Bolsonaro chama apoiadores de AI5 de 'malucos' e se refere a 8 de janeiro como 'baderna' 4t281l
Em depoimento no STF de ação que apura planejamento de golpe de Estado, o ex-presidente nega ter “torcido pelo pior” 2e3l5h
"Malucos". Foi assim que Jair Bolsonaro (PL) chamou os apoiadores do AI-5 e de uma possível intervenção militar durante seu depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira, 10, em ação que apura envolvimento do ex-presidente no planejamento de um golpe de Estado. 195y70
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Na tentativa de distanciar sua imagem da de eleitores que ficaram acampados em portas de quartéis pedindo por intervenção militar ou daqueles que lotaram as ruas inflando os discursos sobre fraude eleitoral sem apresentar quaisquer provas, Jair Bolsonaro disse não ter torcido "pelo pior" e alega ter "dado o exemplo".
"Eu não torci pelo pior. Se eu tivesse torcido pelo pior, eu não teria desmobilizado os caminhoneiros lá atrás. E talvez, pela minha figura, o pessoal não tenha feito absurdos. Mas tem sempre os malucos ali que ficam com aquela ideia de AI5, intervenção militar… Que as Forças Armadas, os chefes militares, jamais iam embarcar nessa porque o pessoal tava pedindo ali. Até porque não cabia isso aí. E nós tocamos o barco”, alegou Bolsonaro, no interrogatório.
O ex-presidente também afirmou não ter convocado ninguém para fazer "nada ilegal ou legal" e disse que a transição de governo se deu de forma tranquila. "Não tem nada meu estimulando aquela baderna, que nós repudiamos. Nós nunca fizemos isso ao longo dos nossos quatro anos de governo", complementou Bolsonaro, em alusão ao 8 de janeiro.
Interrogatórios 5a141q
O Supremo Tribunal Federal retomou nesta terça-feira os interrogatórios dos acusados de participar de uma trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro na presidência após a derrota nas eleições de 2022. O primeiro interrogado do dia foi Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, seguido de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e Augusto Heleno, general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional. Depois foi a vez de Jair Bolsonaro. O último interrogado até o momento foi o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.
Conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, os depoimentos desta terça avançam na linha de reconstrução da dinâmica interna do governo e do papel das Forças Armadas no suposto plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As oitivas ocorrem em audiência presencial, na sala de sessões da Primeira Turma do STF, em Brasília, que foi adaptada especialmente para esta etapa processual.