interrompida às 15h10 entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz. "As composições da Linha 7-Rubi circularam entre as estações Jundiaí e Palmeiras-Barra Funda, já os trens da Linha 10-Turquesa circularam entre as estações Rio Grande da Serra e Luz. Durante a paralisação do trecho, os ageiros tiveram como alternativa as Linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô", diz.

Presença da PM, às vésperas de uma possível remoção das famílias do local pela gestão Tarcísio de Freitas, gerou protestos de moradores
Presença da PM, às vésperas de uma possível remoção das famílias do local pela gestão Tarcísio de Freitas, gerou protestos de moradores
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

Mauro Caseri, ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, esteve no local para colher denúncias e mediar possíveis conflitos ocasionados pela operação. "A população do território encontra-se cindida entre os que aceitam a mudança e os que preferem ficar no local, e entre essas posições existem, segundo informações que nos chegam a todo momento e ainda inconclusivas, diversos aspectos que precisam ser analisados", diz.

Moradores da comunidade, há mais de 30 anos cravada sob o viaduto que interliga as avenidas Rudge e Rio Branco, afirmam que as alternativas oferecidas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) têm sido insuficientes, sobretudo para famílias que querem permanecer no centro - há gerações de famílias que cresceram na Favela do Moinho e hoje trabalham ali por perto.

Nesta semana, houve protesto na frente em frente à Câmara Municipal. Em nota, a CDHU diz que tem se reunido com lideranças desde o ano ado para apresentar opções de atendimento habitacional.

A comunidade é usada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) como uma "fortaleza" para tráfico de droga na área central da cidade, segundo investigações. Os criminosos, apurou o Ministério Público Estadual, usam lugar para vigiar ações da polícia; além de ser a sede do tribunal do crime na região. Comunidade também serve de refúgio a bandidos e esconderijo de drogas e armas.

CDHU diz que todas as famílias serão atendidas 1a6l2f

Segundo a companhia estadual de habitação, foram cadastradas "todas as residências da favela pela CDHU e também foram feitas reuniões individuais para apresentar as opções de moradias já disponíveis".

"Até agora, 86% das famílias já iniciaram adesão para o atendimento habitacional e 531 já foram habilitadas, ou seja, estão prontas para contrato. Destas, 444 já têm um imóvel de destino. Num primeiro momento, foi oferecido auxílio mudança de R$ 2.400,00, além de auxílio moradia de R$ 800,00?, acrescenta.

Segundo a companhia, foi realizado chamamento público para empreendimentos no centro expandido. "Foram prospectados imóveis suficientes para atender à demanda. Quem quiser, poderá ser destinado a unidades também em outras regiões", afirma.

A CDHU diz ainda que todas as famílias serão atendidas dentro das modalidades disponíveis no portfolio da CDHU, preferencialmente por Carta de Crédito Associativa, Carta de Crédito Individual. "O reassentamento das famílias da favela do Moinho é importante pelo risco aos moradores, devido às instalações insalubres e com potencial de perigo pela precariedade de construções e ligações elétricas", diz a Companhia.

Estadão
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