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Não, Drauzio Varella não recomendou consumir chocolate e Coca-Cola para reverter diabetes tipo 2 6v4160

VÍDEO DO MÉDICO FOI ADULTERADO PARA PROMOVER TRATAMENTO FALSO; NÃO EXISTE CURA PARA DIABETES TIPO 2 E INGESTÃO DE AÇÚCARES É PREJUDICIAL PARA PACIENTES DA DOENÇA 6vi5f

23 mai 2025 - 13h01
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O que estão compartilhando: um vídeo em que Drauzio Varella parece afirmar que é possível reverter a diabetes tipo 2 comendo chocolate e tomando Coca-Cola todos os dias após o almoço. 6k676o

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Não existe cura para diabetes tipo 2, e consumir refrigerantes e chocolates com açúcar é prejudicial para pacientes com a doença. O vídeo de Drauzio foi editado para inserir o discurso falso. No vídeo verdadeiro, o médico falava sobre como o Brasil gerencia o Sistema Único de Saúde (SUS). Procurada, a assessoria de Drauzio destacou que o vídeo é obviamente falso e que o médico entrou com uma ação contra a Meta pela disseminação de conteúdos desinformativos que usam a imagem dele.

Saiba mais: O vídeo compartilhado no Facebook acumulou mais de 107 mil visualizações desde o domingo, 18. No conteúdo, Drauzio parece afirmar que a diabetes tipo 2 é causada por um "verme estranho"; por isso, tomar remédios e fazer exercícios físicos não serviria de nada para controlar a doença. O médico parece recomendar consumir refrigerante e chocolate para "expulsar" a diabetes tipo 2 do corpo. Mas nada disso é verdade, nem foi dito por Drauzio.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) e o Conselho Federal de Nutrição alertam, desde 2024, que a diabetes tipo 2 não é causada por vermes. As entidades afirmam que a relação entre os parasitas e a doença "é um completo absurdo, sem qualquer embasamento científico".

O posicionamento foi divulgado depois que viralizou nas redes sociais no ano ado o vídeo de um nutricionista que defendia a "desparatização" para tratar a diabetes. Segundo as entidades médicas, a divulgação de tratamentos falsos pode levar à "possibilidade de abandono dos tratamentos adequados, colocando (os pacientes) em risco, inclusive de morte".

De acordo com o Ministério da Saúde, a diabetes tipo 2 "ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida". Entre os fatores relacionados à doença, estão:

SobrepesoSedentarismoTriglicerídeos elevadosHipertensão; eHábitos alimentares inadequados. 

O Verifica mostrou o vídeo que recomenda refrigerante e chocolate ao médico Ruy Lyra, presidente do Departamento de Diabetes da SBEM. Ele classificou o conteúdo como uma "heresia científica".

"Não há qualquer estudo que comprove isso. Também não existe medicamento que cure a diabetes tipo 2?, explicou. "Houve apenas um estudo com dieta muito restritiva que levou à reversão temporária, mas o quadro costuma voltar. Ainda não há cura definitiva".

Lyra alertou para conteúdos que prometem curas milagrosas para diabetes e outras doenças nas redes sociais. Ele ressaltou que é fundamental buscar informações com profissionais de saúde ou em meios de comunicação confiáveis.

"Caso contrário, há um grande risco de cair em mentiras científicas que, no fim das contas, podem prejudicar a saúde dos pacientes", alertou.

Vídeo usa inteligência artificial para alterar fala de Drauzio

O vídeo usa a imagem e a voz de Drauzio para divulgar a mentira sobre diabetes. É possível perceber que a fala e os movimentos não são naturais, o que é um dos indícios de edição.

A reportagem assistiu a vídeos recentes do canal de Drauzio no YouTube e não encontrou que recomendasse chocolate e refrigerante contra diabetes. Analisando os conteúdos publicados pelo médico, foi possível identificar que gestos mostrados no vídeo falso foram retirados da publicação "Como o Brasil gerencia o maior sistema de saúde pública do mundo?". No vídeo verdadeiro, Drauzio fala sobre o SUS.

O Verifica submeteu o áudio do vídeo a uma ferramenta de identificação de clonagem de voz por meio de inteligência artificial, que apontou uma probabilidade de 41% de que o conteúdo seja falso.

Em nota, a assessoria de Drauzio confirmou que o vídeo é falso e que a imagem do médico é constantemente usada de forma indevida em conteúdos sobre curas milagrosas e produtos de saúde.

"Drauzio considera isso um atentado à saúde pública, mais até do que um ataque à própria reputação, porque as pessoas consomem esses produtos sem saber o que há neles, quais riscos oferecem ou sequer se são seguros para o consumo", afirmou.

O médico publicou um vídeo no YouTube comentando sobre conteúdos falsos que utilizam sua imagem e voz.

Os representantes jurídicos de Drauzio estão movendo um processo contra o grupo Meta, que detém as redes sociais Facebook, Instagram e Threads. A petição responsabiliza a empresa pela disseminação desses materiais falsos.

"Ele considera que a Meta é, no mínimo, corresponsável por esse tipo de atividade, já que muitos desses posts são impulsionados. Ou seja, a empresa lucra ao promover conteúdos que disseminam desinformação e colocam vidas em risco", detalhou a assessoria do médico.

Estadão
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