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Francisco condena em Assis as guerras e presta homenagem a imigrantes mortos 6i1248

4 out 2013 - 11h53
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O Papa pediu nesta sexta-feira o fim das guerras na Síria e no Oriente Médio e homenageou os centenas de imigrantes africanos mortos em um naufrágio no sul da Itália, em sua primeira visita a Assis, a cidade de São Francisco, santo dos pobres e da paz. 1k6h35

"Hoje é um dia de lágrimas", proclamou Francisco ao lembrar as vítimas do naufrágio em frente à ilha siciliana de Lampedusa, no qual 130 pessoas morreram e 200 foram declaradas desaparecidas.

"O mundo não importa se as pessoas devem fugir da escravidão, da fome, buscando a liberdade e morrem como ontem em Lampedusa", lamentou o Papa, ao lembrar os imigrantes falecidos, a maioria deles proveniente de Eritreia e Somália, que fugiam da fome e da guerra.

O Papa argentino, filho de imigrantes italianos, já havia expressado na quinta-feira sua indignação - "É uma vergonha" - proclamou - pelo drama dos africanos.

A peregrinação do primeiro Papa proveniente do sul do mundo à pequena cidade de Umbria tem um forte valor simbólico.

Na sala onde Francisco de Assis se despojou no século XIII de suas vestes de jovem rico até ficar nu, Francisco se reuniu com os pobres da cidade para pronunciar um discurso sobre a necessidade de austeridade dentro da Igreja, à qual deseja que seja "pobre e para os pobres".

"O espírito mundano é a lepra, o câncer da sociedade, que mata a Igreja", afirmou.

Para o Papa, a pobreza é a chave para alcançar a reforma da milenar entidade, atingida por escândalos e pela falta de vocações.

O jesuíta aproveitou sua visita à cidade do santo italiano que inspirou o nome de seu pontificado para pedir a paz no mundo, condenar a violência, as guerras e os conflitos que atingem a Síria e o Oriente Médio.

"Ouçam o grito dos que choram, sofrem e morrem devido à violência", afirmou durante uma concorrida missa celebrada na praça em frente à Basílica de São Francisco.

"Te pedimos, Francisco, que nos ensine a ser instrumento da paz", suplicou o Papa diante de 100.000 peregrinos, entre eles o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta.

"Que cessem os conflitos armados que ensanguentam a terra na Síria e no Oriente Médio", clamou.

A partir de um altar de madeira, cercado por vários bispos e por oito cardeais que o assessoram na reforma da Igreja, o Papa reiterou seu pedido pela paz e pela harmonia no mundo.

Por ocasião nesta sexta-feira da festa do padroeiro da Itália, o Papa ilustrou os valores de São Francisco, que viveu na pobreza, convertendo-se também em símbolo da paz.

"A paz franciscana não é um sentimento doce. Este São Francisco não existe. E também não é uma espécie de harmonia panteísta com as energias do cosmos. Isso também não é franciscano", explicou o Papa.

"A paz de Francisco é a de Cristo: 'Amai uns aos outros'. Este jugo só pode ser levado com humildade de coração", acrescentou.

"O homem está convocado a proteger o homem: que o homem esteja no centro, e não os ídolos que criamos", disse.

Em sua chegada a Assis, o Papa se reuniu com 80 pessoas com deficiência física e mental, a quem cumprimentou, conversou e abraçou pessoalmente.

Mais tarde, no santuário de São Damião, o Papa se recolherá para orar no local onde se afirma que o santo ouviu a voz de Deus, que dizia: "Francisco, vai e repara a minha casa, que, como você vê, está prestes a ser totalmente arruinada!".

O pontífice também visitará um centro de primeira acolhida, onde almoçará com os pobres, e durante a tarde tem uma visita privada à Ermida do Cárcere, onde rezará na cela de São Francisco.

Na Basílica de Santa Clara, onde se encontra o corpo da santa, rezará em silêncio e depois irá a Porciúncula para se dirigir aos jovens na esplanada da Basílica.

Também visitará o denominado "tugurio" (cabana) de São Francisco, retornando logo depois ao Vaticano de helicóptero.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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