Estudante de 10 anos publica artigo em revista científica e sonha com carreira de pesquisadora 4n4i20
Mariana Bueno Tamani se dedicou um ano em um experimento que analisava moedas falsas da época do Brasil colônia 5md1n
Aos 10 anos de idade, a estudante Mariana Bueno Tamani não tem dúvidas sobre que profissão quer seguir. Inspirada na avó e no amor à ciência, a pequena sonha em se tornar pesquisadora. Uma aspiração que não faz parte apenas do seu futuro, mas também do seu presente. A moradora de Limeira, interior de São Paulo, não só tem o seu próprio microscópio como também já tem um artigo publicado em uma revista científica. 1o2a5r
Com a ajuda de um professor de física do colégio em que estuda, Mariana se dedicou um ano em um experimento que analisava moedas falsas da época do Brasil colônia. O trabalho se transformou em um artigo de três páginas intutulado "Uma Conversa Além do Cofrinho", que foi publicado na revista Ciência Hoje, coordenada por unidades do Rio de Janeiro e voltada para o público infantil.
Um feito que dá a Marina o título da brasileira mais jovem a ter um artigo publicado, como aponta o orientador Yuri Meyer, pós-doutorando da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professor do Colégio Jandyra --onde a pequena pesquisadora estuda.
Herança de família 6x4o3n
A mãe de Mariana, Raquel Tamani, relata que o interesse da filha pela área da pesquisa surgiu de forma espontânea. Enquanto todo mundo da sua escola estava de olho nas trends do TikTok e nos jogos online da moda, Mariana revelou aos pais um desejo inusitado: ter um microscópio.
"A gente [mãe e pai] estava na sala de casa e Mariana me falou: 'Mãe eu quero ganhar um microscópio'", conta Raquel, que revelou ter se surpreendido com o pedido e destacou que o preço do presente era a metade do valor de celulares e tablets que as crianças utilizam hoje em dia.
A descoberta do interesse da estudante pela pesquisa foi motivo de orgulho para toda a família. "A gente valoriza muito os estudos e a pesquisa", enfatizou a mãe. Segundo ela, a maior referência da jovem é a avó Miralda Bueno de Paula.
Miralda se formou na graduação pela Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais. Fez mestrado e doutorado na área de solos, foi pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Deu aulas em universidades, mas dedicou a carreira à pesquisa.
Dedicação à pesquisa desde cedo 4p205v
Yuri relata que orientar uma aluna tão jovem, dedicada e com tanta vontade de transformar o mundo a partir da pesquisa, além de um grande presente, foi também um desafio. "Foi a primeira vez que orientei uma aluna tão jovem. Eu estava acostumado a trabalhar com estudantes do ensino médio e universitários. Precisei me conectar com a Mari, com a família dela e pensar em formas lúdicas para que ele não perdesse o interesse pela pesquisa", conta o orientador.
Através de dinâmicas, conversas e atividades lúdicas envolvendo ciência, o professor foi introduzindo Mariana no mundo da pesquisa. Como ele explica, a pesquisa avaliou corrosão, densidade e até utilizou fórmulas matemáticas para validar o processo.
Para finalizar a pesquisa, Mariana dedicou algumas horas de seus finais de semana para pesquisar e analisar as moedas antigas em seu microscópio. Foi um processo que durou 1 ano. No primeiro semestre, a estudante se dedicou à linguagem acadêmica e à leitura de artigos acadêmicos. Já o segundo semestre focou na parte experimental.
"Após a parte experimental, agendamos uma microscopia [técnica de análise que utiliza um microscópio para examinar objetos] em um equipamento profissional na Universidade Estadual de Campinas para validar os processos que Mariana pesquisou em sua casa com seu microscópio", explica o professor, que ressalta que orientar e ensinar os os da metodologia científica para Mariana foi um grande o em sua carreira.