Superlotação, denúncias de tortura: como é a penitenciária onde Collor está preso 2h6w2t
Unidade é marcada por infiltrações, fios elétricos expostos e detidos em casos de repercussão nacional 6j105x
O ex-presidente Fernando Collor foi preso no superlotado presídio Baldomero Cavalcanti, conhecido por denúncias de tortura e condições precárias, após condenação por corrupção na Operação Lava-Jato.
Preso nesta sexta-feira, 26, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ex-presidente Fernando Collor de Mello deverá ficar detido em uma cela especial e individual no presídio superlotado Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió (AL). 4d3e41
Inaugurada em fevereiro de 1999, a prisão é destinada a presos condenados, de acordo com a Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris). O presídio se divide em oito módulos.
A capacidade da unidade é de 892, conforme o Terra apurou junto à Seris, neste sábado, 26. No entanto, a atual população total é de 1.321, ou seja, 429 pessoas acima da capacidade, segundo a última atualização da secretaria, do último dia 22.
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Entre os detentos do presídio onde Collor deverá cumprir pena estão o influenciador digital e advogado João Neto, preso por lesão corporal contra a companheira em Maceió, e o influenciador Kel Ferreti, suspeito de envolvimento em um esquema de estelionato digital.
Em 2022, a Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL) denunciou caso de tortura dentro do Baldomero Cavalcanti. Segundo a denúncia, um policial penal teria obrigado a vítima, uma travesti, a ficar de costas e disparou duas vezes com balas de borracha em suas nádegas. Em seguida, ela teria sido transferida, sangrando, e sem receber os devidos cuidados, para uma ala como punição.
As comissões de Direitos Humanos e de Diversidade Sexual e Gênero da OAB-AL ainda receberam denúncias sobre irregularidades quanto à infraestrutura, saúde, alimentação e diversidade sexual. O relatório da OAB apontava condições estruturais precárias, com infiltrações, fios elétricos expostos e celas superlotadas.
A prisão de Collor foi determinada depois que Alexandre de Moraes rejeitou um segundo recurso da defesa. O ex-presidente foi condenado a oito anos e dez meses de prisão, em regime fechado, por envolvimento em um esquema de corrupção na BR Distribuidora, investigado na Operação Lava-Jato.